Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Quem propaga fake news sobre a Amazônia? Os políticos

Quem propaga fake news sobre a Amazônia? Os políticos

Segundo o projeto “Amazônia Livre de Fake News”, coordenado pelo Intervozes, parlamentares disseminaram 192 desinformações em 2023 nas plataformas digitais e aprovaram projetos de lei a partir de mentiras pautadas em ataques a defensores da Amazônia e na minimização de impactos ambientais nos territórios (Foto: Pedro França/Agência Senado).


Manaus (AM) – Parlamentares dos estados do Amazonas, Mato Grosso e Pará, filiados a partidos de direita e extrema-direita, propagam desinformação como forma de promover uma agenda de interesses econômicos e ligados ao desmonte de políticas socioambientais e de proteção dos povos tradicionais e da natureza na Amazônia Legal. De 32 figuras públicas monitoradas pela segunda fase do Projeto Amazônia Livre de Fake, 28 usaram multiplataformas digitais no ano passado para disseminar cerca de 192 postagens com desinformações.

O ecossistema de desinformação na Amazônia Legal tem uma notória influência de sites de que publicam notícias falsas, como a Revista Oeste, o Terra Notícias, o Brasil Paralelo e o jornal paranaense Gazeta do Povo, conforme apresentado na primeira fase do projeto. Há também a atuação de políticos de partidos conservadores e de direita, a quase totalidade apoiadora do ex–presidente Jair Bolsonaro (PL), na proliferação dessas notícias falsas.

A pesquisa, uma iniciativa do Intervozes − Coletivo Brasil de  Comunicação Social em parceria com mais de 14 organizações amazônidas, aponta além da defesa do marco temporal, tese ruralista rechaçada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), outros temas dominaram as publicações de fake news. As postagens abordam teorias de conspiração e negacionistas, como a não-existência da crise climática, ataques a Organizações Não-Governamentais (ONGs) e a minimização dos impactos ambientais de grandes obras como a Ferrogrão e a BR-319, do agronegócio, das atividades de mineração e do uso de agrotóxicos e sua pulverização nos territórios e povos amazônicos. 

“Os políticos monitorados utilizam de um ecossistema de mídia, que abrange perfis em diversas plataformas digitais para disseminar suas mensagens. Algumas postagens são impulsionadas como anúncios e pagos com dinheiro público. Esse impulsionamento é uma forma de aumentar o alcance, potencializando o tamanho da audiência de um determinado conteúdo. Além disso, permite também segmentar o público que será impactado”, observou Raquel Santos, jornalista e coordenadora do projeto.

Não se está falando de uma grande quantia de dinheiro. Os políticos investiram 13 mil reais em recursos públicos em 68 anúncios pagos com temática socioambiental que possuíam desinformação. Mas foi o suficiente para obterem mais de 4,5 milhões de interações nas postagens. É por essa razão que a coordenadora do estudo responsabiliza também o modelo de negócio das plataformas analisadas (Facebook, Instagram, YouTube, X, TikTok, Telegram e Meta Ads), “que privilegiam os conteúdos e auxiliam na proliferação de narrativas nocivas”.

No Amazonas, foram levantadas 53 desinformações difundidas por 9 políticos. O foco principal das postagens é a criminalização de ONGs e ambientalistas, aliada à disseminação de discursos que retratam militares como os verdadeiros defensores da Amazônia. 

A partir dos resultados da pesquisa, foi feito um levantamento de seis políticos que mais divulgam desinformação, financiam os conteúdos, praticam ataques e disseminam discurso de ódio. São eles:  Plínio Valério (PSDB/AM), Fausto Jr. (União Brasil/AM), Delegado Caveira (PL/PA), Amália Barros (PL/MT), Eder Mauro (PL/PA) e Abilio Brunini (PL/MT).  O senador Plínio Valério e o deputado federal Fausto Santos Jr. se destacam como os principais propagadores de desinformação do Amazonas e estão no topo do ranking entre os políticos monitorados pelas organizações. 

“Cercar” a Amazônia

Diligência externa em São Félix do Xingu (PA), o presidente da CPIONGS, senador Plínio Valério (PSDB-AM), segura cartaz com a frase: Queremos perícia no laudo antropológico Apyterewa (Foto: Gab. Senador Plínio Valério).

