Com mais de 270 focos de calor desde o início de setembro, o governo do estado do Rio de Janeiro decidiu neste sábado (14) fechar as portas das 40 unidades de conservação estaduais à visitação. Em vídeo divulgado nas páginas oficiais da secretaria e do Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (Inea-RJ), o secretário de Estado do Ambiente e da Sustentabilidade (SEAS-RJ), Bernardo Rossi, explica que a decisão tem como objetivo garantir a segurança das pessoas e concentrar os esforços no combate aos incêndios. Não há prazo definido para a reabertura das áreas.
“Por determinação do governador e proteção das famílias, o Inea e a SEAS estão temporariamente fechando nossos parques porque todo o efetivo está focado no combate aos incêndios”, explica o secretário no vídeo.
Bernardo Rossi afirma ainda que, em parceria com a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, o estado irá conduzir uma grande fiscalização e um levantamento dos incêndios e, se for constatado crime ambiental, “o estado irá embargar o terreno”.
Na última quinta-feira (12), o governo criou um gabinete de crise para coordenar os esforços de combate aos incêndios no estado em parceria com o Corpo de Bombeiros.
Todas as equipes de guarda-parque, além de dois helicópteros, atuam no combate, que conta ainda com o apoio da Polícia Ambiental, do Corpo de Bombeiros e da Delegacia de Crimes Ambientais. Drones também têm sido utilizados para monitorar as áreas protegidas e identificar pontos de fogo.
Apenas no mês de setembro (até o dia 16/09), foram 273 focos de calor no estado do Rio de Janeiro, conforme dados do Programa de Queimadas do INPE. Nesse período, oito unidades de conservação estaduais registraram fogo de acordo com o monitoramento do INPE.
A recordista de focos é a Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Guandu, seguida pelo Refúgio de Vida Silvestre do Médio Paraíba. O monitoramento flagrou focos em três parques: da Serra da Concórdia, Cunhambebe e Costa do Sol. Houve incêndios ainda nos entornos do Parque Estadual do Desengano e da APA Macaé de Cima.
De acordo com nota do governo à imprensa, a lista de unidades de conservação estaduais afetadas atualmente pelos incêndios é ainda maior, com um total de 15 UCs: Parque Estadual da Serra da Concórdia, Monumento Natural da Serra da Beleza, Monumento Natural da Serra da Maria Comprida, Parque Estadual da Pedra Branca, Parque Estadual dos Três Picos, Parque Estadual do Cunhambebe, Parque Estadual do Desengano, Parque Estadual da Serra da Tiririca, APA do Rio Guandu, APA Alto Iguaçu, Refúgio da Vida Silvestre do Médio Paraíba, APA de Massambaba, APA da Serra dos Mascates, APA da Bacia do Rio Macacu e Parque Estadual da Pedra Selada.
Os primeiros 16 dias de setembro já somam mais que o dobro do total de focos de calor de todo o mês em 2023. É o setembro com mais focos de calor no estado desde 2017 de acordo com o monitoramento do INPE.
Se considerado o intervalo desde o início da época seca, em junho, o estado já soma 820 focos de calor (de 1º de junho a 16 de setembro). Os nomes das unidades de conservação estaduais mais afetadas se repete, com a APA do Rio Guandu na desafortunada liderança.
A área de proteção ambiental, criada em 2007, possui cerca de 74 mil hectares e abrange parte dos territórios de Engenheiro Paulo de Frontin, Itaguaí, Japeri, Miguel Pereira, Nova Iguaçu, Paracambi, Piraí, Queimados, Rio Claro, Seropédica e Vassouras.
Entre as unidades de conservação federais, a líder é outra APA, a da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado. Os parques do Itatiaia e da Serra dos Órgãos também aparecem entre as UCs atingidas pelo fogo este ano.
Enquanto no Itatiaia não há nenhum foco atual e a visitação segue normal, na Serra dos Órgãos um incêndio atinge a região da travessia do Cobiçado x Ventania, em uma área de difícil acesso no parque nacional. O combate está sendo feito pela equipe de brigadistas do parque junto às brigadas do IBAMA/PrevFogo e do Parque Nacional da Tijuca, e ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ).
Denúncias na Linha Verde do estado
Diante da multiplicação de focos de incêndio, o governo reforça a divulgação dos canais de denúncia sobre queimadas criminosas. O estado do Rio conta com a Linha Verde, disque-denúncia de crimes ambientais, que garante o anonimato.
Os telefones são: 0300 253 1177 (interior, custo de ligação local) ou 2253-1177 (capital)
As denúncias também podem ser feitas pelo aplicativo “Disque Denúncia Rio” (disponível para Android e iOS), que permite a anexação de fotos e vídeos. Todas as denúncias podem ser feitas de forma anônima.
As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site O Eco e são de total responsabilidade do autor.
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