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Estudo mapeia mecanismos de financiamento para bioeconomia

Estudo mapeia mecanismos de financiamento para bioeconomia

Estudo mapeia mecanismos de financiamento para a bioeconomia. Foto: Divulgação

Um diagnóstico inédito sobre o ecossistema de financiamento da bioeconomia na Amazônia Legal foi lançado, neste mês, a partir de uma parceria entre a Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), a rede Uma Concertação pela Amazônia, a Frankfurt School of Finance and Management e a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).

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Estudo inédito mapeia 159 mecanismos de financiamento para a bioeconomia. Foto: Ronaldo Rosa

O estudo mapeou 159 mecanismos financeiros e 111 instituições que atuam na região, com foco em identificar formatos, lacunas e oportunidades estratégicas para ampliar o alcance e a eficácia do crédito e dos investimentos voltados ao setor.

A pesquisa adotou um recorte abrangente, que inclui tanto a bioeconomia em sentido amplo quanto a sociobioeconomia — segmento baseado na valorização da sociobiodiversidade e protagonizado por povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultores familiares. Do total de mecanismos levantados, 23% são exclusivos para bioeconomia, 28% atendem a comunidades locais, sendo 13% referentes a instrumentos exclusivos para bioeconomia em base comunitária.

O levantamento revelou um ecossistema institucional diverso, mas ainda fragmentado. A filantropia nacional aparece como o ator com maior presença (29%), sendo que 46% de sua atuação é direcionada à sociobioeconomia. Bancos e agencias públicas de fomento públicos exercem papel estruturante: cerca de 50% dos mecanismos que operam são exclusivos para Amazônia Legal e 33% desses têm foco direto na sociobioeconomia. Já o capital empreendedor, apesar do potencial para inovação escalável, tem baixa aderência a iniciativas comunitárias (11%).

Entre as soluções inovadoras identificadas nos estudos de caso, destacam-se garantias estruturadas, fundos híbridos, hubs territoriais, uso de projetistas locais, governança compartilhada e plataformas de cofinanciamento. Essas iniciativas mostram como arranjos adaptados à realidade amazônica podem ampliar o alcance do financiamento, reduzir riscos e aproximar recursos de empreendedores e comunidades.

Apesar dos avanços, persistem gargalos: burocracia, falta de informações claras sobre produtos financeiros, dificuldades logísticas e fundiárias e taxas de juros incompatíveis com o tempo de retorno dos negócios de base comunitária. O estudo recomenda a criação de uma estratégia nacional de financiamento à bioeconomia, capaz de articular fontes públicas, privadas, filantrópicas e multilaterais, estabelecer prioridades territoriais e fortalecer a presença de financiadores junto a comunidades locais.

Para a secretária-executiva de Uma Concertação pela Amazônia, Lívia Pagotto, compreender a pluralidade das “Amazônias” e das diferentes bioeconomias é essencial para direcionar recursos de forma efetiva. “Mapeamos mais de 150 mecanismos e conseguimos enxergar como eles chegam — ou não — à realidade do território. Vemos avanços, mas ainda com grandes ajustes a fazer para consolidar esse campo em desenvolvimento”, afirmou.

Foto: Marcelo Lelis/Agência Pará

A consultora da Frankfurt School, Débora Masullo, reforçou que o estudo não analisou volumes de recursos, mas aprofundou a compreensão sobre a diversidade de instrumentos e gargalos para a bioeconomia. “Somente 23% dos mecanismos mapeados são exclusivos para bioeconomia, e, dentro da sociobioeconomia, esse percentual cai para 13%. Isso mostra o desafio e, ao mesmo tempo, a oportunidade de expandir o alcance de instrumentos adaptados às comunidades tradicionais e agricultores familiares”, explicou.

O diretor-executivo da ABDE, André Godoy, detalha que a realização do estudo está inserida em uma jornada de pesquisas e eventos da ABDE até a COP30, em Belém. “Este trabalho cristaliza o propósito de identificar problemas, trazer soluções e reunir os diversos setores da sociedade para transformar desafios em oportunidades”, finalizou.

O relatório completo está disponível em AQUI 

As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Portal Amazônia e são de total responsabilidade do autor.
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