Durante o período em que ocorreu a CPI das ONGs, em 2023, Plínio Valério fez uma série de postagens nas redes sociais acusando o Instituto Socioambiental (ISA) de coordenar outras ONGs para “cercar” a região amazônica. O senador também denunciou uma suposta relação entre ONGs e o poder público, que atuariam a serviço do capital internacional. Outra postagem  de Valério – que iniciou a carreira política no Partido Verde (PV) em 2002, associa a demarcação de terras indígenas à falta de desenvolvimento na Amazônia.

Já Fausto Jr. atribuiu ao Instituto Brasileiro do e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a responsabilidade pela fumaça que encobriu Manaus após uma operação contra o garimpo no rio Madeira.  A operação da Polícia Federal e do Ibama no rio Madeira, entre Rondônia e Amazonas, destruiu balsas conhecidas como dragas, que são usadas para a extração ilegal de ouro. 

A ação do Ibama é permitida por lei e não foi divulgado nenhum estudo que comprovasse a relação da operação com a neblina tóxica que sufocou a cidade em outubro de 2023.  

Todos os parlamentares monitorados no projeto utilizaram o Facebook e o Instagram para tratar da questão socioambiental. Plínio Valério é o parlamentar com maior atuação multiplataforma no Amazonas e já publicou sobre o tema em cinco das seis plataformas analisadas. Algumas postagens são patrocinadas na plataforma Meta Ads por sete dos nove políticos, mas nem todas continham desinformação. 

O maior investimento para impulsionar as publicações no período de 2023 ocorreu no perfil de Plínio Valério, que pagou o valor de 1.696 reais em quatro anúncios com desinformação ambiental, alcançando 310 mil visualizações.

A maioria dos políticos citados no estudo defende o agronegócio e atua em frentes, comissões ou comitês na Câmara dos Deputados ou nas Assembleias Legislativas que promovem atividades e projetos de lei voltados a esta pauta. São também aliados a uma agenda conservadora principalmente com foco em uma propaganda sobre serem “Pró-Vida” e contra o aborto.

A disseminação de notícias falsas têm sido mais nociva na Amazônia Legal, de acordo com Raquel Santos, porque no contexto amazônida a desinformação não se trata apenas de uma disputa sobre o que é verdade ou mentira, mas de uma estratégia proposital para construir uma visão de mundo assentada em um modelo desenvolvimentista e predatório, avesso aos direitos dos povos indígenas, ribeirinhos e tradicionais.

“Isso é conciliado a uma região onde existem desertos de notícias, onde se tem uma concentração midiática muito forte e ligada a esses políticos, onde o acesso à internet é precário e caro, onde tem uma mídia local de muita potência, mas com poucos recursos financeiros para sua manutenção”, alertou.

Do total dos 32 políticos, 16 participam da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e impulsionam as decisões conservadoras do Congresso, nos Legislativos Estaduais e no ambiente digital. No estudo ainda foi possível perceber a falta de  transparência no acesso a dados públicos e a falta de investimentos em políticas  de conectividade nos três Estados amazônicos. 

A desinformação é fortalecida pela falta de transparência de dados públicos e a ausência de acesso de qualidade à internet. O resultado do levantamento elaborado pelas organizações de pedidos feitos via Lei de Acesso à Informação demonstrou falhas na transparência, não só especificamente das informações requisitadas, como também nos sistemas de atendimento ao cidadão, que impossibilitaram até mesmo o registro das solicitações tanto das políticas de conectividade como gastos públicos com publicidade. 

Ataques aos defensores ambientais 

Do total de 192 conteúdos com desinformações, 14 deles continham ataques a ambientalistas, movimentos sociais e defensores de direitos humanos. No Amazonas, onde há existência de um lobby de políticos e empresários que se mobilizam pela pavimentação da estrada BR-319, os deputados Adail Filho (Republicanos/AM) e Capitão Alberto Neto (PL/AM) são os principais disseminadores de ataques a Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

Os ataques referem-se ao posicionamento da ministra à pavimentação da estrada, que liga Manaus, no Amazonas, a Porto Velho, em Rondônia, e é criticada por ambientalistas que a consideram uma ameaça para toda a área de floresta e seus povos, pois levaria o chamado “arco do desmatamento” para a porção mais norte da Amazônia.

