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Reportagem da Amazônia Real é finalista do Prêmio Megafone

Reportagem da Amazônia Real é finalista do Prêmio Megafone

Realizada por Nicoly Ambrosio e Alberto César Araújo, a reportagem concorre à terceira edição da premiação. As inscrições bateram recorde e abrangem todas as regiões do Brasil. Na imagem acima, registros da primeira Ball indígena feita na Amazônia em 17 de novembro de 2023 (Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real).


A reportagem “Manaus é palco da primeira ball indígena da Amazônia”, da Amazônia Real, é finalista da terceira edição do Prêmio Megafone de Ativismo, que seleciona iniciativas sobre defesa do meio ambiente e direitos humanos nas cinco regiões do país.

Escrita pela jornalista Nicoly Ambrosio e com fotos do editor de fotografia Alberto César Araújo, a reportagem relata a celebração da comunidade LGBTQIAPN+, com desfiles de moda, batalhas de dança e performances entrelaçadas com a cultura dos povos originários.

Realizado em novembro de 2023, no Largo de São Sebastião, com organização do Coletivo Miriã Mahsã e pela Casa Jabutt, o evento foi inédito na região e mostrou,  de forma exuberante, a beleza da união das duas culturas em uma noite quente de Manaus.

“Queria lembrar que o Amazonas é um estado conservador e que continua matando pessoas trans e travestis, a maioria racializadas”, destaca a jornalista Nicoly Ambrosio, que falou sobre a indicação da reportagem ao Prêmio Megafone:

“É a maior honra. Além da indicação ao prêmio, é poder mostrar esse movimento único de celebração a arte e a vida dos LGBTQIAPN+ negros e indígenas do Amazonas. A noite da ball foi muito importante para estar junto da minha comunidade e apreciar essa cultura viva”

Alberto César Araújo lembra que a cena ballroom indígena está começando em Manaus, uma cidade conservadora, e é importante o espaço dado a essa cultura pela Amazônia Real. “Fico feliz por esse reconhecimento e espero que isso contribua para que o preconceito, a transfobia e o racismo sejam combatidos”, diz. 

A cultura ballroom, com seus luxuosos bailes e figurinos, foi criada por mulheres trans negras e latinas na periferia de Nova York, na década de 1960. No Brasil, conquistou espaço a partir de 2015, dando origem a batalhas, cursos e eventos, como o realizado em Manaus, cidade em que indígenas passaram a reivindicar o espaço como um lugar para exaltação, valorização e a representação de suas próprias tradições.

O PRÊMIO

A terceira edição do Prêmio Megafone de Ativismo bateu recorde de inscrições. Foram mais de mil iniciativas inscritas, traçando um perfil das causas que movimentaram o país em 2023. 

Troféu Megafone é feito de pedaços de microplástico reutilizado (Foto: Prêmio Megafone).

A premiação é realizada pela Coalizão Megafone, formada pelas organizações Pimp My Carroça, Instituto Socioambiental (ISA), WWF Brasil, Engajamundo, Sumaúma Jornalismo, Associação Intercultural de Hip Hop Urbano da Amazônia, Hivos Brasil e Vozes pela Ação Climática.

Foi criada para contribuir com a visibilidade das ações ativistas para a transformação social e estímulo ao surgimento de novos ativistas, principalmente jovens e mulheres. 

A premiação é uma forma de legitimar o ativismo nos centros urbanos e no espaço digital, com foco nas questões socioambientais. 

Nesta terceira edição, 60 iniciativas foram indicadas e 14 serão premiadas, em 14 categorias.

Conheça os finalistas por categoria:

Ação direta

Coleta de lixo feita no rio Negro, em São Gabriel da Cachoeira (AM), por meio da mobilização da Rede Wayuri de Comunicadores Indígenas. 

Projeções e protestos na rua que integraram a mobilização Alargamento, não! para impedir o projeto de alargamento das faixas de areia da orla de João Pessoa (PB).  

Protesto de jovens em Sapucaia do Sul (RS) em frente a uma unidade da empresa de agrotóxicos BASF. 

Marcha Nacional do Hip Hop, em Brasília, parte do movimento que pleiteou o registro do hip-hop como patrimônio cultural e imaterial brasileiro.

Arte de rua

Grafite no Rio de Janeiro em defesa da indicação de uma mulher negra ao Supremo Tribunal Federal (STF), assinado por Airá Ocrespo.

Mural produzido nas paredes laterais do prédio do PPGL (Programa de Pós-graduação em Letras) da UFPA (Universidade Federal do Pará), mostrando o icônico Manto Tupinambá. A obra é do artivista paraense And Santtos. 

Projeção sobre a luta e resistência popular contra a retirada do trem do subúrbio de Salvador (BA). “Trilhos da Memória Suburbana: Desenvolvimento para quem?” é uma criação da TRAMA, em parceria com Victor Brasileiro, Iury Taillan e Henrique Oliveira. 

