O governo conseguiu reverter a curva de desmatamento no Cerrado e a conversão de áreas de vegetação nativa caiu 25,7% no bioma. Os números foram apresentados no início da noite desta quarta-feira (06), em Brasília, durante coletiva que reuniu o vice-presidente Geraldo Alckmin, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, governadores e secretários de Meio Ambiente, representantes do MMA e do INPE.
É a primeira queda do desmatamento no bioma em cinco anos.
Segundo dados do INPE, a destruição do Cerrado está fortemente concentrada na região do Matopiba, acrônimo dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Esses quatro estados concentraram 76% do desmatamento no bioma. Ainda de acordo com os números divulgados hoje, o Maranhão foi o que teve a maior área de vegetação nativa suprimida (2.487 km²), seguido pelo Tocantins (2.019 km²), Piauí (1.014 km²) e Bahia (723 km²).
Por causa dessa concentração em 4 estados, desde abril o governo federal, junto com os governadores, iniciou ações que culminaram com a assinatura, nesta quarta-feira, do Pacto pelo Cerrado, que tem como objetivo reforçar a ação conjunta na prevenção e combate ao desmatamento e aos incêndios nos estados da região.
“Nós começamos o que a gente está chamando aqui de ABC do Controle do Desmatamento Ilegal no Cerrado, uma série de medidas relacionadas ao embargo de áreas desmatadas ilegalmente, suspensão de cadastro ambiental para quem não tem autorização de supressão de vegetação. É um procedimento e um método que está sendo desenvolvido com os quatro estados do Matopiba e que tem se mostrado bastante eficaz”, explicou André Lima, Secretário Extraordinário de Controle de Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial no MMA.
A ministra Marina Silva atribui ao sucesso da queda do desmatamento no Cerrado aos órgãos ambientais, principalmente às ações de fiscalização do Ibama e do ICMBio, e às políticas de combate ao desmatamento ressuscitadas em 2023, após um período de apagão e desmonte feito durante o governo Bolsonaro.
“(…) o dado que nós acabamos de ver aqui, de queda de desmatamento no Cerrado, que para muitos parecia impossível, é fruto desse trabalho integrado e que começa a ganhar fôlego cada vez mais, inclusive com a participação do setor privado”, discursou a ministra Marina Silva. “Política pública bem desenhada, instituições públicas bem estruturadas, uma postura republicana de deixar os técnicos trabalhar, de dialogar com a ciência, faz a diferença. Portanto, essa redução do desmatamento do Cerrado e na Amazônia é fruto de uma nova compreensão, de que nós estamos fazendo mais do que uma política de governo. Nós estamos fazendo uma política de país”, finalizou.
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