Considerada a maior coruja que habita a Amazônia brasileira, a Murucututu (Pulsatrix perspicillata) é uma ave que ocorre em todas florestas tropicais das américas, com distribuição geográfica desde o norte do México até o norte da Argentina, como aponta o ornitólogo especializado em aves amazônicas, Mario Cohn-Haft.
Ao Portal Amazônia, o pesquisador no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) revelou algumas curiosidades da espécie.
“Ela [a espécie] come principalmente ratos e outros pequenos mamíferos que caça durante a noite. Seus olhos são penetrantes e os jovens são predominantemente brancos com a ‘máscara escura’”,
explicou o ornitólogo
A ‘máscara’ da qual Cohn-Haft se refere é a região de pelagem escura ao redor dos olhos que, com o decorrer do amadurecimento da espécie, vai sendo substituída pela penugem branca. Esse fenômeno é conhecido como “spectacled owl”, que seria o equivalente à “coruja de óculos”, fato que inclusive deu origem a um dos apelidos da murucututu.
O murucututu macho mede entre 40,5 e 51 centímetros, pesando entre 580 e 1075 gramas. Já a fêmea desta espécie costuma ser maior, medindo entre 42 e 53 centímetros e chegando a pesar entre 680 e 1250 gramas.
Como explicado antes, sua distribuição geográfica é ampla e a espécie pode ser encontrada em todo o território brasileiro. Contudo, o desmatamento tem sido um risco à sua sobrevivência no Cerrado, segundo o ornitólogo.
“Ela é considerada rara na Mata Atlântica, onde ocorre uma outra espécie, o murucututu-de-barriga-amarela (Pulsatrix koeniswaldiana), mas ainda continua bastante comum na Amazônia. Em Manaus, ocorre ainda em grandes remanescentes florestais, como na Universidade Federal do Amazonas (Ufam)”,
pontuou o pesquisador.
Em relação à vocalização, Cohn-Haft relata que é provável que o canto da fêmea seja um pouco mais grave que a do macho, mas ambos possuem o mesmo ritmo.
“O casal frequentemente canta em dueto, os dois indivíduos sobrepondo ou alternando seus cantos. Nesses momentos, dá para perceber que um canta mais grave que o outro. Considerando que a fêmea é maior que o macho em praticamente todas as espécies de aves de rapina, é de se esperar que o canto da fêmea seja ligeiramente mais grave”,
indicou.
O ornitólogo ressalta ainda que a espécie é bastante procurada por observadores de pássaros e “importante no ecossistema pelo controle populacional de roedores e outros pequenos mamíferos”.
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