>
Brasilia
4 Jul
23°C
5 Jul
23°C
6 Jul
24°C
7 Jul
23°C
8 Jul
22°C
9 Jul
23°C
10 Jul
22°C
>
Brasilia
4 Jul
23°C
5 Jul
23°C
6 Jul
24°C
7 Jul
23°C
8 Jul
22°C
9 Jul
23°C
10 Jul
22°C
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Estudo mensura valores da Amazônia em pé

Estudo mensura valores da Amazônia em pé

O trabalho propõe atribuir valor da natureza preservada sem se limitar a valores monetários. Foto: Reprodução/TV /Agência Brasil

Um estudo de pesquisadores do Instituto Tecnológico Vale (ITV) mostra que 83% das espécies da Floresta Nacional de Carajás, no Pará, precisam ser preservadas para manter sua resiliência, ou seja, sua capacidade de continuar funcionando mesmo com eventuais perdas. Entre as plantas, 42% das espécies são utilizadas por comunidades tradicionais da região, com registros de até quatro usos diferentes por espécie.

A floresta ainda oferece serviços como polinização agrícola — beneficiando 13 das 20 culturas locais, como cacau, maracujá e açaí — e regulação do clima. A floresta resiliente tem capacidade de reduzir em até 0,4 °C a temperatura local e aumentar em 21% a evapotranspiração — processo essencial ao ciclo da água, que abrange tanto a evaporação de água do solo e a transpiração das plantas.

Leia também: Artigo mostra importância de comunidades tradicionais na preservação da

Além disso, o estudo mostra que 60% das espécies são insubstituíveis para a manutenção das funções ecológicas da floresta. A ausência dessas espécies comprometeria de forma irreversível o ambiente, já que nenhuma outra espécie ou tecnologia poderia assumir seus papéis. As conclusões foram publicadas na revista Ecosystem Services na sexta (30), em artigo que apresenta um modelo para avaliar o capital natural com base na importância de cada espécie para a natureza e para as populações humanas.

O artigo é fruto do projeto ‘Capital Natural das Florestas de Carajás’, realizado pelo Instituto Tecnológico Vale entre 2019 e 2023. A iniciativa se baseou em coletas de campo em 14 pontos da floresta. As métricas foram divididas em duas categorias: “natureza para si mesma”, que mensurou as funções ecossistêmicas, ou seja, o papel de cada espécie para a manutenção da floresta; e “natureza para as pessoas”, que analisou os benefícios do ecossistema para as populações humanas. Para as funções, os pesquisadores consideraram elementos como riqueza de espécies, interação entre elas, resiliência, singularidade e presença de espécies ameaçadas. Já os serviços incluíram polinização agrícola, regulação do clima, proteção hídrica, uso por comunidades tradicionais e estoque de carbono.

Flona Carajás. Foto: João Marcos Rosa

Foram registradas no local 467 espécies de animais e 418 de plantas. Destas, 11% das aves e 9% das plantas estão ameaçadas.

O trabalho propõe atribuir valor da natureza preservada sem se limitar a valores monetários, buscando entender quais são os ativos mais importantes do capital natural para manter a floresta viva, saudável e funcionando plenamente.

“Quando você transforma a natureza em dinheiro, você tem uma fraca, porque você desconsidera que alguns elementos são insubstituíveis”, afirma Tereza Cristina Giannini, pesquisadora do ITV e coautora do artigo.

A polinização agrícola foi o único fator medido em valores monetários, estimado em US$ 4,5 milhões por ano (cerca de R$ 23,3 milhões, na cotação atual) considerando os valores de mercado das culturas produzidas no entorno.

📲 Confira o canal do Portal Amazônia no WhatsApp

Segundo a pesquisadora, o modelo permite que tomadores de decisão, como empresas, governos e comunidades locais, compreendam melhor o que está em jogo ao explorar ou proteger áreas naturais. “O valor da floresta é subjetivo e plural. Para um ribeirinho pode ser algo completamente diferente do que para quem está na cidade. Com essa abordagem, se ganha essa nuance do que é de fato valioso para as pessoas em termos da natureza”, frisa Giannini. Complementando o artigo, os resultados do trabalho também estão disponíveis em um livro e em uma série de dez episódios de podcast desenvolvidos pelos pesquisadores do ITV em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi e a Vale S.A.

*O conteúdo foi originalmente publicado pela Agência Bori

As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Portal Amazônia e são de total responsabilidade do autor.
Ver post do Autor

Postes Recentes

en EN fr FR it IT pt PT es ES