Foto: Marcelo Santana
O manejo sustentável é algo que vez ou outra se ouve falar, mas você já parou para pensar o que realmente significa isso e a importância que ele tem para o meio ambiente? O manejo sustentável consiste em um conjunto de técnicas de exploração de baixo impacto ambiental que imitam o ciclo natural da floresta.
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O mestre em Administração e Desenvolvimento Rural e coordenador do Programa de Manejo da Fauna do Instituto Mamirauá, Diogo de Lima Franco, define o manejo como uma junção de atividades com um único objetivo: conciliar conservação das espécies e do ambiente.
“Funciona como gerenciamento ou administração equilibrada de um recurso. Ele surge como uma ferramenta para conciliar o ambiente, paralelamente ao desenvolvimento local, por meio de diversificação produtiva, fornecimento de renda alternativa e coletivismo produtivo”, explicou ao Portal Amazônia.
Segundo Diogo Franco, esse sistema, por meio de requisitos básicos (definição de locais, de períodos, características das espécies, organização social e coletiva) permite que comunidades tradicionais mantenham o uso histórico e cultural de certos recursos naturais, sem impactar o recurso explorado e de forma legalizada.
O coordenador conta ainda que existem iniciativas de manejo sustentável de vários recursos naturais como: pescado, fauna, recursos madeireiros e uso indireto por meio de turismo, espalhadas por toda a Amazônia.
O Amazonas é pioneiro na experimentação e desenvolvimento de sistemas de manejo sustentável de base comunitária, inclusive gerando, por meio desses sistemas, políticas públicas de regulamentação às atividades. O manejo do pirarucu é um exemplo.
O desenvolvimento inicial desses sistemas se deu na Região do Médio Solimões, na RDS Mamirauá, com o apoio técnico científico do Instituto Mamirauá, que continua prestando assessoria técnica na região e apoiando a replicação desse modelo. Essa replicação tem gradualmente atingido outros estados da região amazônica, e até outros países vizinhos.
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Diogo também esclareceu que atualmente, no Instituto Mamirauá, há oito coordenações sob a Diretoria de Manejo e Desenvolvimento. A atuação inicial delas era somente no Médio Solimões, mas, hoje em dia, já atuam em vários estados da região Amazônica:
- Cada uma atuando diretamente com o manejo de algum tipo de recurso natural;
- Programas de Manejo da Fauna;
- Manejo de Pesca;
- Manejo de Agroecossistemas;
- Manejo Florestal.
Contando também com as áreas correlatas essenciais à esses sistemas ou de uso indireto dos recursos como:
- Programas de Turismo de Base Comunitária;
- Gestão Comunitária;
- Qualidade de Vida;
- Centro Vocacional tecnológico;
- Dificuldades enfrentadas no Manejo Sustentável.

O pesquisador alega ainda que existem inúmeras dificuldades envolvidas: entre elas estão a de logística e a infraestrutura, observadas nas áreas mais remotas de desenvolvimento dos manejos; a baixa aplicabilidade da legislação, questões referentes aos licenciamentos ambientais, fiscalização e proteção das áreas; a alta demanda por recursos financeiros e mão obra especializada para execução de projetos; e o acesso ao mercado, devido aos requisitos legais inviáveis e concorrência com sistemas de produção em larga escala.
“É importante lembrar que sistemas de manejo comunitário devem sempre ser desenvolvidos para beneficiar mutuamente comunidades tradicionais e o ambiente e espécies envolvidos, garantindo que as entidades comunitárias sejam empoderadas e possam gerenciar diretamente suas atividades, ao passo que os recursos naturais devem estar em equilíbrio, mantendo suas diversas funções ecológicas, que se estendem além das áreas de manejo”, conclui.
*Por Karleandria Araújo, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar
As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Portal Amazônia e são de total responsabilidade do autor.
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