Lambe do artista Leonardo Mareco em Campo Grande (MS), usando um dos mais famosos quadros de Debret para mostrar como o passado escravocrata brasileiro ainda se manifesta nos dias atuais através da uberização. 

Em Manaus (AM), o coletivo MenstRUA produziu mais de 80 lambes, afixados em pontos no centro da cidade para chamar atenção para a causa da dignidade menstrual. 

Cartaz em manifestação

O cartaz “Até Maria foi consultada para ser mãe de Deus” foi usado pelo grupo Católicas pelo Direito de Decidir no ato pelo Dia Latino-Americano e Caribenho de Luta pela Descriminalização do Aborto, em São Paulo.

Cartaz usado na Marcha das Margaridas, em Brasília, uma passeata com milhares de mulheres em defesa de um futuro mais justo para todas. 

Brasília também foi palco de outro cartaz, “Eu resisto pelas que já se foram”, carregado como forma de protesto contra a violência direcionada às mulheres. 

Em Curitiba, cartaz do movimento cicloativismo contra o aumento da tarifa de ônibus na cidade. 

Série de cartazes feitos na Terra Indígena Nawa e carregados por crianças em defesa do direito originário das comunidades indígenas a suas terras.

Cidadão indignado

Fala da dona de casa Andrea Silva Coutinho sobre a violência policial na periferia de Vitória (ES). Foi na praça Itararé, antes da manifestação do Dia Nacional de Lutas dos Movimentos Negros pelo Fim da Violência Racista da Polícia. 

Outra fala foi a de Yuri Silva, diretor do Instituto Mapinguari, de Macapá (AP). Ele representa a população em defesa do clima e das comunidades tradicionais que seriam potencialmente atingidas pela exploração de petróleo da costa do estado. 

Em Paulista (PE), o movimento Salve Maria Farinha denunciou o descaso do poder público com uma região da cidade prejudicada por empresas que abandonaram obras de saneamento em rodovia de acesso às praias. 

Em Maceió (AL), a Braskem, causadora de um desastre urbano com o colapso de uma mina, participaria de painéis na Conferência do Clima em Dubai, o que foi evitado por meio de denúncias nas redes sociais. 

Documentário

“Um Cochicho à Resistência” retrata a luta em defesa da Ilha de Boipeba e suas comunidades contra mega empreendimentos turístico-imobiliários. 

O documentário “Vítimas indígenas lutam por reparação quatro anos após desastre da Vale em Brumadinho” denuncia os crimes da mineração contra grupos indígenas. 

Outro documentário, “Relatos de uma Guerra”, mostra indígenas Kaiowá e Guarani na busca pela retomada de seus territórios tradicionais no Mato Grosso do Sul.

O documentário “Guardiãs dos Rios – Histórias das Margens” faz um registro visual da história oral das moradoras do Canal São Joaquim, em Belém, que atuam como guardadoras dos rios na cidade.

Do Ceará, o finalista é o documentário “Clima de Urgência”, que aborda a vida e resistência do povo indígena Anacé de Caucaia, com depoimentos de cientistas e indígenas.

Fotografia

Foto de Juliana Duarte, de Brasília, mostra uma indígena segurando uma bandeira do Brasil manchada de vermelho com urucum, em alusão ao sangue derramado desde o início da colonização.

A imagem de moradores de rua usando as entradas de banheiros públicos para dormir na noite paulistana é outra finalista. A imagem foi clicada por Leila Ferraz, do coletivo GAS. 

O retrato do combate ao fogo feito pela brigada voluntária formada por indígenas do Maranhão é mais um finalista. A imagem de Geniilson Guajajara mostra a força de vontade para proteção territorial.

Weslley Souza, de Cametá, no Pará, é autor das imagens do ato político “Banzeiro das Atingidas do Baixo Tocantins: em defesa da Amazônia, das águas e da vida”.

Imagem captada por Edmar Barros mostra centenas de peixes mortos no RDS Lago do Piranha, em Manacapuru (AM), devido à falta de oxigênio e às altas temperaturas da água.

Jovem ativista

Heloíse Almeida, do Rio Grande do Norte, líder da região Nordeste do movimento Amazônia de Pé. 

Luana Maria, jovem travesti de Pernambuco, atua com comunicação e tecnologia 

Bia Souza, fotógrafa marginal, desenvolve a arte do olhar sobre as favelas. 

Hellen Lirtêz, jornalista afro-indígena nascida no Acre, construiu sua carreira na área socioambiental.

Darlon Neres dos Santos, jovem ameaçado de morte por denunciar a exploração de madeira ilegal no Assentamento PAE Lago Grande, em Santarém (PA). 

