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ToggleNo entanto, o quão perigosas essas criaturas realmente são para a saúde humana? No Brasil, três gêneros de aranhas peçonhentas (venenosas) são listadas como as responsáveis pelos acidentes com seres humanos: Phoneutria, popularmente conhecidas como aranhas armadeiras; Loxosceles, conhecidas como aranhas-marrons; e as Latrodectus, conhecidas como viúvas-negras.
Aranha-armadeira (gênero Phoneutria)
As aranhas-armadeiras são consideradas as mais perigosas presentes na Amazônia. Inclusive, segundo o biólogo, “elas são consideradas, pelo livro dos recordes, as aranhas mais peçonhentas do planeta”.
Na Amazônia, quatro espécies diferentes do gênero Phoneutria podem ser encontradas, cada uma delas compartilhando características bem específicas.
“São aranhas de hábitos noturnos, não são muito grandes, mas também não são pequenas. Elas têm esse nome, ‘armadeira’, porque quando se sentem em perigo, levantam as duas patas da frente, ficando ‘armada’”,
explica.
A maioria dos acidentes causados por essas aranhas se dá pela sua capacidade de salto, de 20 a 30 centímetros (cm), a qual elas utilizam para atacar suas presas. Dos três tipos de aranhas listados, esta é a mais abundante na região amazônica.
Entretanto, ela se difere das armadeiras do sul e sudeste do país por serem aranhas que vivem em florestas, sendo mais encontradas em sítios e outras áreas próximas a vegetação mais abundante.
Possíveis reações (principais sintomas)
– Dor extenuante, seguida de vermelhidão no local da picada;
– Náuseas e vômito;
– Taquicardia;
– Espasmos musculares;
– Dores na musculatura;
– Ereção involuntária (priapismo), em crianças menores de 7 anos.
Tratamento
O pesquisador salienta a necessidade de ir imediatamente ao hospital. Apesar dos casos na Amazônia não costumarem ser graves, é necessário que seja feita uma avaliação médica, em especial no caso dos afetados serem crianças ou idosos. Somente no hospital pode ser feita a aplicação do soro antiaracnídico.
Aranha viúva-negra ou viúva-loira (gênero Latrodectus)
Devido a coloração das espécies desse gênero presentes na Amazônia possuírem tonalidades mais claras em sua coloração, são conhecidas também como viúvas-loiras, por não terem a cor escura característica da maioria dessas espécies.
“A nossa, aqui da região, é uma aranha urbana. Dificilmente ela vai causar um acidente, a não ser que a pessoa esprema ela contra o corpo”,
relata o pesquisador.
Possíveis reações (principais sintomas)
– Vermelhidão no local do acidente;
– Dores abdominais;
– Tremores;
– Sudorese;
– Vômitos ou náuseas (sintomas mais raros).
Tratamento
“Apenas de dois a três casos em cada cem as pessoas precisarão ser medicadas”, informa o biólogo. E apesar de ser necessário o acompanhamento médico rápido, os acidentes com essa espécie são raros na Amazônia.
Aranha-marrom (gênero Loxosceles)
A mais rara de ser encontrada na região amazônica, apesar de existirem casos registrados de acidentes. Este gênero é “mais comum em regiões mais frias, como no sul e sudeste do país. Inclusive Curitiba, no Paraná, é a capital da aranha-marrom”, frisa o pesquisador.
“Aqui para o Norte, diz a literatura que existe uma espécie de aranha-marrom que vive no meio da floresta, dentro das cavernas, mas confesso que temos investigado e procurado em algumas cavernas de Rondônia e, até então, nunca encontramos essa aranha”,
relata o biólogo.
Possíveis reações (principais sintomas)
– Mancha indolor na pele (em estágio inicial);
– Inchaço;
– Necrose tecidual;
– Insuficiência renal.
Tratamento
No caso de acidentes envolvendo aranha-marrons a recomendação é a procura imediata de um hospital, logo após a identificação dos primeiros sintomas, para que o quadro não evolua para a necrose tecidual.
Encontrei uma aranha dessas. O que fazer?
“Caso encontre uma aranha dessas, você deve manter a calma e não colocar a mão sobre ela. Pegue um pote para realizar a coleta do animal e o solte longe de sua residência para que ele possa sobreviver e seguir seu percurso. Em caso de acidentes, tire foto do animal e vá para o hospital o mais rápido possível”,
alerta Flávio.
*Diego Fernandes, estagiário sob supervisão de Clarissa Bacellar
As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Portal Amazônia e são de total responsabilidade do autor.
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