As publicações do deputado federal Fausto Jr. sobre questões socioambientais também direcionam críticas à ministra Marina Silva, alegando que ela não assume suas responsabilidades no ministério do Meio Ambiente e deslegitima seus discursos, chamando-a de “inimiga” do Brasil. “Esses ataques normalmente estão ligados à defesa e cobrança pela construção de obras importantes para o agronegócio, como a BR-319”, disse Raquel Santos.

No Pará, o delegado Caveira (PL/PA) divulgou um vídeo desinformativo sobre a Terra Indígena Apyterewa, localizada em São Félix do Xingu, no Pará, e tradicionalmente ocupada pelo povo Parakanã. Na publicação, o parlamentar afirma que os invasores da TI Apyterewa estão sendo perseguidos e que no território não reside nenhum indígena.

A TI Apyterewa é homologada desde 2007 pelo governo federal e segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a área é considerada o território indígena mais desmatado da Amazônia Legal dos últimos 10 anos devido às invasões de grileiros, madeireiros e à presença ilegal da atividade pecuária.

Ódio contra minorias 

Deputado Fausto Jr entre a ministra Marina Silva e o deputado Átila Lins (seu tio) e Alexandre Padilha (Foto: Gab. Fausto Jr).

Nove dos 192 conteúdos contêm ainda discurso de ódio à população LGBTQIAPN+. Pautas conservadoras e violadoras de direitos estão presentes nos discursos de ódio à essa população. O deputado Fausto Jr já chegou a dizer, em discurso de ódio de conotação transfóbica apoiado em desinformação, que crianças transgêneras não existem.

Segundo Raquel Santos, o fenômeno da desinformação na Amazônia Legal tem a característica de estar profundamente ligado a construções ideológicas, morais e discursivas que também sustentam o discurso de ódio contra grupos sociais em situação de vulnerabilidade, como é o caso de pessoas indígenas e negras, mulheres, população LGBTQIAPN+ e populações periféricas. 

“A pesquisa ressaltou conteúdos que, além de características desinformativas, apresentam também aspectos de ódio direcionado a estas populações, combinando elementos dos dois fenômenos tão presentes nas redes sociais”, relatou a coordenadora do estudo.

No Amazonas, a posição discriminatória da deputada bolsonarista Débora Menezes em relação à comunidade LGBTQIAPN+ já é conhecida. A deputada também é citada no relatório como disseminadora de desinformação e discursos de ódio. No ano passado, a Amazônia Real investigou os diversos Projetos de Lei baseados em transfobia que a parlamentar propôs na Assembleia Legislativa do Estado.

Durante a semana da criança, em outubro de 2023, o deputado federal Eder Mauro (PL/PA) usou as redes sociais para atacar pessoas trans e divulgou, em letras garrafais, outdoors espalhados por diversas cidades do Pará com os seguintes dizeres: “Crianças trans não existem”. O outdoor, assim como as postagens, eram um convite para a Marcha da Família, que foi realizada no dia 12 de outubro de 2023 em Belém.

O evento foi organizado por Eder Mauro e seu filho, o deputado estadual Rogério Barra (PL/PA), que além de negarem a existência das crianças transgêneras, protestaram também contra a descriminalização do aborto. O conteúdo da placa tem caráter ofensivo e criminoso, uma vez que manifesta discriminação e ridiculariza pessoas transexuais e travestis. O STF determinou, em 2019, que atos de homofobia e transfobia sejam equiparados ao crime de injúria racial. A divulgação do outdoor está sendo investigada pelo Ministério Público Federal.

Ações coordenadas

O estudo evidencia que os ataques são estrategicamente coordenados, principalmente em períodos que envolvem abertura de alguma comissão parlamentar de inquérito ou projetos de leis que indicam a problemática de falsas informações que embasam o ordenamento jurídico do país. 

“Quando analisados os conteúdos de todos os anúncios patrocinados pelos políticos, as narrativas focam em questões fundiárias e ambientais, abordando a oposição ao MST, o marco temporal, o lobby pelo afrouxamento da legislação ambiental e a minimização dos danos ambientais gerados pelo agronegócio”, disse Raquel Santos, do Intervozes.

