Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
COP30 começa com protesto simbólico

COP30 começa com protesto simbólico


Belém (PA) – Quem circulou desde a manhã desta segunda-feira (10) pelo Hangar COP30 não pode deixar de observar uma samaúma solitária no meio do caminho, cortada e sem sombra. Nada mais emblemático neste primeiro dia da Conferência das Partes (COP). Céticos de que pouco se decidirá, um grupo de manifestantes realizou um protesto simbólico na frente da entrada dos pavilhões, que ficam em um antigo aeroporto. Deitados no chão e cobertos por lençóis manchados de tinta vermelha, ativistas da Caravana Mesoamericana por el Clima y la Vida denunciaram a morte, o desaparecimento e a prisão de defensores do meio ambiente, em solidariedade a comunidades que resistem à violência em seus territórios, como na Palestina e na Amazônia.

Cerca de 50 pessoas percorreram, desde 12 de outubro, mais de 4 mil quilômetros, vindas do México. Já passaram pela Guatemala, El Salvador, Honduras, Costa Rica, Panamá e Colômbia, até chegar ao Brasil, a pé, de barco e de avião. “Viemos  e estamos protestando porque sabemos que aqui não se vai resolver nenhum problema”, disse Dianx Cantarey, coordenadora global da iniciativa Dívida por Clima, do México.

O grupo tem feito esse percurso para amplificar as lutas, para tecer a resistência e para poder formar uma frente unida diante de todos os mecanismos que tentam financiar o massacre da vida dos defensores ambientais. “Alguns de nós temos credenciamento [para a COP30], mas, ainda assim, o importante não é o espaço, e sim tecer redes com os movimentos de base”, declarou Cantarey.

O primeiro dia oficial da Blue Zone na COP30 foi marcado por intensa movimentação de pessoas de diversas partes do mundo e por uma manifestação contra o desaparecimento de defensores do meio ambiente (Foto: Juliana Pesqueira/Amazônia Real/2025).

Já o cientista e empreendedor Zbigniew Stanislaw Kozak, polonês que mora em Manaus (AM), quis tirar uma selfie com a árvore de sumaúma morta para não perder o registro. Kozak veio até Belém para mostrar um meio de transporte tecnológico, sustentável e econômico, equipado com motor elétrico, baterias e painéis fotovoltaicos, que captam a luz do Sol e a transformam em energia elétrica. A ideia dos barcos  e rabetas elétricas é facilitar a vida dos ribeirinhos que vivem de navegar pelos rios da Amazônia.

A comunicadora e ativista canadense Zoë Caron e suas amigas também arriscaram fotos diante da gigante amazônica. Ela chegou em Belém em 3 de novembro e nos disse que trabalha em uma organização de “abraçadores de árvores”, que criam propostas para atender às necessidades do planeta, chamada Canopy Planet.

Mais à frente no caminho de asfalto, encontramos com Maryanne Rimbao, membro fundadora e diretora da Associação de Mulheres Indígenas Humanidade e Natureza (Humanity and Nature Indigenous Women’s Association), da Papua-Nova Guiné. Abrindo seus braços como um pássaro para exibir a bandeira do seu território, ela veio para a COP30 discutir os direitos das mulheres indígenas da Oceania. Papua Nova Guiné, no sudoeste do Oceano Pacífico, abrange a metade oriental de Nova Guiné e suas ilhas em alto-mar. Com uma imensa diversidade cultural e biológica, o país é conhecido por suas praias e seus recifes de corais.

Maryanne Rimbao, membro fundadora e diretora da Associação de Mulheres Indígenas Humanidade e Natureza (Papua Nova-Guiné) (Foto: Juliana Pesqueira/ Amazônia Real/2025).

Eventos como a COP não servem apenas para que os países decidam os rumos do futuro das políticas climáticas internacionais. Essas discussões ocorrem na Zona Azul (Blue Zone) da conferência mundial, que ocorre pela primeira vez na Amazônia. Diplomatas, políticos, ativistas, lideranças de territórios tradicionais e organizações de diversas partes do mundo já circulam em grande número pelo Hangar COP30. Mas apenas delegações oficiais, chefes de Estado, observadores e imprensa credenciada são autorizados a circular são autorizados a ingressar onde acontecem as negociações oficiais.

Na COP30, a Zona Azul permitirá a países, organizações credenciadas e Organizações Não-Governamentais (ONG’s) dialogarem e apresentarem seus projetos, estratégias e soluções para a agenda climática. Organizada pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), a área contará com plenárias, encontros multilaterais, eventos secundários, escritórios para delegações, sala de reuniões e imprensa credenciadas. Além de pavilhões para organizações e países interessados em expor suas ideias para um futuro mais sustentável.

O Brasil contará com um pavilhão oficial na Blue Zone, que será organizado pelo governo federal. A COP30 também conta com outros espaços, como a Zona Verde (Green Zone). Localizado no Parque da Cidade, esse é o espaço aberto ao público, voltado para a sociedade civil, empresas, instituições públicas e outras ONGs.


A Cobertura da Crise Climática e COP30 da Amazônia Real é exclusiva para amplificar as vozes dos povos indígenas e tradicionais da região região amazônica. Republique nossos conteúdos: Os textos, fotografias e vídeos produzidos pela equipe da agência Amazônia Real estão licenciados com uma Licença Creative Commons – Atribuição 4.0 Internacional (CC BY ND 4.0), e podem ser republicados na mídia: jornais impressos, revistas, sites, blogs, livros didáticos e de literatura; com o crédito do autor e da agência Amazônia Real. Fotografias cedidas ou produzidas por outros veículos e organizações não atendem a essa licença e precisam de autorização dos autores.


As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site Amazônia Real e são de total responsabilidade do autor.
Ver post do Autor

Postes Recentes