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Com a agenda de pautas climáticas e de sustentabilidade cada vez mais presentes na sociedade como um todo e não só em debates universitários, no “universo” corporativo e em fóruns econômicos, vários termos começam a ser utilizados com mais frequência, como: economia verde e bioeconomia.
Isso se dá, em grande parte, pelos extremos climáticos cada vez mais intensos no mundo todo e a necessidade de adaptação e mudanças. Na Amazônia é possível destacar as piores cheias e estiagens de décadas apenas nos últimos anos, consequências de mudanças climáticas.
Para entender os dois conceitos, o Portal Amazônia conversou com o doutor em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia, Stefan Keppler.
Desmistificando os termos
Apesar de serem termos com significados próximos, Keppler afirma que não são a mesma coisa.
“A Economia Verde engloba todas as formas de economia que, de alguma forma, pretendem alcançar melhorias em relação com o meio ambiente pelos produtos e serviços e agregar ao desenvolvimento sustentável da humanidade”,
aponta o pesquisador.
Ou seja, a economia verde consiste em um conjunto de práticas que visam à promoção de uma economia com crescimento pleno, que se baseie no bem-estar social e que esteja centrada em reduzir os riscos ambientais e consertar o meio natural.
O termo foi criado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em 2008 e se opõe ao conceito de ‘Economia Marrom’, pautada em um desenvolvimento não responsável em relação ao ambiente, que não concilia a pauta ambiental ao bem-estar social e conservação de recursos.
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a economia verde “se apresenta como um modelo para reverter essas tendências climáticas, alterando políticas e incentivos, de modo a apoiar o crescimento, a igualdade social e o bem-estar por meio da conservação e do uso sustentável dos recursos naturais e do controle vigilante da poluição”.
Já o termo bioeconomia surge como resultado de pesquisas e inovações aplicadas no campo das ciências biológicas.
“A Bioeconomia é uma economia verde, mas se restringe a produtos e serviços relacionados à biota natural, no sentido do controle do aquecimento global, dentro dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”,
explica Stefan Keppler.
Assim, o conceito de bioeconomia se baseia em sistemas biológicos de baixo impacto e são considerados sustentáveis econômica, ambiental e socialmente.
Outros exemplos de aplicação da bioeconomia estão nas áreas da alimentação, saúde, biotecnologia, agricultura e pecuária.
Bioeconomia na Amazônia
O pesquisador faz alerta para negócios que se mascaram de bioeconomia, mas que não possuem aspectos sustentáveis, apenas extrativistas e até mesmo que não pagam produtores locais, dão lucros muito altos em curto prazo e são, nas suas palavras, “extremamente competitivos com negócios locais”.
“A Bioeconomia da Amazônia adiciona a escala geográfica e o importante critério da floresta em pé. Isso é inegociável”,
completa.
Práticas ESG
Tanto a economia verde quanto a bioeconomia podem ser relacionadas às práticas ESG, um conjunto de práticas que reforçam o compromisso das empresas com a sociedade de modo geral.
“O ESG, sigla de ‘Ambiental, Social e Governança’, imita o tripé da Sustentabilidade, Social-Ambiental-Econômico. Esta sigla tem grande importância no hemisfério norte que, por meio do ESG, pretende financiar projetos de desenvolvimento sustentável na Amazônia, para controlar o aquecimento global”, finaliza o especialista.
As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Portal Amazônia e são de total responsabilidade do autor.
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