Um encontro movimentou o Vaticano no dia 16 de maio. O Cacique Raoni entregou para o Papa Francisco uma carta com o pedido de ajuda no trabalho de conscientizar os políticos brasileiros sobre a importância da preservação do meio ambiente e dos povos originários.
O líder indígena viajou para a sede da igreja católica para participar do seminário “Da crise climática à resiliência climática”, promovido pelas Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais e realizado de 14 a 17 de maio na Casina Pio IV.
Em seu discurso, o Papa sublinhou que “os dados sobre as mudanças climáticas pioram a cada ano e portanto, é urgente proteger as pessoas e a natureza”. Francisco parabenizou “as duas Academias por liderarem este esforço e produzirem um protocolo de resiliência universal. As populações mais pobres, que pouco têm a ver com as emissões poluentes, precisarão receber maior apoio e proteção”.
“A destruição do ambiente é uma ofensa a Deus, um pecado que não é apenas pessoal, mas também estrutural, que coloca seriamente em perigo todos os seres humanos, especialmente os mais vulneráveis, e ameaça desencadear um conflito entre gerações”, disse o Papa, que perguntou: “Estamos trabalhando em prol de uma cultura da vida ou de uma cultura da morte?”
Estamos diante de desafios sistêmicos distintos, mas interligados: as mudanças climáticas, a perda da biodiversidade, a degradação ambiental, as desigualdades globais, a insegurança alimentar e uma ameaça à dignidade das populações envolvidas. Se não forem abordados de forma coletiva e urgente, esses problemas representam ameaças existenciais para a humanidade, para outros seres vivos e os ecossistemas.
“Mas que seja claro: são os pobres da Terra que mais sofrem, apesar de serem os que menos contribuem para o problema. As nações mais ricas, cerca de um bilhão de pessoas, produzem mais da metade dos poluentes que retêm o calor. Contrariamente, os três bilhões de pessoas mais pobres contribuem com menos de 10%, mas arcam com 75% das perdas resultantes. Os 46 países menos desenvolvidos, em sua maioria africanos, são responsáveis por apenas 1% das emissões globais de CO2. Ao invés disso, as nações do G20 são responsáveis por 80% dessas emissões”.
*Com informações do Vatican News
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