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Por que há tantas estátuas romanas sem cabeça?

Por que há tantas estátuas romanas sem cabeça?

Quem já foi a algum grande museu, como aqueles localizados na Europa que guardam esculturas romanas muito antigas, pode ter estranhado que é comum ver estátuas quebradas – seja faltando o nariz, os dedos ou mesmo com as cabeças decepadas.

Mas por que há tantas esculturas romanas sem cabeça? Pode parecer estranho, mas os estudiosos já se perguntaram isso, e chegaram em algumas respostas.

O mistério das estátuas sem cabeça

É comum cruzar nos museus com estátuas romanas com o torso sem a cabeça. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

De acordo com Rachel Kousser, que é professora de da arte no Brooklyn College e na City University of New York, é preciso se atentar ao contexto: nós estranhamos as estátuas sem cabeça, mas o que deveríamos nos perguntar primeiramente é se ela foi feita assim ou se perdeu a cabeça por alguma razão.

Kousser afirma que a primeira razão pela qual tantas estátuas estão decapitadas é bem simples: o pescoço é naturalmente uma parte frágil do corpo humano. Depois de muitos anos de existência, quando uma escultura humana cai ou é transportada para outro lugar, geralmente o pescoço é o primeiro lugar a quebrar.

Contudo, nem sempre as estátuas estão sem cabeça por conta de acidentes. Sabe-se que os romanos destruíam de propósito algumas esculturas. Havia a possibilidade, por exemplo, de que um imperador romano que fosse odiado sofresse um processo chamado de Damnatio memoriae, que quer dizer “condenação da memória”. 

Nesse caso, o Senado fazia uma votação e decidia por apagar a memória dele ao retirar seus nomes dos registros, confiscar suas propriedades e desfigurar seus retratos e estátuas. Rachel Kousser afirma que isso aconteceu com Nero, imperador romano que ficou conhecido por seu governo tirânico.

As cabeças removíveis

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As estátuas poderiam ter suas cabeças removidas para valerem mais. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

Há outro aspecto bem interessante: às vezes, escultores romanos projetavam estátuas com cabeças removíveis que poderiam ser tiradas do corpo. É isso que afirma Kenneth Lapatin, curador do Museu J. Paul Getty em Los Angeles. Ele conta que essa estrutura possibilitava que vários escultores trabalhassem na mesma peça, usassem materiais diferentes para o corpo e o rosto e até trocassem a cabeça no futuro.

Mas em tempos mais modernos, essa prática foi esquecida. No entanto, Lapatin ressalta ainda que era comum que os vendedores de arte decapitassem esculturas antigas para que elas parecessem romanas, de forma a ganhar mais dinheiro com elas.

Um exemplo é uma obra chamada Estátua de uma Mulher Drapeada, cuja cabeça foi reunida ao seu corpo depois de ter sido destacada durante o século XX. Quando um museu a adquiriu em 1972, a mulher esculpida não tinha cabeça. Só que um curador do museu viu uma cabeça suspeita em uma loja de antiguidades, e acabou descobrindo que alguém, que nunca foi identificado, havia separado as duas partes.

“Não sabemos os detalhes, mas parece que quem fez essa operação pensou que provavelmente se sairia melhor vendendo uma estátua sem cabeça de um lado e uma cabeça do outro”, afirmou Lapatin ao Live Science.

As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site Mega Curioso e são de total responsabilidade do autor.
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