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O El Niño é um fenômeno natural que está ativo desde o ano passado e provocou chuvas intensas nas regiões Sul e parte do Sudeste, e provocou uma seca histórica na Amazônia. No ano de 2024, apesar das chuvas, a vazão de alguns rios ficou abaixo da média histórica, provocando o acionamento de termoelétricas para atender à demanda da população.
O professor Pedro Luiz Côrtes, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo (USP), explica os fenômenos provocados pelo El Niño e como será a transição desse acontecimento para o La Niña.
Transição para o La Niña
Com um prognóstico de fim do El Niño em conjunto com o verão, o docente explica que ocorrerá uma fase de transição até o La Niña.
“Se espera que essa situação fique estável durante três ou dois meses para que ocorra o que se chama acoplamento, ou seja, aquilo que está acontecendo no oceano seja reproduzido pela atmosfera. A partir do momento que isso acontece você pode caracterizar que se tem o El Niño ou o La Niña”,
complementa.
Efeitos no uso de energia
O professor explica que os principais reservatórios para as usinas hidrelétricas, apesar de não estarem com uma margem ruim, ainda estão abaixo do necessário para fornecer energia suficiente para a sociedade brasileira. Isso se deve muito ao fato da falta de chuvas amazônicas, que abastecem muitos desses reservatórios.
Ele ainda fala que a conta de energia deve subir no período entre a transição do El Niño para o La Niña, já que, apesar da volta de chuvas na Amazônia, a reposição do nível nos grandes reservatórios deve ocorrer somente no segundo semestre — período em que começa o inverno amazônico, provocando chuvas na Amazônia. Esse período, de acordo com o professor, vai provocar uma diminuição importante do nível das hidrelétricas, criando a necessidade de um uso maior das termoelétricas.
“As termoelétricas mais frequentemente utilizadas, a carvão, gás e óleo, representam um custo muito alto, e elas vão ser acionadas com o final do El Niño até a estabilização do clima, já para o final do segundo semestre deste ano”, finaliza.
*O conteúdo foi originalmente publicado pelo Jornal da USP
As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Portal Amazônia e são de total responsabilidade do autor.
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