Em uma área de 695.303,00 hectares, o Parque Estadual Chandless, entre os municípios acreanos de Manoel Urbano, Sena Madureira e Santa Rosa do Purus, é um dos principais atrativos turísticos para os observadores de pássaros na Amazônia.
O parque foi criado por meio do Decreto 10.670, de 2 de Setembro de 2004, e é gerido pela Secretaria de Meio Ambiente do Acre.
É uma área de proteção integral localizada na região central do Acre, ocupando 4,2% do Estado. Sua principalmente característica são as florestas de bambu e atrai muitos observadores de aves – birdwatching.
O parque faz fronteira ao norte com a Terra Indígena Alto Purus (etnias Huni kuin e Madija), ao sul com a Terra Indígena Mamoadate (etnias Manchineri e Jaminawa), a oeste com o Parque Nacional Alto Purus (Peru) e Reserva Comunal Purus (Peru) e a leste com a Reserva Extrativista Cazumbá-Iracema.
A área já foi palco de conflitos entre brasileiros e peruanos exploradores entre 1903 e 1904.
O acesso à área é considerado extremamente difícil e feito inicialmente por via terrestre, saindo de Rio Branco até Manuel Urbano e deste até a sede da UC por via fluvial – cerca de 12 horas de viagem. Mas também é possível acessar a UC por fretamento aéreo, saindo de Rio Branco e pousando na Unidade.
A área está totalmente situada dentro dos limites do corredor verde do Oeste da Amazônia, um dos cinco para a região Amazônica estabelecida pelo IBAMA. Está também adjacente a áreas protegidas e Terras Indígenas no lado peruano, onde espécies raras e endêmicas já foram identificadas. É potencializado também por se configurar como corredor local, pois permite conectar duas áreas indígenas (Rio Purus e Mamoadate) e a estação Ecológica do Rio Acre.
O Parque está localizado em uma das regiões menos conhecidas do Estado, em termos de riqueza biológica, a região do Alto Purus, nas bacias dos rios Purus e Chandless.
O objetivo da Unidade é “assegurar a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico”.
De acordo com dados do Centro de Estudos Integrados da Biodiversidade Amazônica (CENBAM/PPBio), na Peça de Criação do PE Chandless, existem pelo menos cerca de 800 espécies de aves (incluindo espécies migratórias), pelo menos 200 espécies de mamíferos, 80 espécies de répteis e 120 espécies de anfíbios. Foram identificadas cerca de 100 espécies de lepdopteros. A ictiofauna em torno de 200 espécies.
Os trabalhos realizados para elaboração do Plano de Manejo da Unidade através da Avaliação Ecológica Rápida – AER registraram mais de mil espécies para a área, sendo 264 espécies de plantas, dentre as quais 24 de palmeiras, 47 espécies de grandes mamíferos, 63 espécies de anfíbios, 40 espécies de répteis, 407 espécies de aves, dentre estas 13 exclusivas das formações de taboca, 464 espécies de lepdópteros e 71 espécies de peixes. O plano foi concluído em 2010 e indicou uma serie de pesquisas prioritárias para a UC, as quais podem auxiliar a gestão da mesma.
Seu nome faz referência ao rio Chandless, que drena a Unidade no sentido sudoeste nordeste e nasce no Peru. Por sua vez o rio faz homenagem ao explorador William Chandless, que esteve na Amazônia entre 1864 e 1866, percorrendo o rio Purus.
Seu objetivo era mapear todo o rio Purus até a nascente, mas não conseguiu por conta da dificuldade de acesso e logística. A viagem, porém, rendeu artigos científicos e um mapeamento quase completo do rio Purus, pelos quais é reconhecido mundialmente.
*Com informações do Governo do Acre e do CENBAM/PPBio
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