O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar os ataques de Israel à população da Faixa de Gaza. Em pronunciamento ao lado do presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, em Cairo, capital do país africano, Lula destacou os ataques das tropas israelenses contra mulheres e crianças palestinas, afirmando que “não há nenhuma explicação” para isso.
Sobre a guerra entre Israel e o Hamas, Lula pontuou que “o Brasil foi um país que condenou de forma veemente a posição do Hamas no ataque a Israel e ao sequestro de centenas de pessoas”, chamando o ato de “terrorista”. As declarações foram proferidas nesta quinta-feira 15, em coletiva de imprensa.
Entretanto, segundo o presidente brasileiro, “não tem nenhuma explicação para o comportamento de Israel”, que, a pretexto de derrotar o Hamas, “está matando mulheres e crianças”. Para Lula, essa é uma “coisa jamais vista em qualquer guerra”.
Como de hábito, Lula cobrou a reformulação nas instâncias de governança internacional, especialmente o conselho de segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que, segundo o presidente, deveria incluir mais países.
“É preciso que os membros do Conselho de Segurança sejam atores pacifistas, e não atores que fomentam a guerra”, declarou o presidente.
Lula aproveitou o tema para chamar a atenção para o fato de que Israel teria a “primazia” de descumprir decisões tomadas pelas Nações Unidas.
“A única coisa que se pode fazer é pedir paz pela imprensa, mas me parece que Israel tem a primazia de não cumprir nenhuma decisão emanada da direção das Nações Unidas”, criticou o presidente.
Sobre a relação entre Brasil e Egito, Lula lembrou que a iniciativa egípcia de criação de uma zona livre de armas no Oriente Médio é apoiada pelo Brasil. Lula também destacou que espera o apoio do país africano na presidência brasileira do G20, especialmente sobre dois temas: a aliança global contra a fome e a pobreza, e a mobilização global contra a mudança climática.
Apesar da posição estratégica do Egito como canal de saída da Faixa de Gaza, o país enfrenta problemas internos.
O governo de Abdel al-Sisi foi instalado no país em 2013, após retirar do poder o ex-presidente Mohamed Morsi. Desde então, casos de violação aos direitos humanos são recorrentes no país africano.
A Anistia Internacional, por exemplo, já indicou que o regime de al-Sisi é marcado por prisões em massa de opositores políticos, apontando que cerca de 60 mil pessoas estejam presas pelo governo pelo fato de serem opositoras. O governo, porém, nega.
País árabe mais populoso, com pouco mais de 100 milhões de habitantes, o Egito também vem experimentando, nos últimos anos, uma taxa de pobreza acima dos 30%.
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