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Ovos traficados “esquentam” aves nascidas em cativeiro

Ovos traficados “esquentam” aves nascidas em cativeiro

Flagrantes no e em outros países apontam que o tráfico de ovos vem sendo usado para melhorar a genética de aves criadas em cativeiros, “esquentar” animais nascidos desses ovos e testar rotas internacionais de comércio ilegal, afirma uma organização não-governamental.

Entre janeiro e março, dois homens foram detidos no Aeroporto de Hong Kong, um território autônomo no sudeste da China, com um total de 260 ovos de espécies ainda não identificadas de psitacídeos, a família das araras, papagaios e periquitos. Eles chegaram ao país em voos da África do Sul e da Tailândia.

O Departamento de Agricultura, Pesca e Conservação (DAPC) do país suspeita que os ovos são de espécie cujos negócios devem ser regulados pela Cites, sigla em Inglês da Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção. O acordo foi incorporado à legislação do país asiático e de quase 190 outros países.

“Qualquer pessoa que importar, exportar ou possuir espécimes de espécies em perigo de extinção (…) comete um delito e estará sujeita a uma multa máxima de US$ 10 milhões [equivalentes a R$ 50 milhões] e prisão por 10 anos após a condenação, com o confisco dos espécimes”, reiterou o DAPC por e-mail a ((o))eco. 

Ovos confiscados em outubro passado com um chinês que tentava voar do Aeroporto de Guarulhos (SP) a Hong Kong. Foto: Ibama/Divulgação

Já em outubro passado, quando 60 ovos de aves nativas foram confiscados com um chinês no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. O criminoso contou a agentes do Ibama que levaria a Hong Kong os ovos que teriam sido roubados na região de Foz do Iguaçu, no Paraná.  

Com visto de turista, o chinês foi autuado em R$ 300 mil, prestou depoimento e responde a processo por tráfico internacional. Os ovos eclodiram num centro especializado em São Paulo (SP), revelando que eram de tucanos, araras-vermelhas e azuis.

Outro episódio em solo brasileiro foi em fevereiro deste ano, quando ucranianas foram detidas com ovos de arara-azul-de-lear trafegando pela BR-116 entre Salvador (BA) e São Paulo (SP). Elas pretendiam voar do mesmo Aeroporto de Guarulhos ao vizinho amazônico Suriname, mostrou ((o))eco.

Diretora-executiva da Freeland Brasil, Juliana Ferreira conta que ovos traficados melhoram a genética de aves em cativeiro e geram espécimes “legalizadas”. Animais nascidos em criadouros podem ser vendidos normalmente. “É a mesma maneira de agir”, destaca a especialista sobre os casos de tráfico internacional de ovos. 

Reforçando que tais crimes não são novidade, a entidade recuperou informações da Operação Oxóssi, uma das maiores já disparadas no Brasil contra o comércio criminoso de espécies, há quase duas décadas. Suas escutas telefônicas revelaram que até ovos de galinha eram usados para testar a segurança de alfândegas e as rotas mais viáveis para o tráfico.

Trecho de chamada entre dois estrangeiros  captada com grampo telefônico revelou uso de ovos de galinha para testar a segurança aeroportuária brasileira. Fonte: Operação Oxóssi/Freeland Brasil

Ovos de codornas também foram usados para pôr a prova meios e rotas áreas e terrestres para traficar espécies selvagens, revelam dados compartilhados pela Freeland Brasil com ((o))eco. Apenas entre 2017 e 2019, 172 ovos vindos do Brasil e do Equador foram confiscados em aeroportos dos Estados Unidos.



As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site O Eco e são de total responsabilidade do autor.
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