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Lula veta parcialmente projeto de Lei do Marco Temporal

Lula veta parcialmente projeto de Lei do Marco Temporal

O presidente Lula vetou, parcialmente, o projeto de lei do Congresso que estabelece a tese do Marco Temporal para a demarcação de Terras Indígenas no país. A decisão foi anunciada por Lula em sua rede social, no início da noite desta sexta-feira (20). O veto, no entanto, precisa ser publicado no Diário Oficial da União, o que deve acontecer ainda hoje, data final para manifestação do Executivo.

“Vetei hoje vários artigos do Projeto de Lei 2903/2023, ao lado da ministra @GuajajaraSonia e dos ministros @padilhando e @jorgemessiasagu, de acordo com a decisão do Supremo sobre o tema. Vamos dialogar e seguir trabalhando para que tenhamos, como temos hoje, segurança jurídica e também para termos respeito aos direitos dos povos originários”.

Segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, além de qualquer menção ao marco temporal para demarcação de terras indígenas – que considera passíveis de titulação apenas os territórios ocupados na data da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988 – estão trechos que previam a possibilidade de cultivo de transgênicos e atividades garimpeiras dentro de territórios indígenas. Também foi vetada a proposta de construção de rodovias dentro desses territórios.

O projeto dos parlamentares (PL nº 2.903/2023), no entanto, traz outras mudanças na forma como as terras indígenas são demarcadas e ocupadas no país. O veto apenas parcial é uma indicação de que Lula não quer entrar em conflito com a bancada ruralista do Congresso. 

Investida do Congresso.

O PL 2.903/2023 foi aprovado no Senado no dia 27 de setembro, mesma data em que o Supremo Tribunal Federal (STF) finalizou o julgamento da tese, decidindo pela sua invalidade. Foram 43 votos a favor e 21 contra. 

Na ocasião, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que a atitude dos senadores não era uma afronta à decisão do STF. “Não há sentimento revanchista com a Suprema Corte. Sempre defendi a autonomia do Judiciário e o valor do STF. Mas não podemos nos omitir do nosso dever: legislar”, disse Pacheco.

Como o projeto dos parlamentares já havia passado pela Câmara – foi aprovado em maio pelos deputados federais – a proposta foi diretamente para sanção presidencial.

Desde sua aprovação no Congresso, o Ministério Público Federal e organizações da sociedade civil se manifestaram, em diferentes ocasiões, pedindo que o texto fosse vetado integralmente. 

Eles defendiam que o projeto não só contrariava o entendimento da Suprema Corte em relação à tese, mas também trazia uma série de outros retrocessos.

Entre esses retrocessos estava a autorização para instalação de bases, unidades e postos militares e demais intervenções militares dentro de Terras Indígenas, além da exploração energética e mineral nessas áreas, independente da consulta às comunidades indígenas envolvidas.

Próxima semana

O veto parcial da presidência ainda deverá ser apreciado em sessão conjunta do Senado e Câmara dos Deputados. Para rejeição do veto, é necessária maioria absoluta dos votos, ou seja, 257 votos de deputados e 41 votos de senadores. Caso o Congresso não alcance este número de votos em alguma das Casa – ou em ambas –, o veto é mantido.

A sessão conjunta entre Senado e Câmara deve acontecer na próxima terça-feira (24). Segundo apurou ((o))eco, caso os vetos de Lula sejam derrubados pelos parlamentares, diferentes organizações da sociedade civil já estão preparadas para entrar na justiça contra pontos da proposta.



As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site O Eco e são de total responsabilidade do autor.
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