O Governo do Pará vai lançar em 2024 um edital de concessão para recuperação da vegetação nativa. O conceito inova ao permitir a exploração de ativos como créditos de carbono oriundos do reflorestamento. A iniciativa faz parte da implementação do Plano de Recuperação da Vegetação Nativa, cuja meta é recuperar 5,6 milhões de hectares no Estado até 2030. O primeiro edital do novo modelo será destinado à Unidade de Recuperação Triunfo do Xingu, uma área desmatada de 10 mil hectares na região Oeste.
O novo modelo cria a figura jurídica da “Unidade de Recuperação”, uma categoria de proteção estruturada especialmente para áreas em processo de recuperação da cobertura vegetal, dificultando os processos de grilagem e restringindo as atividades irregulares.
A expectativa do Executivo é de que 2,7 milhões de toneladas de CO2 sejam sequestradas da atmosfera ao longo dos 40 anos de concessão. Segundo o governador do Estado, Helder Barbalho, o modelo é o mais eficiente para recuperar as áreas, atrair parcerias e dar melhores condições de vida, trabalho e segurança à população local.
“Nós estamos falando de investimentos em torno de R$ 220 milhões, com criação de 2 mil empregos diretos e até 4 mil indiretos. Além da recuperação da vegetação, a concessão vai requalificar o espaço humano na floresta, com mais segurança, oportunidades de trabalho, capacitação e desenvolvimento local”, disse o governador.
Valorização
Ainda segundo Helder Barbalho, o lançamento do novo modelo coincide com o melhor momento de valorização no mercado dos projetos do tipo ARR (Florestamento, Reflorestamento e Revegetação), que têm liquidez e valor maiores pela eficácia da remoção do carbono.
“A previsão é de gerar receitas no valor de R$ 400 milhões, com retorno sobre capital investido estimado em dez anos. É um modelo muito atrativo para o Estado e para o investidor, sobretudo por causa do direito de explorar créditos de carbono, com ótimas perspectivas de retorno financeiro no mercado voluntário”,
destacou o governador.
Para o secretário de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Mauro O’de Almeida, o modelo inova também ao respeitar os modos de vida e as atividades já existentes no território. “O projeto não será executado em terra privada, e nem haverá desocupações. Antes, a concessão vai estimular sinergias entre investidor e população”, afirmou.
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