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O desafio da Autoridade Climática do Presidente Lula – 3: a ameaça na política local

O desafio da Autoridade Climática do Presidente Lula – 3: a ameaça na política local


Por Rodrigo Machado Vilani, Philip Martin Fernside e Carlos José Saldanha Machado

As eleições municipais brasileiras de 27 de outubro de 2024 revelaram um cenário político marcado pela ascensão dos partidos de extrema direita e direita, com posições muito diferentes do Partido dos Trabalhadores(PT) do presidente Lula. Dos aproximadamente 110 milhões de votos válidos para prefeitos, a extrema direita garantiu 23% (26 milhões), enquanto os partidos de direita e centro-direita responderam por 55% (62 milhões) [1]. Essa configuração política – com predominância de partidos de direita, particularmente na Amazônia, onde entre 1º de janeiro e 9 de outubro de 2024, 10 municípios foram responsáveis por 57,3% dos focos de incêndio, oito dos quais (incluindo São Félix do Xingu, Altamira e Lábrea) localizados na região amazônica e estão sob administração de partidos de direita (Tabela 1). A mudança para a direita tem implicações diretas para a conservação ambiental porque esses partidos tendem a apoiar a redução dos controles ambientais, provocando assim mais desmatamento e degradação florestal. Existe um movimento anticonservacionista global enraizado na extrema direita, e o não é diferente; de fato, o país pode ser visto como um modelo para o movimento anticonservacionista.

Tabela 1. Municípios brasileiros com maiores números de queimadas em 2024.

Fontes: 1 Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE, 2024); 2 Tribunal Superior Eleitoral (2024). As classificações partidárias seguem Bolognesi et al. (2023); Pinto (2023).
* = reeleito; DEM = Democratas; MDB (antigo PMDB) = Movimento Democrático Brasileiro; PDT = Partido Democrático Trabalhista; PL = Partido Liberal; PODE = Podemos; PP = Partido Progressista; PSB = Partido Socialista Brasileiro; PSC = Partido Social Cristão; PSD = Partido Social Democrático; PSDB = Partido da Social Democracia Brasileira; União = União Brasil.

Em 2024, São Félix do Xingu liderou o ranking de focos de calor (fogos) com Lábrea em sexto (Tabela 1); ambos têm atualmente governos de direita e elegeram partidos de extrema direita para o mandato de 2025-2028. Essa mudança política representa um desafio significativo para a agenda ambiental e climática defendida pelo presidente Lula. [5]


A imagem que abre este artigo é de autoria de Alberto César Araújo e mostra uma bandeira do Brasil totalmente desbotada pelo sol na fachada de ponto comercial no distrito de Realidade (Humaitá-AM) às margens da BR 319.


Notas

[1] TSE (Tribunal Superior Eleitoral) (2024) Eleição Municipal Ordinária 2024.

[2] INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) (2024). BDQueimadas.

[3] Bolognesi B, Ribeiro E, Codato A (2023) A new ideological classification of Brazilian political parties. Dados Revista de Ciências Sociais 66: art. e20210164.

[4] Pinto CRJ (2023) Por que elas se elegeram deputadas federais? (Eleições de 2018 e 2022). Cadernos CRH 36: art. e023031.

[5] Esta série traduz Vilani, R.M., P.M. Fearnside, C.J.S. Machado. 2025. Brazilian president Lula’s Climate Authority challenge: Pragmatism versus coalition politics.Environmental Conservation.


Os Autores

Rodrigo Machado Vilani Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2000) e em Direito pela Faculdade Vianna Júnior (2003). Possui mestrado em Direito (2006) e doutorado em (2010) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Realizou pós-doutorado no Programa de e Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (2014). É professor adjunto da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), onde ingressou em 2014. Suas áreas de interesse são: Direito Ambiental; Política Ambiental; Áreas protegidas; Conflitos Ambientais; Ecoturismo.

Philip Martin Fearnside é doutor pelo Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade de Michigan (EUA) e pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus (AM), onde vive desde 1978. É membro da Academia Brasileira de Ciências e pesquisador 1A de CNPq. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz pelo Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC), em 2007. Tem mais de 800 publicações científicas e mais de 750 textos de divulgação de sua autoria que estão disponíveis aqui.

Carlos José Saldanha Machado é Graduado em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), mestre em Política de Ciência e Tecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutor em Antropologia Social pela Universidade de Paris V (Sciences Sociales Sorbonne). Atualmente é pesquisador titular da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, no Laboratório de Informação Científica e Tecnológica em Saúde (LICTS/Icict). É professor colaborador de Programas de Pós-Graduação da Fiocruz (Informação e Comunicação em Saúde – PPGICS/Icict, em Biodiversidade e Saúde – PPGBS/IOC), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Doutorado em Meio Ambiente – PPG-MA/UERJ) e do Mestrado Profissional em Rede Nacional em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos (PROFÁGUA / UNESP / USP / UERJ / UFRGS / UFPE / UEA / UFES).

As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site Amazônia Real e são de total responsabilidade do autor.
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