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Esperança Garcia: a primeira advogada do Piauí

Esperança Garcia: a primeira advogada do Piauí

Esperança Garcia: a primeira advogada do Piauí

Esperança Garcia foi uma mulher negra que viveu no século XVIII no Piauí, sob o regime da escravidão. Apesar das dificuldades e violências que enfrentou, ela se destacou por sua coragem, inteligência e resistência, sendo considerada a primeira advogada do estado e uma das precursoras da literatura afro-brasileira.

Neste artigo, vamos conhecer um pouco mais sobre a vida e a obra de Esperança Garcia, uma heroína da pátria que merece ser lembrada e homenageada.

Esperança Garcia nasceu por volta de 1751 na Fazenda Algodões, uma propriedade dos padres jesuítas localizada no atual município de Nazaré do Piauí. Na fazenda, ela aprendeu a ler e escrever com os catequistas, que ensinavam os escravizados e os indígenas. Ela também aprendeu a trabalhar como marisqueira, pescadora e lavradora. ¹²

Aos 16 anos, Esperança casou-se com um homem angolano chamado Ignácio e teve seu primeiro filho. Porém, em 1760, os jesuítas foram expulsos do Brasil pelo Marquês de Pombal, um diplomata português que reformou o império colonial. A Fazenda Algodões foi transferida para outros senhores de escravos, e Esperança foi levada para a casa do capitão Antônio Vieira de Couto, em Oeiras, a primeira capital do Piauí. Lá, ela foi separada de seu marido e de seus filhos, que ficaram na Fazenda Algodões. ¹²

Na casa do capitão Vieira de Couto, Esperança sofreu diversos maus-tratos e abusos físicos pelo feitor da fazenda. Ela também testemunhou as violências cometidas contra outros escravizados e escravizadas. Diante dessa situação, ela decidiu escrever uma carta ao governador da Capitania do Maranhão, Gonçalo Lourenço Botelho de Castro, em 6 de setembro de 1770.

Na carta, Esperança relatou as crueldades que sofria e pediu para ser resgatada junto com seu filho mais novo, que também estava na casa do capitão. Ela também pediu para voltar à Fazenda Algodões e para ter sua filha mais velha batizada. Além disso, ela se referiu ao governador como seu “padrinho”, pois ele havia sido o padrinho de batismo de seu marido Ignácio. ¹²³

A carta de Esperança Garcia é considerada a primeira petição escrita por uma mulher na história do Piauí, o que a torna uma precursora da advocacia no estado. A carta apresenta elementos jurídicos importantes, como endereçamento, identificação, narrativa dos fatos, fundamento no direito e um pedido. Além disso, a carta é um documento importante nas origens da literatura afro-brasileira, pois expressa a voz e a resistência de uma mulher negra escravizada. ²

Não se sabe ao certo se o pedido de Esperança foi atendido pelo governador e se ela conseguiu reencontrar sua família. Em 1979, o historiador Luiz Mott encontrou a carta no arquivo público do estado e a divulgou para o público. Em 1999, após reivindicações do movimento negro piauiense, o dia 6 de setembro foi oficializado como o Dia Estadual da Consciência Negra. Em 2017, a Comissão da Verdade da Escravidão Negra da Ordem dos Advogados do Brasil no Piauí (OAB-PI) publicou uma pesquisa intitulada “Dossiê Esperança Garcia: Símbolo de Resistência na Luta pelo Direito”. ¹²

Esperança Garcia deixou um legado de luta e esperança para as gerações futuras. Ela foi reconhecida como uma heroína da pátria brasileira pela Lei Federal nº 13.697/2018 e teve seu nome inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, conhecido como Panteão da Pátria. Ela também inspirou diversas homenagens na cultura popular, como livros, filmes, peças teatrais e sambas-enredo. Em Teresina, há um memorial dedicado à sua memória e um instituto que leva seu nome e promove iniciativas de educação em direitos humanos. ¹²

Esperança Garcia foi uma mulher negra escravizada que se destacou por sua coragem, inteligência e resistência no século XVIII no Piauí. Ela escreveu uma carta ao governador da Capitania do Maranhão denunciando os maus-tratos que sofria e pedindo para ser resgatada junto com seu filho mais novo. A carta é considerada a primeira petição escrita por uma mulher na história do Piauí e um documento importante nas origens da literatura afro-brasileira.

Esperança Garcia é considerada a primeira advogada do Piauí e uma heroína da pátria brasileira. Ela deixou um legado de luta e esperança para as gerações futuras e inspirou diversas homenagens na cultura popular.

Esperança Garcia é um exemplo de mulher negra que não se conformou com a opressão e a violência impostas pela escravidão e buscou seus direitos por meio da escrita. Ela é uma fonte de inspiração para todas as pessoas que lutam por liberdade, justiça e dignidade.

¹: Quem é Esperança Garcia, a escravizada considerada a primeira advogada do Piauí | Piauí | G1
²: Esperança Garcia – Wikipédia
³: Carta de Esperança Garcia – Wikipédia
: Mulher negra escravizada no século XVIII,
Esperança Garcia é reconhecida como a primeira advogada do Brasil | G1
: Home | Esperança Garcia

 

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