O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o ICMBio anunciaram, em evento na manhã desta terça (3), investimentos de R$ 25 milhões anuais pelos próximos 3 anos, num total de R$ 75 milhões, no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro. O anúncio foi feito no Centro de Visitantes Paineiras, na base do Corcovado, morro que abriga o Cristo Redentor, em evento que contou com a presença de autoridades políticas e religiosas. O dinheiro será pago pelas concessionárias de serviços de transporte do parque.
De acordo com os aditivos assinado pelas empresas, a Trem do Corcovado e a Paineiras-Corcovado, os recursos virão de parte da arrecadação com a venda de ingressos, por meio dos chamados encargos acessórios – repasses extras das concessionárias para ações conjuntas com o ICMBio, divididas em macrotemas. Estão previstas obras de infraestrutura – como o reforço do contraforte, estrutura de vigas que sustenta o Cristo Redentor – e acessibilidade, além de projetos de manejo de espécies exóticas e de pesquisas científicas.
Além disso, também estão previstas a contratação de auxiliar-administrativo e de consultoria financeira independente para o Parque Nacional da Tijuca, que deverá assessorar a unidade na gestão dos contratos de concessão, e a reforma da sala do administrativo do parque.
“Hoje, estamos avançando em conservação, infraestrutura e segurança, ao mesmo tempo em que atendemos as demandas sociais e econômicas associadas ao Parque. Além disso, com esses aditivos, vamos fortalecer ainda mais a fiscalização e a gestão contratual das concessões”, resumiu Mauro Pires, presidente do ICMBio.
Segundo ele, o Parque Nacional da Tijuca é um “patrimônio brasileiro, mas também um patrimônio mundial”, que exerce “uma função ambiental, mas tem também uma função de educação, uma função cultural, extremamente específica”. A unidade de conservação é a mais frequentada do Brasil, com 4,4 milhões de visitas em 2023. João Paulo Capobianco, secretário-executivo do MMA, também presente no evento, classificou o parque como “um patrimônio de todos os brasileiros”, e sua conservação e melhoria do uso público como “prioridade” do ministério.
“O que nós estamos fazendo aqui hoje é aperfeiçoar os contratos de concessão da Paineiras e do Trem com o ICMBio. Quando a gente coloca essa questão de macrotemas, a gente de fato consegue ter capacidade de pegar um recurso que é todo mês destinado para a União e aplicá-lo para a Unidade de Conservação”, explicou Pablo Mórbis, diretor da Paineiras-Corcovado. Sávio Neves, presidente da Trem do Corcovado, também comemorou a assinatura, frisando a importância das obras para a segurança e contenção de desmoronamentos, que são “comuns aqui na nossa área”, segundo ele.
As primeiras obras de infraestrutura, em caráter emergencial, começaram ainda no mês de novembro, antes da assinatura dos aditivos, e foram custeadas inicialmente por recursos das concessionárias. Esses valores serão ressarcidos pelo ICMBio, de acordo com uma das cláusulas do documento assinado.
“As obras de contenção das encostas do Parque já começaram e devem ser uma constante, devido às condições naturais e, claro, à intensificação dos eventos climáticos, que provocam chuvas cada vez mais intensas”, explica Breno Herrera, gerente regional do Sudeste do ICMBio. Ainda segundo ele, “entre março e abril de 2025 deverá ser iniciada a obra de manutenção e reforço do contraforte do platô do Alto Corcovado”.
Na área, também nos próximos meses, segundo o ICMBio, serão realizadas ainda obras de acessibilidade e melhorias gerais – como a modernização dos elevadores e do hall de acesso a eles, das escadas rolantes e dos banheiros; a realização de um projeto paisagístico; a implementação de coleta de lixo seletivo e a revisão das pilastras de sustentação do estacionamento.
Inauguração de trilha
Logo após a assinatura dos aditivos, foi feita a inauguração da trilha Paineiras-Corcovado, que vai do Centro de Visitantes Paineiras até o acesso ao monumento do Cristo Redentor. O novo percurso já era parte das obrigações contratuais da empresa Trem do Corcovado, e tem como um de seus principais objetivos democratizar e ampliar as possibilidades de acesso ao Alto Corcovado. Ela passa a fazer parte da Trilha Transcarioca, que percorre um total de, agora, 180 km pela cidade do Rio.
“Está aberto ao público um novo acesso que deve popularizar a visita ao monumento natural do Corcovado, permitindo que os visitantes tenham uma experiência mais completa, combinando a contemplação da cidade com uma imersão na Mata Atlântica”, explicou Pedro da Cunha e Menezes, fundador da Trilha Transcarioca e diretor de Áreas Protegidas do MMA.
Segundo o ICMBio, a trilha “é de dificuldade moderada, possui 1,15 km de extensão e, apesar de não ser longa, é íngreme, com ganho de elevação de 260 metros. O tempo estimado de caminhada é de 45 minutos, mas pode variar de acordo com o condicionamento físico de cada pessoa”. Este repórter, entre paradas para descansar e aproveitar a vista, levou cerca de uma hora.
Já perto do fim, a cerca de 600 metros de altitude, está uma das principais atrações da trilha: o Mirante Cartão Postal, feito em vidro e com visão panorâmica da cidade. Ele permite observar a Lagoa Rodrigo de Freitas, a Zona Sul e, também, outros pontos turísticos do Parque, como a Pedra da Gávea.
O acesso à trilha é gratuito, porém caso o visitante queira acessar o monumento do Cristo Redentor, deverá pagar o ingresso – R$ 58 reais na alta temporada (todos os sábados, domingos e feriados) e R$ 32 na baixa temporada. O horário de funcionamento é o mesmo que o do parque, das 8h às 18h.
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