Índice
ToggleDepois que o assunto foi mencionado no BBB 24, muitas pessoas ficaram curiosas para saber como funciona um banco de sementes — também chamados de “cofres do fim do mundo”. Até porque a ideia desses bancos é manter exemplares de espécies de plantas a salvo, no caso de uma catástrofe.
Se o mundo acabar amanhã — ou daqui a alguns anos, graças às mudanças climáticas — quem sobreviver poderá recompor a biodiversidade do planeta com as sementes mantidas no banco.
O banco de sementes mais conhecido no mundo fica em Svalbard, um arquipélago no extremo norte da Noruega, pertinho do Polo Norte.
O Silo Global de Sementes em Svalbard
(Fonte: Wikimedia Commons)
O SIlo Internacional de Sementes de Svalbard foi inaugurado em 2008, com investimentos de US$ 8,8 milhões do governo norueguês, em parceria com outros países nórdicos. Contudo, na prática, ele é uma continuidade do Nordic Gene Bank, que guardava sementes de plantas da região desde 1984. Então, em 2008, ele se fundiu com outros dois bancos de sementes locais e passou a aceitar amostras de outros países.
Atualmente, o banco de sementes da Noruega tem mais de um milhão de amostras — só nos últimos anos, o Brasil mandou cerca de quatro mil sementes de espécies alimentícias para lá. Ao todo, o Silo Internacional de Sementes tem capacidade para guardar três milhões de plantas, e mais de um milhão de espécies já estão lá.
(Fonte: Sean Gallup/Getty Images)
As sementes são guardadas em um cofre 100 metros dentro da montanha e as câmaras ficam a -18 °C. Mas, mesmo que todo o sistema de refrigeração pare de funcionar, o permafrost (solo congelado) pode conservar as sementes entre -4 e -6 °C. Para fora da montanha, vemos só a imponente entrada do banco, com uma obra da artista noruguesa Dyveke Sanne.
Chamada de Repercussão Perpétua, a obra é feita de fibra óptica e demonstra a importância e beleza da aurora boreal. A ideia é que, no verão, a instalação reflita a luz solar e no inverno, os cabos de fibra óptica transmitam uma iluminação azul-esverdeada. Vale lembrar que Svalbard presencia o fenômeno do “sol da meia-noite”, com noites e dias que duram meses.
Sementes secas e congeladas, para preservação
Outro banco de sementes muito conhecido fica na Suíça, como uma iniciativa da Universidade de Zurique. O projeto começou em 2021 como uma resposta à diminuição da biodiversidade no país. O cientista Gregory Jäggli, junto a uma equipe de voluntários, coleta sementes de plantas que tem destaque na lista de espécies ameaçadas de extinção da IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza).
(Fonte: Sean Gallup/Getty Images)
Jäggli explica que, idealmente, eles coletam de 10 a 20 mil sementes de uma planta — mas, em alguns casos, coletar tantos exemplares pode atrapalhar a habilidade de reprodução natural da espécie. Aí, eles coletam menos e trabalham com o que tem.
Essas sementes são levadas à Universidade, onde são separadas de outras partes da planta (como flores) e passam por um processo de secagem. Os pesquisadores as deixam com só 5% de umidade, para facilitar o congelamento e a preservação a longo prazo. Por fim, elas ficam em um freezer, a 20 graus negativos.
Nem todas as plantas suportam esse processo… Porém, no banco de sementes da Suíça, 95% das espécies puderam ser preservadas dessa forma — e poderão ficar por décadas guardadas nos freezers. Depois, é só descongelar e plantar novamente.
Essa também é a ideia do Silo Internacional de Sementes — que, inclusive, já foi aproveitado para esse propósito. A primeira retirada de amostras ocorreu em 2015, depois que um banco de amostras botânicas da Síria foi destruído pela guerra civil no país.
As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site Mega Curioso e são de total responsabilidade do autor.
Ver post do Autor