Projeto desenvolve a documentação museológica do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas. Foto: Arquivo do projeto
Criado com o objetivo de unir instituições de ensino superior com o museu, o Projeto de Pesquisa e Documentação Museológica do Acervo de Artes Visuais do Espaço Cultural Casa Das Onze Janelas busca realizar a atualização do inventário do Espaço Cultural das Onze Janelas, além de gerar políticas públicas para a preservação das obras, com a construção de novos conhecimentos.
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O Espaço Cultural Casa das Onze Janelas é o museu de referência em Arte Contemporânea na Região Norte, cujo acervo conta com aproximadamente 20 coleções de obras de arte. Cada coleção é plural e reflete, além do imaginário dos artistas, parte da história da região amazônica, por preservar essas histórias.
Em suas primeiras atividades, o projeto buscou realizar a atualização do inventário do espaço em quatro frentes de pesquisa: Museologia, Artes Visuais, Conservação Preventiva e Produção Multimídia. Esse estudo, teórico-empírico, tem como foco a realização do inventário de dez das dezenove coleções existentes no acervo do museu, promovendo a preservação do acervo artístico de Arte Moderna e Contemporânea.

“A pesquisa voltada ao acervo/coleções de Arte Moderna e Contemporânea da COJAN [Casa das Onze Janelas] representa uma contribuição das Universidades (unidas em rede colaborativa) para beneficiar os grupos sociais usuários ou não das informações em Artes geradas pela pesquisa, porque a instituição museu de arte é uma instituição museológica, ou seja, social, tem como fim a função sociocultural, educativa e ao mesmo tempo de preservação da memória cultural local e nacional, representada pela obras das(os) artistas das coleções pesquisadas”, explica a professora Rosângela Britto, coordenadora do projeto.
Para ela, existem três pontos da importância do projeto que devem ser destacados: a relação de cooperação entre universidades e o Museu, que contribuem à elaboração de políticas públicas ao setor, com orientação para a preservação de acervos e de acesso dos usuários a informação em artes; a pesquisa da interface epistemológica da Museologia com as Artes/Artes Visuais; e a geração de Bolsas de Iniciação a Pesquisa para estudantes da graduação, que possibilitam o aprendizado e a experiência da pesquisa voltada ao acervo/patrimônio artístico Musealizado.
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O Projeto de Pesquisa, coordenado pela professora da Universidade Federal do Pará Rosângela Britto, foi agraciado com o Prêmio Emanoel Araújo, da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), instituição ligada à Associação Internacional de Críticos de Arte (Aica).

“A premiação é de suma relevância nacional e internacional pelo que a instituição representa no campo do sistema das Artes, ao reconhecer ações, pessoas, instituições e projetos, com destaque para a pesquisa em Artes Visuais, que envolve preservação de acervos artístico/patrimônio cultural, e para a cena artística da Região Norte da Amazônia Paraense”, ressalta Rosângela Britto.
Ela acrescenta que o prêmio também possui grande significado para o Programa de Pós-Graduação em Artes (PPGArtes) e o Instituto de Ciências da Arte (ICA), ambas entidades universitárias às quais está vinculada como docente e coordenadora do projeto.
“Com a parceria em rede, entre as universidades, o museu e a sociedade civil, o que se espera é que a pesquisa sobre as coleções e sua difusão permita prover métodos e dados para a geração de políticas públicas na área da cultura, especialmente ao Museu de Arte. Os resultados obtidos ressaltam a importância da investigação crítica da Museologia e da História da Arte recente e de sua inserção no museu, com vista a minimizar a informação rarefeita sobre as obras e os artistas, associada a uma reflexão mais horizontal dos perfis identitários das coleções, projetando seus programas de preservação e comunicação e considerando a dimensão ampliada tanto da arte quanto do museu, numa perspectiva decolonial e interseccional”, conclui.

Financiado pelo Edital Pró-Humanidades/Chamada 40/2022 do CNPq, FNDCT e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, o projeto consiste em uma rede de colaboradores que atuam nas áreas da Museologia, Conservação, Artes Visuais e Multimídia. Essa rede é composta por profissionais e pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA), da Universidade Federal da Bahia (UFBA), da Universidade da Amazônia (Unama) e do Governo do Estado do Pará, por meio da Secult.
Ao todo, o projeto documentou e preservou onze coleções do acervo de Artes Visuais do museu, totalizando 1.087 obras de 440 artistas, incluindo nomes como Diô Viana, Fayga Ostrower, Manoel Pastana, Miguel Chikaoka e Luiz Braga.

As ações do projeto foram iniciadas em dezembro de 2022 e vão até fevereiro de 2026, mas, mesmo após esse período, todas as informações encontradas continuarão disponíveis ao público no site do projeto de pesquisa, que será transformado em um repositório permanente.
Também com o objetivo de divulgação científica, o canal do YouTube “Acervo 11 Janelas” lançará uma websérie de seis episódios, no mês de agosto, e o perfil no Instagram do projeto continua em atividade. Segundo a professora Rosângela, a intenção é manter a parceria com o SIMM/Secult-PA e aprofundar as pesquisas voltadas aos acervos, envolvendo estudantes da Pós-Graduação em Artes, do mestrado e do doutorado.
As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Portal Amazônia e são de total responsabilidade do autor.
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