Na pesquisa, chamam atenção as postagens relacionadas à justiça reprodutiva, especificamente ao aborto legal. A pauta está relacionada à saúde pública e aos direitos sexuais e reprodutivos das pessoas que gestam. As quatro postagens identificadas sobre o tema trazem posições contrárias ao aborto legal, entendido pelos políticos não como direito, mas como crime.

O deputado federal Silas Câmara (Republicanos/AM) foi um dos que proferiu falas com teoria da conspiração contra a legalização do aborto. O deputado classificou as ações do STF sobre a retomada da pauta da ADPF 442, que pede a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação, como uma “ditadura da toga”. O Supremo pretende realizar o julgamento sobre a descriminalização do aborto, porém o tema está suspenso, sem previsão para ser retomado.

Silas Câmara, que é membro da família que dirige a igreja Assembleia de Deus no Amazonas, é o presidente do Republicanos no estado e integra a base evangélica que apoia Jair Bolsonaro. Em 2021, ele esbravejou de “terrorismo” a ação da Polícia Federal contra o garimpo ilegal de ouro na foz do rio Madeira, no Amazonas.

Em 2022, durante as investigações dos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Philips, pediu uma atuação mais efetiva da polícia, mas culpou as vítimas pelo crime bárbaro. “Conheço o sofrimento e a logística da região, sei que tudo é muito complexo. Parece um drama dizer isto, mas a forma como os dois se locomoveram naquela região foi, no mínimo, imprudente”.

A mídia na mão dos políticos

Senador Jader Barbalho (MDB-PA) concede entrevista ao programa Salão Nobre, da TV Senado (Foto: Pedro França/Agência Senado).

Das 32 figuras públicas monitoradas, 12 delas têm relações com  a mídia ou empresas de comunicação. Oito dos políticos são proprietários de veículos de comunicação, concessionários de radiodifusão e sites de notícias, além de quatro serem influenciadores digitais. 

De acordo com o artigo 54 da Constituição Federal, é ilegal que deputados federais e senadores sejam proprietários de veículos de rádio e TV, porque as concessões públicas estão sujeitas a conflitos de interesses ao serem geridos por agentes públicos. As três principais famílias políticas e donas de mídia em cada um dos estados pesquisados já foram denunciadas ou investigadas por compra de votos: Família Câmara (AM), Família Barbalho (PA) e Família Riva (MT).

No Amazonas, o deputado Silas Câmara é proprietário da Rádio Boas Novas FM e TV Boas Novas. “Deus, Pátria, família e liberdade” é o seu lema, e ao lado do irmão, o pastor Jônatas Câmara, da igreja Assembleia de Deus, comanda o veículo gerido pela fundação cristã homônima e que atua no Amazonas e no Pará. 

A esposa do deputado, a também deputada federal Antônia Lúcia Câmara (Republicanos) e a filha do casal, a advogada Milena Câmara Godoy, administram a emissora no Acre. Em 2010, a Fundação Boas Novas foi investigada por participação em um possível esquema de compra de votos ou de uso indevido de recursos eleitorais.

Deputado Silas Câmara (REPUBLICANOS) (Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados).

Dos 32 políticos monitorados, mais da metade são milionários (18), alguns empresários, donos de terra, herdeiros e agentes públicos que declararam ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) patrimônios que chegam a mais de 100 milhões de reais. 

Os destaques nas declarações de bens vêm do Mato Grosso. O governador Mauro Mendes (União Brasil) acumulou um patrimônio de 108 milhões de reais e aparece como sócio de empresas de mineração e energia. No mesmo embalo, os irmãos Júlio e Jayme Campos, deputado estadual e senador (União Brasil), respectivamente, declararam juntos 66,5 milhões de reais em bens.

As propriedades dos políticos incluem a mineração Santa Sílvia e a Rádio e Televisão Oeste. Esses políticos milionários, ligados também ao agronegócio, são acusados de corrupção, lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito, entre outros crimes, conforme apurado em reportagem da Agência Pública em 2022.

Uma pesquisa desenvolvida pelo Laboratório de Estudos de Internet e Mídias Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mapeou narrativas e estratégias de desinformação que contribuíram para a deslegitimação dos movimentos sociais, ataques aos defensores socioambientais e a violência contra povos originários no país. O relatório “Ecossistema da Desinformação Socioambiental no Brasil”  apontou para  a precariedade da cobertura de imprensa, que negligenciou os impactos sociais do desmatamento, das queimadas e de eventos climáticos extremos. 

