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Pesquisadores descobrem vírus que pode frear pandemia global de anfíbios

Pesquisadores descobrem vírus que pode frear pandemia global de anfíbios

Anfíbios de quase todos os continentes têm sofrido com a pandemia do fungo Bd – Batrachochytrium dendrobatidis – praticamente letal para rãs e sapos. O fungo até então imbatível pode ter um calcanhar de Aquiles. É o que aponta um time de pesquisadores responsável pela descoberta de um vírus que infecta o fungo e pode ser projetado para frear a doença fúngica e, com isso, ajudar a proteger os anfíbios.

A descoberta foi divulgada em artigo científico publicado em março na revista Current Biology. Os pesquisadores trabalhavam na genética populacional do Bd para tentar entender melhor sua origem e mutações, quando encontraram o vírus.

“Queríamos ver como as diferentes cepas de fungos diferem em lugares como África, e EUA, assim como as pessoas estudam diferentes cepas de COVID-19”, conta um dos autores, Jason Stajich, professor de microbiologia da Universidade da Califórnia Riverside (UCR). Para fazer isso, eles usaram tecnologia de sequenciamento de DNA e, ao examinarem, notaram que algumas sequências não correspondiam ao DNA do fungo. “Percebemos que essas sequências extras, quando reunidas, tinham as características de um genoma viral”, completa o pesquisador.

De acordo com os cientistas, apenas algumas cepas do fungo possuem o vírus em seu genoma e os infectados parecem ter um comportamento diferente. “Quando essas cepas possuem o vírus, elas produzem menos esporos, por isso ele se espalha mais lentamente. Mas também podem tornar-se mais virulentos, matando sapos mais rapidamente”, alerta Stajich.

Para entender melhor o efeito do vírus sobre o fungo e como ele opera, o time de pesquisadores planeja clonar o vírus e analisar se uma cepa de Bd infectada manualmente também produz menos esporos. “Não sabemos como o vírus infecta o fungo, como entra nas células. Se quisermos projetar o vírus para ajudar os anfíbios, precisamos de respostas para perguntas como estas”, conta Mark Yacoub, doutorando em microbiologia da UCR que também assina a pesquisa.

O fungo contamina a pele de rãs e sapos, altera o funcionamento do seu organismo e, eventualmente, causa insuficiência cardíaca ou do fígado. 

O Batrachochytrium dendrobatidis surgiu na Ásia há cerca de 100 anos. A disseminação do fungo, que se dispersa facilmente em ambientes úmidos, pode estar ligada também ao comércio global de animais exóticos – legal ou não. Estima-se que o fungo já contribuiu para o declínio populacional de mais de 500 espécies de anfíbios e para 90 possíveis extinções em diferentes continentes. 

Uma das prováveis vítimas do fungo é a brasileiríssima rãzinha-verrugosa (Holoaden bradei), com ocorrência conhecida restrita ao Parque Nacional do Itatiaia, no estado do Rio de Janeiro. A espécie não é registrada desde o final dos anos 80 e já é classificada como provavelmente extinta.

As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site O Eco e são de total responsabilidade do autor.
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