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Suspeito de envolvimento em morte de mulher Yanomami é preso por posse de munições, mas já está em liberdade

Suspeito de envolvimento em morte de mulher Yanomami é preso por posse de munições, mas já está em liberdade

Na imagem acima, Ato em Boa Vista marcou a despedida de A.P.Y (Foto: @nucleodemulheresrr)


Manaus (AM) – Preso na última quinta-feira (12) com base no artigo 12 do Estatuto do Desarmamento [possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição], o bombeiro civil identificado como R. N. S., de 44 anos, que é suspeito do assassinato de A.P.Y., teve a fiança paga pela família e já está em liberdade. A informação foi dada por Luís Fernando Zucchi Lebed, delegado da Polícia Civil de Roraima que comandou a operação de busca e apreensão do suspeito, que também atua como vigilante. A Polícia Civil divulgou apenas as iniciais do suspeito.

Segundo a Polícia Civil, ela foi vista pela última vez na noite do dia 12 de abril de 2023, em Boa Vista, conforme registros de câmeras de vigilância. As investigações apontam o bombeiro civil como principal suspeito.

A PCRR, por meio Delegacia Geral de Homicídios (DGH), efetuou a prisão do suspeito durante cumprimento de um mandado de busca e apreensão expedido pela 1ª Vara do Tribunal do Júri e da Justiça Militar de Boa Vista. A operação faz parte de uma nova fase das investigações que buscam elucidar a morte de A.P.Y.

Prisão do suspeito de assassinar mulher Yanomami (Foto: Ascom PCRR).

Conforme noticiou a Amazônia Real à época, a indígena teve seus restos mortais encontrados no dia 1º de maio do ano passado, por policiais militares nas proximidades do rio Branco, no chamado Banho Copaíba, na capital Boa Vista. O corpo só foi identificado quase um mês depois após exames de DNA, realizados pelo Instituto de Criminalística Perito Dimas Almeida (ICPDA). 

Ela costumava acompanhar as lideranças Yanomami em eventos e atuava como intérprete da língua de seu povo nos trabalhos da Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai). Ela  ficou desaparecida por quase um mês antes de ter seu corpo encontrado. A indígena deixou uma filha adolescente, fruto de seu relacionamento com o líder indígena Dário Kopenawa.

A PCRR informou que a operação foi coordenada pelo delegado Luís Fernando Zucchi Lebed e contou com o apoio de policiais civis da Delegacia Geral de Homicídios e do DEINT (Departamento de Inteligência) da SESP (Secretaria de Segurança Pública). Já as investigações sobre o assassinato de A.P.Y. são conduzidas pelo delegado João Evangelista, titular da Delegacia Geral de Homicídios.

A prisão do bombeiro civil R. N. S. ocorreu às 14h, de quinta-feira (12), no bairro Senador Hélio Campos, o bairro mais populoso de Boa Vista. Com ele foram encontrados dois cartuchos de calibre .38 intactos e um cartucho de calibre 20 intacto, escondidos em uma caixa de celular.

A.P.Y. era estudante de odontologia em uma faculdade particular de Boa Vista, se formaria em 2023, e tinha como objetivo retornar ao território e servir ao povo Yanomami. Ela também era ex-nora do líder Davi Yanomami. A Amazônia Real procurou a Hutukara Associação Yanomami (HAY) para saber se a organização comentaria o assunto, mas não teve resposta.

Na ocasião da descoberta do corpo organizações indígenas cobraram das autoridades a solução do crime e a punição dos assassinos.

A Hutukara Associação Yanomami (HAY) divulgou nota lamentando a morte de A.P.Y e exigiu que o caso fosse investigado e pediu justiça. A HAY também pediu que não divulgasse imagens da mulher Yanomami e nem de seus restos mortais em respeito à cultura e tradição dos Yanomami e ao luto da família.

O Núcleo de Mulheres de Roraima (Numur) junto com outras 50 organizações da sociedade civil de Roraima, entre elas o Cimi Regional Norte I, se solidarizaram aos familiares e ao povo Yanomami, e denunciaram a crescente violência contra as mulheres no estado e exigiu que as autoridades investigassem o crime

A Associação Urihi Yanomami, presidida por Junior Hekurari, disse em nota na sua rede social que foi uma partida cruel e precoce que gera dor e revolta. “Que as autoridades investiguem e os responsáveis sejam encontrados e punidos por tamanha barbárie”. A publicação destaca ainda que ela tinha um legado de carinho, respeito e amizades. Por fim, o texto pede encarecidamente que não divulguem imagens dela, respeitando a cultura e tradição do povo Yanomami.

Em respeito à cultura e à tradição Yanomami, a Amazônia Real não vai mais publicar o nome completo da mulher indígena. Apenas as iniciais.



As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site Amazônia Real e são de total responsabilidade do autor.
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