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Audiência de conciliação sobre lei que proíbe pesca em MT termina sem acordo no STF

Audiência de conciliação sobre lei que proíbe pesca em MT termina sem acordo no STF

Terminou sem acordo a audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a validade da lei que proíbe a pesca profissional em Mato Grosso pelos próximos 5 anos. Realizada nesta terça (2), a audiência ocorreu dentro das Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) que questionam a legislação, protocoladas pelo MDB (ADI 7471), PSD (ADI 7514) e pela Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores (ADI 7590). O relator das ações, o ministro André Mendonça, pediu novo parecer da Procuradoria-Geral da República, e tomará uma decisão após esta manifestação.

Originalmente, a Lei do Transporte Zero (12197/23) proibia o transporte, armazenamento e comercialização de qualquer peixe pescado nos rios do estado, com exceção da pesca de subsistência, da captura de peixes nas margens de rios para consumo no local e do comércio de iscas vivas. Diante das contestações judiciais, a Assembleia Legislativa do estado (ALEMT) aprovou a Lei 12434/24, que limitou a proibição a 12 espécies – cachara, caparari, dourado, jaú, matrinchã, pintado, piraíba, piraputanga, pirarucu, pirara, trairão e tucunaré. Assim como dizia a primeira lei, os afetados receberiam um auxílio de um salário mínimo por mês.

Os pescadores, porém, contestam a eficácia dessa alteração e pediram, na audiência desta terça, a liberação de 4 espécies – pintado, tucunaré, trairão e piraputanga. Em audiência pública realizada dias antes da aprovação da nova lei, o deputado estadual Wilson Santos (PSD), vice-presidente da Comissão de , Recursos Hídricos e Recursos Minerais da ALEMT, disse que as espécies proibidas “representam 90% da pesca comercial” realizada no estado.

Além disso, receber o auxílio prometido pelo governo de Mato Grosso faria com que os pescadores perdessem o direito à aposentadoria especial como pescadores artesanais. “Os pescadores são considerados extrativistas e têm direito à aposentadoria especial. Mas ao receberem um auxílio que não é oriundo da pesca, o INSS considera que eles têm outra renda que não vem da pesca e cessa a condição de aposentados especiais. Relatório do próprio INSS mostra que há perdas caso a Lei do Transporte Zero seja mantida como está”, disse Nilma Silva, presidente da Associação dos Pescadores de Mato Grosso, na audiência pública da ALEMT.

No dia anterior à audiência de conciliação, o MDB juntou aos autos da ADI 7471 o pedido para extensão da petição inicial para solicitar a inconstitucionalidade da mais recente lei. Segundo o partido, o texto aprovado pelo legislativo mato-grossense é fruto de “proposta conciliatória” apresentada nos autos da ADI no dia 1º de fevereiro. Essa proposta, porém, recebeu parecer contrário da Advocacia-Geral da União (AGU) na ADI 7590, de autoria da Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores (CNPA). Nela, o advogado-geral da União, Jorge Messias, afirma que a nova lei “não se revela adequada para sanar a inconstitucionalidade presente na legislação impugnada e nem para solucionar as graves consequências impostas aos pescadores”.

Como a proposta conciliatória acabou sendo transformada em lei, o MDB solicitou que o ministro André Mendonça decretasse o encerramento da fase conciliatória da ação, a suspensão das leis contestadas e, ao final do julgamento, a inconstitucionalidade de ambas. 

A audiência estava inicialmente prevista para o dia 5 de março, mas foi adiada duas vezes – para 26 de março e finalmente para 2 de abril. Participaram da audiência desta terça representantes do MDB, PSD e da CNPA – que propuseram as três ADIs –, da Advocacia-Geral da União, dos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima e da Pesca e Aquicultura, do Ibama, do INSS, da Assembleia Legislativa de Mato Grosso e do respectivo governo estadual.

As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site O Eco e são de total responsabilidade do autor.
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