Uma prática bastante polêmica tem se tornado bastante popular na internet: o respiratorianismo. Basicamente, ela afirma ser possível que um ser humano substitua a alimentação por “prana”, palavra da língua sânscrita que significa força vital. Ou seja: seria possível viver só de ar.
Obviamente, é uma crença perigosa – e que, dependendo do tempo em que essa “dieta” durar, pode até levar à morte. Neste texto, compartilhamos mais informações sobre esse conceito.
A ideia de viver sem comida e água
(Fonte: GettyImages)
Os praticantes, chamados de “respiratorianos”, defendem que o corpo humano é capaz de obter todos os nutrientes que precisam a partir do consumo da luz solar, do ar e do “prana”. Dessa forma, conseguiríamos não apenas permanecer vivos, mas teríamos acesso a uma existência mais plena, saudável e esclarecida.
O conceito do respiratorianismo é sobretudo espiritual, e menos focado, por exemplo, na perda de peso (embora vários influenciadores digitais o defendam para este fim). A ideia do prana vem do ayurveda, sistema de medicina alternativa desenvolvida na Índia e que prega uma abordagem holística e equilibrada entre todas as partes do corpo.
O prana seria uma espécie de energia sutil, capaz de conectar todas as coisas, e que pode ser trabalhado com práticas como ioga, meditação e exercícios de respiração. Os respiratorianos defendem, dessa forma, que usar apenas o prana como fonte de energia seria suficiente para poder viver bem.
Práticas do respiratorianismo
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Segundo informações retiradas de grupos do respiratorianismo, conforme levantamento do IFLScience, há várias categorias de praticantes englobados dentro desse conceito. No topo mais alto, estariam os adeptos de uma “dieta” completa sem água nem comida, que seriam as “almas verdadeiras”, mas elevadas. Abaixo deles, viriam as pessoas que consomem apenas água ou chá, depois os que consomem refeições leves uma ou duas vezes por semana, e assim por diante.
De acordo com esses grupos, os praticantes “nunca ficam com fome, por isso, quando fazem uma refeição ligeira, é principalmente num ambiente social, porque na nossa sociedade jantar juntos é uma atividade social”. Segundo afirma Russell Moul, autor da IFLScience, isso dá claramente uma visão de culto à prática: os participantes se apoiariam uns aos outros enquanto sofrem pela falta de comida.
Além disso, há uma promessa de transcendência em quem consegue feitos mais “altos”. O verdadeiro respiratoriano seria aquele que “aceitar realmente e acreditar verdadeiramente que é possível viver de Prana”, apesar de todas as pessoas em torno dele dizerem que não. Só assim ele estaria pronto para “dar o próximo passo na escada evolutiva e experimentar um nível vibracional mais elevado”.
Por fim, os grupos sugerem aos interessados que se submetam ao treinamento da prática, para depois voltarem a consumir alimentos sólidos. Se eles passarem a sentir fome novamente, seria porque não se elevaram o suficiente – ou seja, o problema estaria no indivíduo que não acreditou o suficiente e não acumulou prana, e não no sistema em si.
A verdade é que o respiratorianismo vai ao contrário de tudo que a ciência descobriu e comprovou em séculos, ou até milênios: de que precisamos de nutrientes e de água para existir. Além disso, é importante lembrar que foram registrados vários casos de gurus do respiratorianismo dando “calote” na própria crença.
Um caso engraçado (se não fosse trágico) é do líder Wiley Brooks, fundador do Breatharian Institute of America. Ele defendeu este estilo de vida nos anos 1980 e 1990, e chegou até a aconselhar mães a não alimentarem seus bebês. Contudo, uma vez Brooks foi flagrado dentro de um restaurante do McDonald’s comendo um lanche bem real. E sua resposta beirou o risível: ele teria defendido que o McDonald’s teria sido criado em um portal espiritual e que sua comida seria boa para a saúde.
As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site Mega Curioso e são de total responsabilidade do autor.
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