O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Banco do Brasil (BB) firmaram um acordo de cooperação técnica para estimular o desenvolvimento socioeconômico sustentável de comunidades da região amazônica. A assinatura ocorreu no primeiro dia do workshop ‘Impulsionando a Sociobioeconomia da Amazônia’, dia 18 de abril, no Parque Zoobotânico Mangal das Garças, em Belém (PA).
O objetivo é promover o fortalecimento e a inclusão produtiva de associações e cooperativas a partir de projetos de bioeconomia. A parceria terá como base o Plano Nacional de Sociobioeconomia, em elaboração pelos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, e com previsão de lançamento para este ano.
A iniciativa do governo federal é para aproximar o sistema financeiro da realidade dos povos e comunidades tradicionais. A articulação promoverá educação financeira, assistência técnica e oferta de crédito, sob a perspectiva integrada das cadeias de valor da sociobiodiversidade.
A parceria dará apoio técnico e financeiro a projetos de bioeconomia que respeitem as boas práticas ambientais e a cultura locais. O uso de tecnologias sociais e ações nas áreas de geração de renda, educação e meio ambiente serão prioritários.
O workshop foi promovido pelo BB e o Instituto Clima e Sociedade. Os dois dias de evento reuniram instituições financeiras, empresas-âncoras, empreendedores e representantes da sociedade civil e do governos.
“Com esse acordo vamos ampliar as estratégias de distribuição de crédito. O banco tem uma capilaridade muito grande nas várias cadeias do agronegócio, mas para a bioeconomia precisamos trabalhar as especificidades e uma estrutura dedicada”,
afirmou a secretária Nacional de Bioeconomia do MMA, Carina Pimenta.
Segundo a secretária, técnicos do MMA e do banco cooperam para definir estratégias que não tratam apenas da concessão de crédito, mas de assessoria técnica às associações, cooperativas e empreendimentos que serão beneficiados.
O vice-presidente de Governo e Sustentabilidade Empresarial do Banco do Brasil, José Ricardo Sasseron, destacou a importância que a instituição dá à bioeconomia na Amazônia.
“Essa é uma solução de preservação para a Amazônia, respeitando o meio ambiente, trazendo práticas sustentáveis e, ao mesmo tempo, incentivando uma nova forma de economia para a região”,
afirmou.
As articulação para a assinatura do acordo de cooperação técnica começaram durante a COP28, no fim do ano passado em Dubai, no Emirados Árabes Unidos. Na ocasião, o MMA assinou protocolo de intenções para formalizar a parceria.
Desde fevereiro, foram realizadas várias reuniões entre Banco do Brasil e MMA para construção da parceria, que busca resolver gargalos históricos no acesso ao crédito para as cadeias da bioeconomia e da sociobiodiversidade. Há atenção especial para os públicos-alvo mais sensíveis, como empreendimentos que envolvem povos indígenas, quilombolas, povos e comunidades tradicionais e agricultura familiar, entre outros.
Resultados esperados incluem a formação de rede de agentes de crédito socioambiental, uma das principais estratégias para promover educação financeira, orientação para acesso a crédito integrado aos sistemas produtivos e assistência técnica para organizações econômicas da cadeia de bioeconomia.
Espera-se ainda o desenvolvimento de inovações nos serviços financeiros oferecidos para as cadeias da sociobiodiversidade, com apoio à inovação tecnológica, à certificação de produtos da sociobiodiversidade, à restauração produtiva e à transição agroecológica dos sistemas alimentares. Busca também apoio ao monitoramento ambiental, condição para atestar a sustentabilidade do manejo dos recursos naturais, entre outros objetivos.
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