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Trump coloca interesses da América à frente do resto do mundo

Trump coloca interesses da América à frente do resto do mundo

Apenas algumas horas após tomar posse, o presidente americano Donald Trump assinou a retirada de seus país do acordo do clima de Paris e revogou o Green New Deal, cancelando todo e qualquer financiamento provido pelo Tesouro americano para combater as mudanças climáticas. Em seu discurso de posse, ele também deixou claro que vai dar maciços incentivos à exploração de petróleo e gás, e prometeu retomar a indústria automotiva norte-americana sem dar prioridade para carros elétricos.

Na ordem executiva que determina a saída do Acordo de Paris, assinada por Trump no final da noite de segunda-feira (horário de Brasília), consta que é política da nova administração “colocar os interesses dos Estados Unidos e do povo americano em primeiro lugar no desenvolvimento e negociação” de quaisquer acordos ambientais internacionais.

Abaixo, alguns trechos da ordem executiva assinada por Trump:

“O Embaixador dos Estados Unidos nas Nações Unidas deverá imediatamente submeter uma notificação formal por escrito da retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris sob a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima”

“O Embaixador dos Estados Unidos nas Nações Unidas deverá apresentar imediatamente uma notificação formal por escrito ao Secretário-Geral das Nações Unidas, ou a qualquer parte relevante, da retirada dos Estados Unidos de qualquer acordo, pacto ou compromisso semelhante feito sob a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima”

“O Embaixador dos Estados Unidos nas Nações Unidas, em colaboração com o Secretário de Estado e o Secretário do Tesouro, cessará ou revogará imediatamente qualquer suposto compromisso financeiro assumido pelos Estados Unidos ao abrigo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas”.

As emissões de dióxido de carbono (CO2) originadas por atividades humanas são mais altas hoje do que em qualquer outro período da . Dados recentes mostram que as emissões globais de CO2 em 2022 estavam 182 vezes acima do que em 1850, enquanto a revolução industrial acontecia.

Os Estados Unidos são o segundo maior emissor atual de gases do efeito estufa, atrás somente da China, e o maior emissor histórico, considerando as emissões acumuladas pelos países desde 1850. Segundo dados do último inventário da Agência de Energia Americana (EPA), os Estados Unidos respondem atualmente por 13,69% do total emitido no mundo.

O ano de 2024 foi considerado o mais quente que se tem história e o primeiro a ultrapassar o 1,5ºC previsto no maior acordo climático global, o Acordo de Paris.

No ano passado, o aumento da temperatura média global foi de 1,6ºC. Segundo a Ciência, a emissão de gases estufa em nível global precisa começar a ser reduzida nesta década, para evitar os piores efeitos das mudanças do clima no planeta.

Reações ao redor do globo

A saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris gerou reações em todas as partes do mundo durante a noite de segunda e esta terça-feira. Confira abaixo algumas delas:

“Abraçar (a revolução global da energia limpa) significará lucros massivos, milhões de empregos na manufatura e ar limpo. Ignorá-la apenas envia toda essa vasta riqueza para economias concorrentes, enquanto desastres climáticos como secas, incêndios florestais e supertempestades continuam a piorar, destruindo propriedades e negócios, afetando a produção de alimentos em todo o país e impulsionando a inflação de preços em toda a economia.” – Simon Stiell, secretário executivo da mudanças climáticas na ONU.

“Os Estados Unidos da América representam a maior parte das perdas econômicas globais causadas por desastres relacionados ao clima, tempo e água. De acordo com os números dos EUA, o país sofreu mais de 400 desastres climáticos e meteorológicos desde 1980, nos quais os custos totais ultrapassaram 1 bilhão de dólares… A necessidade do Acordo de Paris é mais urgente do que nunca.” – Clare Nullis, porta-voz da Organização Meteorológica Mundial.

“Seus [de Donald Trump] primeiros anúncios vão na contramão da defesa da transição energética, do combate às mudanças climáticas e da valorização de fontes renováveis na produção de energia. São o avesso da política guiada pelas evidências trazidas pela ciência e do bom senso imposto pela realidade dos eventos climáticos extremos que ocorrem, inclusive, em seu próprio país. […] 

Resta trabalhar para que a governança climática, hoje mais madura e robusta do que no primeiro governo Trump, crie anteparos para evitar avanços da força gravitacional negacionista, que já inflaciona decisões políticas e empresariais na direção oposta de compromissos firmados anteriormente. No mesmo sentido, terá relevância o modelo federativo dos EUA, que dá liberdade para que os estados adotem suas próprias medidas e assumam compromissos climáticos” – Marina Silva, ministra do e Mudanças Climáticas do .

“A saída americana de Paris evidentemente é uma má notícia e um risco imediato de inspirar outros líderes de extrema-direita do mundo a seguir o mau exemplo americano. Esse efeito-dominó poderia ferir de morte o acordo, atualmente a única coisa que separa a humanidade de 3ºC de aquecimento global ou mais. Outro risco, de mais longo prazo, é o de os EUA fazerem bullying para retardar a transição energética em outros países. Cabe ao mundo agir para isolar os Estados Unidos e acelerar a transição energética. Novas lideranças também precisam preencher o vácuo deixado pelos Estados Unidos. Está nas mãos de Luiz Inácio Lula da Silva dar em novembro a primeira demonstração de que o mundo está disposto a seguir em frente e evitar o colapso da civilização, mesmo com a maior economia do planeta dobrando a aposta na distopia”, Observatório do Clima.

As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site O Eco e são de total responsabilidade do autor.
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