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21% das moradias da capital do Rio de Janeiro são muito  vulneráveis às chuvas extremas, aponta índice

21% das moradias da capital do Rio de Janeiro são muito  vulneráveis às chuvas extremas, aponta índice

Um quinto dos domicílios da cidade do Rio de Janeiro estão localizados em áreas de alta vulnerabilidade a deslizamentos ou inundações. São mais de 590 mil em risco. O dado é do Índice de Vulnerabilidade a Chuvas Extremas na cidade do Rio de Janeiro (IVCE-RJ), criado para mapear as moradias mais vulneráveis a chuvas extremas a partir do cruzamento de dados socioeconômicos com informações de risco geológico. 

Para deslizamentos, são 70 mil moradias em alta vulnerabilidade, das quais 9,7 mil em muito alta. Já para inundações, a ferramenta aponta 530 mil em alta, com 132 mil em muito alta. O índice faz parte do projeto Rio 60º – Como a cidade se prepara para os eventos climáticos extremos, desenvolvido pela Ambiental Media em parceria com o grupo de pesquisa RioNowcast+Green, do Instituto de Computação da Universidade Federal Fluminense (Instituto de Computação/UFF). O projeto conta com o apoio do Pulitzer Center e do Instituto Serrapilheira.

“Acompanhar os dados climáticos faz parte do trabalho da Ambiental e a escalada dos eventos extremos é algo que nos preocupa. Antes mesmo da tragédia no Rio Grande Sul, quando acessamos os dados das chuvas em São Sebastião (SP) e, alguns anos antes, em Petrópolis (RJ), passamos a refletir sobre os efeitos de uma chuva tão devastadora em uma capital brasileira”, explicou Thiago Medaglia, um dos idealizadores do projeto Rio 60ºC, ao lado da pesquisadora Mariza Ferro, da UFF.

As análises utilizaram as Cartas de Suscetibilidade a Movimentos Gravitacionais de Massa e Inundações, do Serviço Geológico Brasileiro (SGB), e suas definições de áreas do território com suscetibilidade alta, média ou baixa a inundações ou movimentos de massa. Já as informações socioeconômicas são do Instituto Pereira Passos (Data.rio) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice é uma ferramenta para tornar evidente o risco crescente de desastres e fundamentar ações de adaptação e justiça climática. Segundo Medaglia, o recurso foi criado para contribuir com o debate climático, sobretudo com foco nas capitais brasileiras. “Contudo, é importante considerar que, mesmo baseado em ciência de ponta e co-criado por cientistas e jornalistas, o IVCE-RJ é uma ferramenta de comunicação científica com base em dados disponíveis e não o resultado de uma pesquisa acadêmica convencional”, completou.

Mapeamento de vulnerabilidades

No Morro dos Prazeres, em Santa Teresa (RJ), 34 pessoas morreram no último grande desastre por deslizamento na cidade, em 2010. O IVCF-RJ apontou 604 domicílios particulares, 35% do total, em áreas de alta vulnerabilidade para deslizamentos, dos quais 222 estão em muito alta. Na Rocinha, um total de 10,5 mil domicílios (42%) estão em alta vulnerabilidade para deslizamentos – desses, são 1,4 mil em muito alta. 

A vulnerabilidade a inundações também apresenta dados elevados. Em janeiro de 2024, chuvas provocaram a morte de quatro pessoas e danificaram mais de 20 mil casas na região dos bairros de Acari, Pavuna e Irajá, na Zona Norte. Nesses três bairros, o IVCF-RJ indica 31 mil residências, 34% do total, em alta vulnerabilidade para inundação, das quais 7,6 mil em muito alta. No Jardim Maravilha, um loteamento no bairro de Guaratiba, Zona Oeste, são 7,3 mil residências (61%) em alta vulnerabilidade para inundações, dos quais 2,5 mil em muito alta. 

Medidas de adaptação

Pensando em formas de adaptação, o projeto Rio 60º também traz  10 medidas para evitar tragédias causadas por chuvas extremas, um infográfico que reúne ações, como pontos de apoio, arborização e drenagem das águas, limpeza dos rios, estações meteorológicas e pluviômetros, entre outras. 

“A gente espera que os dados ajudem a direcionar os olhares e os investimentos para a adaptação climática das periferias dos centros urbanos e a melhorar a coleta e disponibilização de dados confiáveis para a população e para os pesquisadores”, comentou Mariza Ferro, coordenadora do RioNowcast+Green.

As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site O Eco e são de total responsabilidade do autor.
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