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Bolsonaro violou massivamente direitos socioambientais em sua gestão, diz STF

Bolsonaro violou massivamente direitos socioambientais em sua gestão, diz STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu, por unanimidade, no final da tarde de quinta-feira (15), que durante a gestão Bolsonaro houve uma violação maciça de direitos socioambientais no país, promovida por série deliberada de atos omissivos e atentatórios contra o . O STF também determinou a realização de medidas para que o governo brasileiro restabeleça políticas ambientais.

A situação de desmonte ambiental foi chamada pelos ministros do Supremo como  “estado de coisas inconstitucional em matéria ambiental” e foi analisada no âmbito do julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 760, apresentada pela sociedade civil ao Supremo em 2020 e que contestava a política anti-ambiental de Bolsonaro.

A Ação foi concebida por uma coalizão de dez organizações ambientalistas e de direitos humanos, em conjunto com os partidos PSB, PDT, Rede, PV, PT, Psol e PCdoB.

Segundo Suely Araújo, especialista Sênior em Políticas Públicas do Observatório do Cllima (OC), a decisão do STF muda a forma como o judiciário encara as questões ambientais no país.

“Trata-se de uma ação judicial histórica que mudou a forma como o STF analisa causas ambientais. A conclusão é que não se pode aceitar omissões no cumprimento dos deveres do Poder Público quanto ao controle do desmatamento e de outras formas de degradação ambiental. Devem ser assegurados recursos e uma atuação efetiva”, disse.

Processo em curso

Em suas falas durante o julgamento, os ministros entenderam que o experimenta atualmente a “reconstitucionalização de sua política ambiental”, mas que esse é um processo ainda em curso e não acabado.

“A partir do momento em que condutas governamentais são praticadas, houve uma inflexão do poder executivo no sentido de estancar a boiada (como era dito por um ex-ministro do Meio Ambiente) e a partir disso tratar o meio ambiente com a seriedade necessária”, afirmou em seu voto o ministro Alexandre de Moraes.

Para agilizar o processo chamado de reconstitucionalização, os ministros determinou que o governo brasileiro execute uma série de medidas, entre elas a redução efetiva do desmatamento, visando atingir a meta de 3.925 km² de taxa anual de desmatamento, que significaria redução de 80% em relação à média verificada entre 1996 e 2005.

Além disso, o STF determinou a redução contínua, até a efetiva eliminação, do desmatamento em Terras Indígenas e Unidades de Conservação federais na Amazônia Legal, aumento e melhoramento da fiscalização e investigação de infrações ambientais e aumento da transparência.

Os ministros também decidiram que o governo brasileiro deve fortalecer os órgãos ambientais, como Ibama, ICMbio e Funai, com garantia de dotação orçamentária, liberação de recursos do Fundo Amazônia, não contigenciamento de recursos e abertura de crédito extraordinário, além da promoção de concursos e editais para aumentar o número de servidores.

“O Supremo dá um passo histórico na proteção e na preservação do meio ambiente no Brasil. O resultado dessa ação estabelece um novo patamar de mínimo existencial ecológico, mais protetivo e exigindo mais dedicação do estado brasileiro na questão. Agora é preciso que se alastre para todos os biomas e que o Congresso assuma sua parcela de responsabilidade na transformação do Brasil em uma liderança ambiental global”, finaliza Nauê Azevedo, especialista em Litígio Estratégico do OC.

As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site O Eco e são de total responsabilidade do autor.
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