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Coletiva do presidente Lula antes do embarque para a Alemanha. Foto: Ricardo Stuckert/PR

“Petrobras não vai parar de prospectar petróleo”, diz Lula na Cúpula do Clima

Em meio aos debates internacionais sobre como acelerar a implementação das energias renováveis e organizar um caminho para acabar com o uso de combustíveis fósseis, Lula declarou que a Petrobras não tem intenções de parar de prospectar petróleo.

A fala foi feita na manhã deste domingo (3), horário de Dubai, pouco antes do presidente encerrar sua participação na 28ª Conferência do Clima da ONU, que este ano acontece nos Emirados Árabes.

Quando confrontado sobre a informação, adiantada pelo Valor, de que o atual presidente da petrolífera, Jean Paul Prates, tem planos de abrir uma subsidiária no Oriente Médio, Lula disse: “Se a Petrobras tem algum investimento para fazer aqui, eu não sei do que é. Mas a Petrobras não vai deixar de prospectar petróleo, temos que lembrar isso, porque o combustível fóssil ainda vai funcionar muito tempo na economia mundial”.

O presidente tentou adequar um pouco seu discurso ao contexto da COP 28, dizendo que a petrolífera terá a missão de tornar os combustíveis fósseis mais eficientes.

“Enquanto ele [combustível fóssil] funcionar, nós vamos conseguir pegar petróleo, nós vamos melhorar qualidade da gasolina, porque é importante vocês lembrarem que não é de hoje, a gasolina brasileira tem 27% de etanol misturado a ela, já não é poluente como as outras. O nosso diesel já tem 12% de biodiesel. Quando a gente fala em combustível no Brasil, vocês tem que lembrar que estamos um passo à frente dos outros”, disse.

Na coletiva, Lula também voltou a falar da entrada do Brasil no grupo expandido da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP+), repetindo a justificativa de que a adesão seria para tentar convencer a Organização – que há quase 60 atua como um cartel ditando os preços do combustível no mundo – da necessidade da transição energética. Além disso, ele acrescentou que tem  intenções de captar recursos junto ao grupo.

“É verdade que precisamos diminuir os combustíveis fósseis, mas é verdade que precisamos produzir alternativas. Antes de acabar com o sectarismo, precisamos oferecer à humanidade opções. E a nossa participação na OPEP+ é para discutirmos com a OPEP a necessidade de os países que têm petróleo e que são ricos, de investir um pouco do dinheiro para ajudar os países pobres, do continente africano, da América Latina, da Ásia. Esse é nosso papel”.

Sem contradições

O Brasil chegou a COP 28 se autointitulando um paladino do 1.5 °C. Isto é, dizendo que seria o maior defensor da meta estipulada no Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5°C. 

Segundo dados divulgados na última quinta-feira pela Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês), falta muito pouco para se chegar a esse limite: 2023 foi o ano mais quente desde o início das medições, com temperaturas 1,4°C acima dos níveis pré-industriais. 

Os combustíveis fósseis, entre eles o petróleo, são os principais causadores do aquecimento global, pois liberam gases de efeito estufa durante sua queima.

No encontro com jornalistas na manhã deste domingo, Lula negou que haja qualquer contrariedade nos recentes posicionamentos do Brasil.

“Não tem nenhuma contradição, não tem nada. O Brasil não será membro efetivo da OPEP nunca porque nós não queremos […] O Brasil não precisa seguir o padrão deles, porque nós temos um combustível diferente, tem uma mistura mais saudável, menos poluente e, portanto, nós vamos utilizar esse potencial que o Brasil tem. Agora, a Petrobras, enquanto empresa, vai ter que fazer o que precisar fazer para ela poder se transformar em uma grande empresa e ajudar o Brasil crescer, mas ao mesmo tempo tempo a Petrobras vai se transformar numa empresa não de petróleo apenas, mas uma empresa que vai cuidar da energia como um todo”, disse.

O governo brasileiro é o maior acionista da Petrobras, com cerca de 30% das ações da empresa.

Lula deixou Dubai na manhã deste domingo, em direção à Alemanha, onde deve tratar de parcerias estratégicas na área da transformação ecológica e sobre o acordo Mercosul-União Europeia. 

As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site O Eco e são de total responsabilidade do autor.
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