Thiago de Mello: Poeta da Resistência
Thiago de Mello foi um poeta, jornalista e tradutor brasileiro que dedicou sua vida e sua obra à defesa dos direitos humanos, da democracia e da natureza. Nascido no Amazonas em 30 de março de 1926, faleceu em 14 de janeiro de 2022, ele se tornou um dos poetas mais influentes e respeitados do país, reconhecido como um ícone da literatura regional. Sua poesia foi marcada pelo engajamento político e social, pela denúncia da opressão e pela celebração da esperança.
Um dos momentos mais emblemáticos de sua trajetória foi o exílio durante a ditadura militar (1964-1985), quando viveu em vários países da América Latina e da Europa. No Chile, ele foi amigo e colaborador de Salvador Allende, o presidente socialista deposto por um golpe de Estado em 1973. Foi nesse contexto que ele escreveu seu poema mais famoso, Os Estatutos do Homem, uma declaração de princípios humanistas que se tornou um hino de resistência contra a tirania.
Thiago de Mello também se destacou pela tradução de obras de grandes autores como Pablo Neruda, Gabriela Mistral e Miguel de Unamuno. Ele publicou cerca de 30 livros entre poesia, prosa, ensaios e discos. Seu livro Faz Escuro Mas Eu Canto, de 1965, é considerado uma obra-prima da literatura brasileira. Ele recebeu vários prêmios e homenagens ao longo de sua carreira, como o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte em 1975.
Em 1978, ele voltou ao Brasil e à sua floresta natal, onde viveu até sua morte em 2022, aos 95 anos. Ele sempre defendeu a preservação da Amazônia e a valorização da cultura regional. Em seus versos, ele expressou seu amor pela terra, pelo povo e pela vida. Ele se definia como um poeta que só existia em verso: “Somente sou quando em verso”.
Thiago de Mello foi um poeta da resistência, que usou a palavra como arma do esperançar. Sua poesia é um legado de beleza, coragem e compromisso com a verdade e a justiça.
