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Onda de calor atinge nove estados brasileiros

Onda de calor atinge nove estados brasileiros

A última semana de inverno começou com um inferno: nove estados brasileiros entraram em alerta de onda de calor nesta segunda-feira (18). Temperaturas mais altas na transição entre inverno e primavera costumam ser comuns, mas as regiões em alerta estão com previsão de mais de 40ºC durante muitos dias em várias cidades.

Uma onda de calor é caracterizada quando a temperatura fica pelo menos 5°C acima da média por no mínimo três dias consecutivos, explica o meteorologista Heráclio Alves de Araújo, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), órgão vinculado ao Ministério da Agricultura e Pecuária.

Isso é o que tem acontecido no Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Pará, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Mato Grosso do Sul, por exemplo, está com todo o território sob domínio de altas temperaturas. No domingo, a cidade de Água Clara (MS) alcançou 40,6 °C. A previsão é que áreas do Centro-Oeste continuem ultrapassando 40 °C. Em Cuiabá, a própria sucursal da Geena, as temperaturas mínimas noturnas devem chegar a quase 30ºC.

O Norte também deve passar de 40 °C até o fim da semana. O Tocantins, inclusive, tem cidades na lista das maiores temperaturas da tarde desta segunda-feira, casos de Santa Rosa do Tocantins (39,1°C), Lagoa da Confusão (39°C), Pedro Afonso (38,9°C) e Pedro do Araguaia (38,9°C). A temperatura mais alta desta tarde no país, no entanto, foi registrada em Urussanga (39,8 °C), em Santa Catarina, que ainda não é considerado sob domínio de uma onda de calor. Saulo Barros Costa, meteorologista do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, comenta que as temperaturas podem começar a diminuir entre domingo (24) e a próxima segunda-feira (25)

Em alguns locais, as altas temperaturas estão acompanhadas de baixa umidade do ar. A cidade de São Paulo lidera nesta segunda-feira com apenas 11% de umidade, em seguida vem Seropédica com 12%, no Rio de Janeiro.

Os nove estados estão classificados como em perigo para a saúde. Costa comenta que a falta de chuva contribui para a poluição, o que traz alguns problemas. “Você tem uma concentração maior de poluentes. Quando chove, a chuva tem o potencial de limpar a atmosfera”, diz Costa. O climatologista também ressalta que, em regiões onde faz muito calor durante o dia e a temperatura cai na madrugada, como no oeste paulista, quem tem rinite e sinusite pode sofrer mais.

Apesar dos riscos à saúde, especialistas alertam que é preciso cautela ao dizer que há risco de vida nas regiões onde há ondas de calor no . José Marengo, do Cemaden, afirma que por enquanto não se antecipam no Brasil condições como a das ondas de calor que arrasaram o hemisfério Norte em 2022, causando 61 mil mortes, e em julho deste ano (o mês mais quente da humana).

Gabriela Couto, pesquisadora do Inpe, lembra que no Brasil o calor extremo tem o menor número de mortes em comparação com outros riscos naturais, por exemplo, raios e enchentes. Segundo Couto, as mortes causadas devido a altas temperaturas são muito difíceis de notificar por uma relação direta. “Isso porque a exposição ao calor extremo agrava outras condições de saúde que já são preexistentes”, completa.

De acordo com os especialistas, neste momento é preciso ter cautela ao se expor no sol e seguir recomendações médicas, como beber bastante água, evitar praticar atividades físicas ao ar livre entre 11h e 15h e usar protetor solar.

As altas temperaturas no Brasil já estão na conta dos climatologistas devido à combinação entre a tendência de aquecimento global de fundo e o El Niño, que chegou chegando em 2023. Só intervenção divina direta impedirá 2023 de ser o ano mais quente da história humana. O Climate Reanalyzer, ferramenta da Universidade do Maine que cruza modelos climáticos computacionais, vem mostrando que desde 3 de julho as temperaturas da Terra não param de bater recordes históricos. No último sábado elas chegaram a 1,1ºC acima da média verificada de 1978 a 2000, ou seja, mais de 1,5ºC acima da média pré-industrial.

Segundo uma nota técnica publicada pelo Cemaden no último dia 11, as temperaturas em setembro no Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste devem ficar acima dos 20% mais quentes da média histórica, e ondas de calor são esperadas de outubro a dezembro. Com o calorão vem a secura: a previsão é de precipitação 40% abaixo da média no Sudeste e no Centro-Oeste. Pela mesma moeda, o Sul deve continuar com chuvas acima da média neste ano, por conta do El Niño.

O Cemaden fez 28 sugestões de ações de prevenção e resposta, que vão da adoção de protocolos para atender idosos vítimas do calor até a criação de uma sala de situação entre vários órgãos federais para coordenar o atendimento a várias emergências climáticas simultâneas. (colaborou Claudio Angelo)

As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site O Eco e são de total responsabilidade do autor.
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