Marcha ou manifestação de rua

Manifestação feita durante a 34ª Semana Chico Mendes. Os participantes caminharam pelas ruas de Xapuri, da Casa de Chico Mendes até o seu túmulo, entoando gritos como Chico Vive e Floresta em Pé! 

Protesto da população alagoana nas ruas de Maceió denunciando as ações criminosas da petroquímica Braskem.

Barqueata realizada no Dia Mundial da Água, em 2023, pelo Movimento dos Atingidos Por Barragens (MAB), em parceria com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), 

7ª Marcha das Margaridas, que reuniu mais de 100 mil mulheres dos campos, florestas, das águas e das cidades em Brasília, com o lema “Pela reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver”.

Rabetaço nos Arquipélagos do Bailique e do Marajó para denunciar a falta de acesso à eletricidade. Ação desenvolvida com as mulheres dos Arquipélagos do Bailique e Marajó.

Meme

Walter Oliveira da Silva, indígena de Santarém (PA), autor da sátira ao filme “Barbie” que destaca a importância do reflorestamento como medida de combate à crise climática. 

Fernando Henrique de Souza Barreto, de Paulista, em Pernambuco, gravou vídeo ironizando as situações que acontecem após 15 minutos de chuva para chamar a atenção para o problema do saneamento básico na cidade.

Perfil Militante Cansado, de Belém (PA), fez o meme criticando a superficialidade com a qual a questão ambiental é tratada por algumas pessoas, a partir da imagem do BBB.

Rita de Cássia Alfaia Dantas, de Manaus (AM), com vídeo que alerta para a crescente inconstância do clima.

Zé – José Kaeté ou Zé, de Belém, é um jovem indígena comunicador que usa o bom humor para reflexões sobre a Amazônia, os povos originários e ativismos. 

Música

Remix do “Brasil do Cocar”, feito pelo DJ Zek Picoteiro e pela APIB, com falas de Celia Xakriaba e Txai Suruí sobre a importância de derrotar a tese do Marco Temporal e a demarcação de terras indígenas.

Jingle “Mar de Lágrimas”, samba criado pela diretora de arte e editora Renata Jurkevicz Sembay, de Curitiba (PR), para incentivar a mobilização de comunidades que podem ser impactadas pela exploração de petróleo. 

Maya Dourado e Matheus Venícios são os autores de “O Brasil é Terra Indígena, nosso povo resiste, não a nada que nos pare!” 

A música “Silenciadas“, do projeto Gangsta e Poesias, que reúne as vozes de Tuca Lélis, Janaína Jáscone, Lunna Rabetti, Rakel Reis e Dory de Oliveira. A letra traz à luz casos reais de assédio sexual no ambiente de trabalho, ameaças e o apagamento profissional da mulher.

Clipe “O Grande Irmão”, da banda pernambucana Sargaço Nightclub, que critica a excessiva vigilância digital sobre as pessoas.

Perfil de rede social

Instituto Mapinguari, organização não governamental de Macapá (AP) que atua desde 2015 apoiando e executando ações de defesa, preservação e conservação do meio ambiente.

Leandrinha Du Art, influenciadora de Minas Gerais que atua também como fotógrafa, produtora, blogueira e comunicadora. É militante nas causas das pessoas com deficiência e pessoas LGBTQIAPN+. 

Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira). Usa as redes sociais como um hub com recursos para as populações que representa, notícias, mobilização e captação de recursos. 

Crioula Curadoria Alimentar, do Rio Grande do Sul, promove a educação alimentar, respeitando a ancestralidade africana, defendendo a integração da alimentação saudável à pauta do movimento negro.

Perfil EcoBarreira, que conta a trajetória ambientalista de Diego Saldanha. Ele criou uma barreira flutuante que retém os resíduos de um rio próximo a sua casa. 

Reportagem de mídia independente

A reportagem “Manaus é palco da primeira ball indígena da Amazônia”, da Amazônia Real, descreve a primeira ballroom indígena da Amazônia, uma noite de celebração e exaltação da cultura LGBTQIAPN+.

“Arthur, o fazendeiro”, reportagem do veículo De Olho nos Ruralistas mostra as atrocidades ambientais cometidas pelo atual presidente do Congresso Nacional, Arthur Lira.

Reportagem do site Conquista Repórter aborda os impactos do fechamento de 14 escolas quilombolas em Vitória da Conquista (BA). 

Cobertura da Operação Escudo para a Ponte Jornalismo, Agência Pública e Intercept Brasil com informações sobre as violações de direitos humanos que ocorreram na operação.

Reportagem feita pela Apib para explicar a falácia da tese do marco temporal. O resultado foi publicado no site da associação.

Haverá prêmios também para o Megafone do Ano, dedicado a algum ativista ou coletivo que tenha se destacado em 2023 e o Prêmio do Júri, dedicado ao conjunto da trajetória de algum ativista ou coletivo brasileiro.


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