Índice
Toggle
A Conferência das Partes (COP ) é o maior evento anual que discute as mudanças climáticas e busca soluções para a redução da interferência humana na natureza. A sua 28° edição ocorreu este ano em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e gerou diversos acordos e propostas.
Mediante os recentes fenômenos climáticos extremos e dos desastres ambientais, observados com frequência cada vez maior nos últimos anos, esta edição da conferência contou com diversos colaboradores do mundo todo, de empresas privadas à representantes governamentais, obtendo diversos resultados positivos.
Portanto, delegações de Estados da Amazônia Legal não poderiam deixar de apresentar projetos e propostas na COP (tendo em vista a relevância do bioma para a conservação climática mundial). Confira alguns destaques do que estas delegações apresentaram no evento:
Acre
A comitiva do Acre participou do evento levando sua expertise com a implementação da REDD+ jurisdicional. REDD+ é uma iniciativa desenvolvida pela ONU para recompensar financeiramente países em desenvolvimento por seus resultados relacionados à recuperação e conservação de suas florestas.
Além disso, os representantes do Estado enfatizaram seu compromisso em alinhar seu sistema de proteção ambiental ao sistema internacional seguindo os princípios do ESG (meio ambiente, social e governança)
Amapá
A comitiva do Amapá destacou o compromisso com a conservação ambiental da Amazônia, buscando parcerias que fortificassem sua perspectiva de bioeconomia sustentável. Foram contatados representantes da China, Noruega e Finlândia, em uma perspectiva de cooperação.
Ademais, a comitiva destacou a necessidade de se escutar as demandas das populações indígenas sobre a preservação de seus espaços e do meio ambiente, trazendo a tona problemáticas da região, como a forte estiagem de 2023.
Leia também: Entenda como funciona o método de gestão de florestas apresentado pelo Amapá na COP 28
Amazonas
O governo do Amazonas apresentou seu novo projeto, ‘Amazonas 2030’, que visa reduzir o desmatamento no Estado por meio da receita adquirida a partir da venda de créditos de carbono, com lucro estimado em R$1 bilhão.
Em suas falas os representantes do Estado, enfatizaram a importância, e a necessidade, de apoio dos países mais ricos à Amazônia, contribuindo para a conservação de forma que gere renda para a população da região.
Leia também: ‘Amazonas 2030’: projeto do Estado prevê arrecadação de R$ 1 bilhão com venda de créditos de carbono
Mato Grosso
O Estado destacou o incremento no combate ao desmatamento, graças a implementação de novas tecnologias, com autuações sendo realizadas de forma remota. Os representantes do Mato Grosso na COP destacaram, também, seu compromisso com a emissão de Carbono Neutro até 2035, quinze anos antes da meta global. Outro ponto destacado foi o monitoramento em tempo real da cobertura vegetal do estado, utilizando-se de satélites de alta resolução.
Leia também: Mato Grosso apresenta ações para combate aos crimes ambientais
Pará
O Estado escolhido oficialmente para sediar a COP 30, no ano de 2025, tratou de temas como restauração produtiva, agricultura familiar, regularização ambiental e combate ao desmatamento.
A comitiva destacou, ainda, os projetos ‘Plano de Recuperação da Vegetação Nativa’, que visa a produtividade agrícola atrelada à sustentabilidade; e o ‘Plano de Bioeconomia’, que busca o crescimento econômico em congruência com a preservação ambiental.
Leia também: Governo do Pará defende pesquisa, inovação e bioeconomia para preservação da Amazônia
Rondônia
O governo de Rondônia apresentou diversos projetos que aliam a conservação ambiental com a projeção de crescimento econômico no estado. O ABC +, um dos planos apresentados, visa atrelar a agricultura com a sustentabilidade, reduzindo a emissão de carbono e as alterações climáticas.
Outro projeto em andamento no estado é o ‘Rural Sustentável’, que está na fase 1 e fomenta a ampliação de renda de pequenos e médios agricultores com a utilização de tecnologias de baixa emissão de carbono.
Leia também: Rondônia apresenta programa que busca recuperar vegetação nativa na Amazônia durante a COP 28
Roraima
Roraima teve representação de lideranças indígenas na conferência, que apresentaram propostas direcionadas para estas populações, relacionadas tanto à economia sustentável quanto à preservação ambiental.
O principal projeto apresentado pelo Estado foi o ‘Projeto Grãos’, que estimula o cultivo de grãos nas áreas de comunidades, tanto indígenas quanto tradicionais.
Leia também: COP 28: Roraima defende valorização e precificação da conservação da Amazônia
Tocantins
A comissão de Tocantins reforçou o compromisso com a diminuição da emissão de carbono na atmosfera, propondo-se a zerá-la até 2050. Ademais, o Estado se comprometeu com a preservação ambiental e com o crescimento econômico voltado para a sustentabilidade.
Resultados da conferência
A COP 28 chegou ao fim no dia 13 de dezembro. Apesar de apresentar resultados positivos em alguns aspectos, os acordos mediados ainda não foram suficientes para que os países abandonassem os combustíveis fósseis – principais responsáveis pela emissão de carbono na atmosfera.
Ainda assim, o documento firmado propõe a diminuição da utilização destes combustíveis, mesmo que não especifique de que forma se dará este processo de transição energética.
A falta comprometimento com a extinção do uso destes poluentes desagradou os ambientalistas, que esperavam um compromisso com a mudança total para fontes de energia mais sustentáveis.
O acordo prevê, ainda, triplicar a produção de energia renovável mundial e aumentar o financiamento de projetos que lidem com as mudanças climáticas.
*Estagiário sob supervisão de Clarissa Bacellar
As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Portal Amazônia e são de total responsabilidade do autor.
Ver post do Autor