Tem um ano e cinco meses que escrevi por aquí na coluna, sobre a perseguição racista ao jogagor de futebol Vini Jr.
Sinceramente, não sou um “boleiro”, um interessadíssimo em futebol, ou seja, não acompanho ativamente e nem posso dizer que entendo de futebol. No entanto, é impossível em plena era da informação não ser “bombardeado” com notícias e comentários corolários sobre todo tipo de assunto, inclusive futebol.
Se de futebol não entendo muito, já não dá para dizer o mesmo sobre racismo, primeiro por ser um óbvio alvo dele e segundo por tê-lo como objeto de estudo há décadas.
O que tem me chegado nos últimos anos sobre o Vini Jr. é que é tremendo jogador, e que tem desempenho que o coloca como candidato natural à “bola de ouro”, o título de melhor jogar do mundo. Obviamente não é o único, mas o favoritismo aparentemente é consenso.
Compreensível que em um Brasil com mais de uma geração de jogadores da seleção que nunca ganharam copa do mundo, se anseie ao menos por um “bola de ouro”, coisa que depende de apenas um super talentoso, ao invés de toda uma equipe super talentosa e estrutura entrosadíssima em campo em uma copa da FIFA, onde “não tem, mais bobo”.
O que parece claro, ante tudo que me chegou sobre a UEFA nos últimos tempos, é que o favoritismo de Vini Jr., “seguindo o algoritmo tradicional “ estava posto. Então, o que pode ter acontecido?
A UEFA muito provavelmente quis evitar aumentar a atenção sobre o racismo nos campos europeus, premiando um notório antirracista no futebol.
Acontece que tentar silenciar a luta antirracista e minorar a visibilidade do antirracismo e dos antirracistas é o que chamamos de Metarracismo ou o racismo cínico, que trabalha para que o racismo se mantenha e, eventualmente se colocando como “antirracismo reverso”.
A coisa se torna mais cruel ao se imaginar que o problema não é ser antirracista, isso muita gente o é, mas um antirracista que por preto, sofre diretamente o racismo e o combate fortemente ao invés de calar-se convenientemente, como desejam os que não querem ser penalizados ou apontados como racistas.
Novamente, o racismo na bola, atingiu o “negro da vez”, vez de levar a “bola de ouro”.
A imagem que abre este artigo é de autoria de Rafael Ribeiro/CBF e mostra o salto de Vini Jr. durante a comemoração de um gol contra a seleção do Paraguai no dia 28 de julho, em Las Vegas, EUA.
As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site Amazônia Real e são de total responsabilidade do autor.
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