Neste domingo (17), mais de 100 ativistas se juntaram na Enseada de Botafogo, no Rio de Janeiro, para chamar atenção para a defesa da Amazônia e cobrar os chefes de Estado que participam do encontro da Cúpula do G20 sobre a necessidade colocar o destino da maior floresta tropical do mundo dentro na pauta. Realizado a cerca de 8km de onde os líderes das vinte maiores economias do mundo se reúnem esta semana, o ato, batizado de “A Amazônia está de olho”, contou com a participação de lideranças indígenas, como Txai Surui, de Rondônia, quilombolas e extrativistas.
O ato foi organizado através do movimento Amazônia de Pé e deixa um recado claro: o presente e o futuro da Amazônia precisam entrar na pauta de debates do G20.
“A Amazônia precisa estar no centro das atenções e das discussões dos chefes de Estado globais. Ao trazer os rostos das lideranças amazônicas para essa ação, humanizamos a crise ambiental. Por trás das estatísticas e notícias, há pessoas lutando para proteger seus territórios, seu presente e futuro. Queremos enviar uma mensagem clara e poderosa aos líderes mundiais reunidos no G20, incluindo o presidente Lula: a Amazônia está atenta ao que eles estão fazendo e às decisões que estão tomando a portas fechadas, enquanto o Brasil enfrenta uma crise ambiental sem precedentes, com queimadas devastando o país inteiro. E o que acontece na maior floresta tropical do mundo afeta todo o planeta”, reforça Daniela Poubel, diretora do Amazônia de Pé.
A Declaração Final da Cúpula do G20 foi publicada na madrugada desta terça-feira (19). Entre os três pontos principais, o documento cita o financiamento climático, a redução de emissões de gases estufa e combate ao desmatamento, mas especialistas queriam mais clareza e um posicionamento mais direto das nações.
Entre as propostas defendidas pelo movimento Amazônia de Pé está a destinação dos cerca de 57 milhões de hectares de Florestas Públicas Não Destinadas para povos indígenas, quilombolas e Unidades de Conservação e a implementação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (Tropical Forests Forever Facility, ou TFFF na sigla em inglês), um fundo de investimento multilateral voltado para recompensar os países com florestas tropicais por protegerem-nas e garantindo mais recursos para mantê-la de pé.
Sobre isso, a declaração dos líderes diz vai tomar medidas para “prevenir, gerenciar e lidar com os impactos negativos de secas e incêndios florestais extremos” e que incentiva mecanismos inovadores de financiamento para manutenção das florestas em pé.
“Queremos ver mais ação concreta em relação ao fundo, que pode ajudar na proteção das Florestas Públicas da Amazônia e de outras florestas tropicais ao redor do mundo”, aponta Daniela. “Projetos como o Tropical Forests Forever Facility precisam sair do papel, com metas claras e compromissos firmes para financiar a conservação e recuperação das florestas tropicais. Isso é essencial não apenas para a Amazônia, mas para o equilíbrio climático global”, completa.
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