A Polícia Federal (PF) prendeu quatro pessoas responsáveis por produzir e propagar fake news sobre as eleições municipais de 2024. Os mandados são cumpridos no Rio de Janeiro no âmbito da operação Teatro Invisível.
Segundo a corporação, o grupo formava uma organização criminosa que tinha como objetivo espalhar informações e notícias falsas sobre determinados candidatos ao cargo de prefeito. As disputas em ao menos dez cidades do Rio estão no centro da ação ilegal do grupo desmantelado nesta quinta.
Os agentes também cumprem outros 15 mandados de busca e apreensão. Há também em vigor um bloqueio de bens que soma cerca de 1 milhão de reais de cada um dos investigados. Todas as ações foram autorizadas pela 8ª Zona Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro.
Os alvos de prisões e buscas ainda não tiveram as identidades reveladas. Sabe-se, porém, que parte deles já ocupou funções e cargos públicos. As vítimas do grupo criminoso também não foram oficialmente nomeadas pela PF. A atuação criminosa foi iniciada em São João de Meriti antes de se espalhar por outros municípios do Rio.
Em nota, a corporação classificou o esquema de propagação de fake news sobre o pleito como ‘sofisticado’ e ‘lucrativo’:
“As investigações revelaram que a organização criminosa, por meio de seus líderes – que já chegaram a ocupar funções públicas em diversas cidades do estado do Rio de Janeiro -, desenvolveu um sofisticado e lucrativo esquema baseado na contratação de pessoas com o objetivo de influenciar no processo eleitoral de diversos municípios”, resumiu a PF.
O comunicado descreve, ainda, parte do modus operandi da quadrilha. “Tais contratados, após receberem as instruções dos coordenadores acerca da propagação de notícias falsas sobre um determinado candidato à Prefeitura Municipal, passavam a circular diariamente pelo município alvo, infiltrando-se em locais com aglomerações de pessoas como pontos de ônibus, padarias, filas de bancos, bares e mercados, difundindo aos eleitores falsas afirmações sobre um determinado postulante ao cargo de prefeito, no intuito de beneficiar o candidato para o qual o serviço criminoso fora contratado.”
Cada um dos propagadores de fake news recebia, segundo a Polícia, 2 mil reais. Os líderes do esquema, por sua vez, receberiam 5 mil reais pela definição da estratégia e teriam contratos com prefeituras.
“No ano eleitoral, quando o esquema entrava em vigor, os coordenadores eram exonerados de seus cargos e substituídos por ‘laranjas’ – possíveis funcionários fantasmas –, a fim de manter o ‘direito’ sobre eles”, relatam os investigadores.
O grupo desmantelado nesta quinta é investigado por organização criminosa, desvio de funcionários públicos para a atuação no grupo criminoso, utilização de ‘laranjas’, lavagem de dinheiro, constrangimento ilegal de servidores, assédio eleitoral e difusão de notícias falsas e/ou desinformação.
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