Na Amazônia Legal, o estudo observa que a desinformação nasce nos chamados “desertos de notícia”, resultando em um alto índice de reprodução de conteúdos de assessorias de imprensa de políticos locais e agências de notícias financiadas pelo agronegócio e outras atividades exploratórias. Esses políticos se aliam aos veículos de jornalismo locais para promover seus interesses e sua agenda.  

Amazônia Livre de Fake

Fonte: Projeto Amazônia Livre de Fake

A agência Amazônia Real procurou por telefone, enviou perguntas por e-mails e redes sociais às assessorias de imprensa dos políticos do Amazonas, citados como produtores de desinformação, para repercutir com eles o relatório do projeto “Amazônia Livre de Fake”. O deputado federal Plínio Valério disse que “não vamos responder, a não ser que digam quem são os patrocinadores do monitoramento”. A reportagem enviou uma cópia do relatório para a assessoria de Valério e demais políticos citados.

Os deputados Adail Filho, Capitão Alberto Neto, Débora Menezes, Fausto Jr., Mayara Pinheiro, Saullo Vianna e Silas Câmara não responderam à reportagem.

A Secretaria de Comunicação Social do Governo do Amazonas, por meio de uma nota enviada à Amazônia Real, diz que “não tomou conhecimento prévio do referido relatório, tampouco dos critérios utilizados para a elaboração do material, mas reforça que todas as informações divulgadas pelo governador Wilson Lima e pelos canais oficiais do Governo do Estado, seguem os princípios éticos da Comunicação Pública, com o único objetivo de levar ao conhecimento da sociedade o trabalho realizado pelo executivo estadual.” 

Em outro ponto da nota, o Governo do Amazonas ressalta, ainda, “que ao contrário do que supostamente sugere o relatório, atua de reforma responsável na divulgação de notícias de interesse público, justamente para combater a desinformação, apresentando dados, fontes e instrumentos sérios que validam as informações apresentadas.”

O relatório do projeto Amazônia Livre de Fake foi lançado nesta quinta-feira (6), com um debate online, transmitido pelo canal do Intervozes no YouTube. As organizações amazônidas que assinam o estudo são: Abaré, Rede Wayuri, Coletivo Esperança Garcia − no Amazonas; Carta Amazônia, Coletivo Jovens Tapajônicos, Rede de Notícias da Amazônia, Tapajós de Fato, Co-Jovem − no Pará; Observa-MT, Casa Ninja Amazônia, Mídia Ninja, Rede Juruena Vivo, Instituto Centro de Vida (ICV) e Fundação Ecológica Cristalino − no Mato Grosso.  

Como parte da estratégia de incidência do projeto, as organizações também promoveram a campanha Amazônia Livre De Fake, que consistiu em premiar de forma simbólica seis políticos campeões de violação do direito à comunicação nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Pará. Além da premiação, as ruas das capitais Manaus, Cuiabá e Belém foram ocupadas com colagem de lambe-lambe e entrega de panfletos sobre os representantes políticos e suas posições.

Esta reportagem foi atualizada às 21h23 para incluir a resposta do governador Wilson Lima.


Para garantir a defesa da liberdade de imprensa e da liberdade de expressão, a agência de jornalismo independente e investigativa Amazônia Real não recebe recursos públicos, não recebe recursos de pessoas físicas ou jurídicas envolvidas com crime ambiental, trabalho escravo, violação dos direitos humanos e violência contra a mulher. É uma questão de coerência. Por isso, é muito importante as doações das leitoras e dos leitores para produzirmos mais reportagens sobre a realidade da Amazônia. Agradecemos o apoio de todas e todos. Doe aqui.


Republique nossos conteúdos: Os textos, fotografias e vídeos produzidos pela equipe da agência Amazônia Real estão licenciados com uma Licença Creative Commons – Atribuição 4.0 Internacional e podem ser republicados na mídia: jornais impressos, revistas, sites, blogs, livros didáticos e de literatura; com o crédito do autor e da agência Amazônia Real. Fotografias cedidas ou produzidas por outros veículos e organizações não atendem a essa licença.



As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site Amazônia Real e são de total responsabilidade do autor.
Ver post do Autor

Postes Recentes