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Carolina de Jesus: a escritora que fez da favela sua biblioteca

Carolina de Jesus: a escritora que fez da favela sua biblioteca

Carolina Maria de Jesus foi uma das primeiras e mais importantes escritoras negras do Brasil. Nascida em 1914, em Minas Gerais, ela veio para São Paulo em 1937, onde trabalhou como empregada doméstica e depois como catadora de papéis. Em 1948, ela se mudou para a favela do Canindé, onde viveu com seus três filhos em um barraco improvisado.

Apesar de ter apenas dois anos de estudo formal, Carolina era apaixonada pela leitura e pela escrita. Ela encontrava livros jogados no lixo e os levava para sua casa, onde montou uma biblioteca particular. Ela também escrevia diários, contos, crônicas, poemas e peças de teatro em cadernos que achava nas ruas.

Em 1958, um jornalista chamado Audálio Dantas conheceu Carolina e se interessou pelos seus escritos. Ele ajudou a publicar seu primeiro livro, Quarto de despejo: diário de uma favelada, em 1960. O livro foi um sucesso de vendas e de crítica, sendo traduzido para 16 idiomas. Nele, Carolina relatava seu cotidiano na favela, denunciando a miséria, a violência, o racismo e a opressão que sofria.

Carolina ficou famosa e recebeu homenagens de várias instituições culturais. Ela também publicou outros livros, como Casa de alvenaria (1961), Pedaços da fome (1963) e Diário de Bitita (1986). Ela morreu em 1977, aos 62 anos.

Carolina Maria de Jesus é um exemplo de resistência e superação. Sua obra é um documento histórico e social da realidade brasileira. Sua voz é um grito de liberdade e dignidade que ecoa até hoje.

As principais obras de Carolina de Jesus são:

Quarto de despejo: diário de uma favelada (1960): Neste livro, a autora relata em forma de diário sua vida na favela do Canindé, em São Paulo, entre 1955 e 1960. Ela mostra as dificuldades de ser mãe solteira, catadora de lixo e metal, e de enfrentar a fome, a violência, o preconceito e a miséria. Ela também expressa seus pensamentos sobre a sociedade, a política, a religião e a literatura.

Casa de alvenaria (1961): Neste livro, a autora narra sua mudança da favela para uma casa de alvenaria após o sucesso de seu primeiro livro. Ela conta suas experiências como escritora famosa, suas viagens pelo Brasil e pelo exterior, seus encontros com personalidades e intelectuais, e suas dificuldades de adaptação à nova realidade. Ela também reflete sobre as desigualdades sociais, a exploração dos pobres, a corrupção dos políticos e a alienação dos ricos.

Diário de Bitita (1986): Neste livro, publicado postumamente, a autora conta sua infância e adolescência em Sacramento, Minas Gerais. Ela relata sua origem humilde, sua paixão pela leitura e pela escrita, sua rebeldia contra as injustiças e os preconceitos, sua luta pela sobrevivência e sua migração para São Paulo. Ela também denuncia o racismo, o machismo, a violência e a opressão que marcaram sua trajetória.

Meu estranho diário (1996): Neste livro, também publicado postumamente, a autora reúne textos diversos que escreveu ao longo de sua vida. Há poemas, contos, crônicas, cartas, peças de teatro e canções que revelam sua criatividade, sua sensibilidade e sua crítica social. Há também textos autobiográficos que complementam os relatos de seus outros livros.

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