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Células-tronco de panda-gigante podem ajudar a finalmente salvar espécie

Células-tronco de panda-gigante podem ajudar a finalmente salvar espécie

Considerado um dos animais mais fofos do planeta, os pandas-gigantes (Ailuropoda melanoleuca) enfrentam sérios problemas de sobrevivência. Embora a espécie tenha sido reclassificada pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) de “em perigo” para “vulnerável”, algumas ameaças persistem, e talvez a mais séria seja a reprodução em cativeiro.

Com o problema parcialmente superado, graças à introdução de novas técnicas de manejo, nutrição e compreensão do comportamento dos animais, os profissionais de zoológicos e áreas de conservação têm que lidar também com a baixa taxa de reprodução natural da espécie de, no máximo, 36 horas por ano.

Agora, um estudo publicado recentemente na revista Science propõe uma maneira inovadora de garantir essa sobrevivência: reprogramar células da pele de pandas-gigantes para que se transformem em células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs). Mesmo criadas artificialmente, essas células pluripotentes possuem características semelhantes às suas análogas naturais.

Criando as células-tronco de pandas

As iPSCs de panda-gigante mostraram estado de pluripotência e potencial de diferenciação. (Fonte: Yuliang Liu, 2024/Divulgação)

Tecnologia que deu o prêmio Nobel ao médico japonês Shinya Yamanaka em 2012, as “iPSCs oferecem uma fonte autorrenovável e inesgotável de material de espécies ameaçadas, capaz de regenerar vários tipos de células conforme necessário”, explicam os autores do estudo atual. 

Depois de se mostrar eficaz na “desextinção” do rinoceronte-branco-do-norte, a criação de iPSCs a partir de pandas-gigantes não teve o mesmo sucesso, quando os pesquisadores usaram condições experimentais já testadas para camundongos e células humanas. 

Voltando à estaca zero, eles mudaram alguns detalhes, até chegar às condições corretas. “Os clones [iPSC] eram muito lindos”, disse Liu em um release.

O que os pesquisadores fizeram com as células-tronco do panda-gigante?

x. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
É proibido coletar óvulos de pandas-gigantes vivos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Se a transformação de células da pele do panda-gigante em células-tronco já foi um “parto”, o grande desafio veio a seguir: o que fazer com essas células agora? Duas opções óbvias seriam criar esperma do animal e, principalmente, óvulos. Isso porque induzir as pandas fêmeas a produzirem mais óvulos (para recuperá-los) é proibido.

Sem ter como coletar óvulos de pandas-gigantes vivos, os cientistas pensaram em fazer isso com indivíduos recém-falecidos, mas logo desistiram. “A escassez de indivíduos falecidos, muitos dos quais são idosos ou têm problemas de saúde, complica ainda mais a coleta de óvulos viáveis”, explica Liu. 

Embora o objetivo final da pesquisa seja usar essas células-tronco para criar um animal, afirma Liu, isso não quer dizer que será possível gerar um panda-gigante de proveta imediatamente, pois, mesmo reprogramadas para um estado pluripotente, as iPSCs não são ainda um embrião

De qualquer forma, o estudo forneceu uma ferramenta valiosa para pesquisa, e a base para geração de gametas de pandas-gigantes in vitro. 

As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site Mega Curioso e são de total responsabilidade do autor.
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