Senadores da oposição publicaram, nesta sexta-feira 19, uma nota conjunta em defesa do deputado federal Carlos Jordy (PL), alvo da Operação Lesa Pátria, que investiga financiadores, incentivadores e executores dos atos antidemocráticos no País.
O parlamentar foi acusado de integrar o núcleo de financiadores e instigadores dos atos golpistas que aconteceram após a derrota de Jair Bolsonaro (PL), em 2022.
No documento, os senadores reiteram o compromisso com a democracia, mas acusam o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal, relator do inquérito, de perseguição política.
Para eles, o ministro não poderia estar na condução dos inquéritos que investigam os ataques do 8 de Janeiro, pois teria se apresentado como uma das vítimas das ameaças proferidas pelos golpistas, o que levanta “sérias dúvidas sobre sua capacidade de manter a imparcialidade necessária em tais processos”.
“A atuação do Ministro é, sim, questionável, e não tem amparo na Constituição Federal, na Lei Orgânica da Magistratura e no Código de Processo Penal. Ele não tem imparcialidade para os processos dos atos do 08 de janeiro de 2023, é supostamente vítima, investigador e julgador”, diz a nota.
Os senadores ainda pedem que o ministro se declare suspeito e deixe a relatoria dos inquéritos.
Apesar da preocupação apresentadas pelos parlamentares, a operação contra Jordy envolve outras autoridades, para além do ministro Alexandre de Moraes.
Ainda que tenha partido do magistrado a determinação da busca e apreensão contra o deputado, a decisão atendeu a um pedido da Polícia Federal, endossado pela Procuradoria-Geral da União, que analisou diversos documentos colhidos em fase policial e fez diversas descobertas em torno de Jordy.
Entre elas, está a identificação de “fortes ligações” entre o deputado bolsonarista e Carlos Victor de Carvalho, vereador suplente na Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes (RJ) e servidor da Assembleia Legislativa do Rio. Carvalho seria uma liderança dos movimentos de extrema-direita no município, onde organizaria atos criminosos.
Para a PF, a relação entre Victor e Jordy “transpassa o vínculo político, vindo denotar-se que o parlamentar além de orientar tinha o poder de ordenar as movimentações antidemocráticas, seja pelas redes sociais ou agitando a militância da região”.
Assinam a nota pública:
- Rogério Marinho (PL), líder da oposição no Senado;
- Ciro Nogueira (PP), líder da minoria no Senado;
- Flávio Bolsonaro (PL), líder da minoria no Congresso;
- Carlos Portinho (PL), líder do PL no Senado;
- Tereza Cristina (PP), líder do PP no Senado;
- Mecias de Jesus (Republicanos), líder do Republicanos no Senado;
- Izalci Lucas (PSDB), líder do PSDB no Senado;
- Eduardo Girão (Novo), líder do Novo no Senado.
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