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“O epidemiologista que enfrentou o negacionismo” é o terceiro episódio da série “Ciência na Amazônia”

“O epidemiologista que enfrentou o negacionismo” é o terceiro episódio da série “Ciência na Amazônia
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No documentário, o pesquisador Jesem Orellana, especializado em Saúde Pública da Fiocuz, narra sua trajetória e detalha a tragédia da pandemia (Foto: César Nogueira/Amazônia Real).


Manaus (AM) – Uma foto na infância, vestido com um terno branco, foi a primeira inspiração para a trajetória de Jesem Orellana, 42 anos, na área da Saúde Pública. Nascido em Santa Cruz de La Sierra, na Amazônia boliviana, ele está no Brasil desde 1986 e chama a atenção pela atuação competente e crítica como pesquisador da Fiocruz. São características que tiveram ainda mais destaque nas fases mais graves da pandemia da Covid-19, tratada com negacionismo pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).

Jesem fala sobre sua história e seu trabalho na série “Ciência na Amazônia”, produzida pela Amazônia Real e financiada pelo Instituto Serrapilheira. Ele é o terceiro entrevistado da série, no episódio “O epidemiologista que enfrentou o negacionismo”, que será lançado no próximo dia 31 de janeiro no canal do Youtube da agência. No dia 04 pde fevereiro, o documentário será transmitido às 20h (horário de Brasília) no programa Megafone da TVT São Paulo.  

Doutor em Epidemiologia, o pesquisador é revisor de periódicos nacionais e internacionais, tem dezenas de artigos e capítulos de livros publicados em revistas e editoras no Brasil e no exterior e, desde 2020, participa de projetos, consultorias, entrevistas e da produção de materiais técnico-científicos sobre a Covid-19 e a Monkeypox no Brasil, especialmente em Manaus, cidade que colapsou, viveu a tragédia da falta de oxigênio e tornou-se emblemática do descaso do poder público com a pandemia do novo coronavírus.

“Nós tínhamos menos de 30 leitos especializados para doenças respiratórias. Avisamos o governo do Estado, avisamos as autoridades, mas nada foi feito. O que aconteceu? Menos de 30 dias depois, tivemos o grande colapso”, diz o pesquisador. 

Nos períodos mais críticos da pandemia, o nome de Jesem furou a bolha do ambiente acadêmico e ficou conhecido da população em geral devido principalmente às incansáveis entrevistas que concedeu sobre o assunto e aos artigos publicados, vários deles na Amazônia Real

Jesem Orellana durante a filmagem do documentário (Foto: Kátia Brasil/Amazônia Real)

O documentário retrata o momento em que o pesquisador foi, ao mesmo tempo, uma testemunha e um analista capacitado da crise, fazendo alertas sobre a gravidade do contágio pelo novo coronavírus. 

Ele continua uma voz crítica em relação ao comportamento das autoridades diante do coronavírus. Afirma, por exemplo, que as mortes na pandemia foram subnotificadas. Segundo o pesquisador, os números mostram falhas nas classificações de óbitos durante os maiores picos epidêmicos. 

“Você não escuta falar em serviço de verificação de óbito. Não tem em Manaus até hoje. Uma vergonha, uma capital com mais de dois milhões de habitantes. O que o serviço de verificação de óbitos faz? Investiga. E quem investiga acha. Por que não tem informação? Porque o serviço de saúde faliu. Nossa vigilância epidemiológica é uma das piores do Brasil”, disse Jesem Orellana na entrevista. 

Para Kátia Brasil, co-fundadora da Amazônia Real, o documentário “O epidemiologista que enfrentou o negacionismo” é impactante porque o público, principalmente aquele que vivenciou as duas tragédias de Manaus, vai ouvir um pesquisador que tentou de todas as formas salvar vidas, assim como os médicos fizeram. “Jesem foi bloqueado de todas as formas para não contar a verdade, mas ele não aceitou o negacionismo, as fake news, às perseguições e até os ataques de agentes do próprio governo”, disse a diretora e roteirista dos documentários “Ciência na Amazônia”. 

 “Sem dúvida o momento crítico da pandemia foi um dos mais difíceis para quem enfrentou Bolsonaro e sua guerrilha de mentiras que resultaram nas mortes de quase 700 mil brasileiros”, completa a jornalista.  

Os documentários são entrevistas de 20 minutos em que os pesquisadores contam como enfrentaram o silenciamento forçado, o negacionismo, os ataques e a falta de recursos para avançar em suas pesquisas durante o governo Bolsonaro. Os convidados também falam sobre os legados e o que pensam em relação ao futuro da ciência na Amazônia. As filmagens foram realizadas durante o primeiro turno das eleições presidenciais, em setembro de 2022, em Manaus. 

O primeiro episódio foi lançado no dia 10 de dezembro, com o título “O homem da natureza”, e retratou a trajetória do cientista norte-americano Philip Martin Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), que vive na Amazônia há 40 anos. 

Com título “Para além da resistência”, o segundo episódio foi protagonizado pela antropóloga e linguista Ana Carla Bruno, também do Inpa, estudiosa da língua dos indígenas Waimiri Atroari (Kinja) e atuante contra o racismo e o machismo. A publicação do documentário foi no dia 30 de dezembro último.

Além deles, são personagens da série a historiadora Patrícia Melo, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), e o antropólogo João Paulo Barreto, fundador do Centro de Medicina Indígena Bahserikowi. Os novos episódios serão divulgados no mês de fevereiro.  

Participam da produção da série “Ciência na Amazônia” profissionais do audiovisual do Amazonas como César Nogueira (cinematografia e montagem), Naila Fernandes (som direto), Valentina Ricardo (coloração) e Heverson Batista, o Batata (mixagem do som); além de integrantes da equipe da agência de jornalismo: Elaíze Farias (pesquisa), Alberto César Araújo (pesquisa no acervo de imagem e fotografia); Lívia Lemos (designer e redes sociais), Iris Brasil (produção de conteúdo) e Cristina Camargo (consultora de projeto).

  • O Dr Jesem Orellana com a jornalista Kátia Brasil nos bastidores das filmagens do terveeiro episódio da série Ciência na Amazônia (Foto: César Nogueira/Amazônia Real)
  • O Dr Jesem Orellana com a jornalista Kátia Brasil nos bastidores das filmagens do terveeiro episódio da série Ciência na Amazônia (Foto: César Nogueira/Amazônia Real)
  • O Dr Jesem Orellana com a jornalista Kátia Brasil nos bastidores das filmagens do terveeiro episódio da série Ciência na Amazônia (Foto: César Nogueira/Amazônia Real)
  • O Dr Jesem Orellana nos bastidores das filmagens do terveeiro episódio da série Ciência na Amazônia (Foto: César Nogueira/Amazônia Real)
  • O Dr Jesem Orellana com a jornalista Kátia Brasil nos bastidores das filmagens do terveeiro episódio da série Ciência na Amazônia (Foto: César Nogueira/Amazônia Real)
  • O Dr Jesem Orellana com a jornalista Kátia Brasil nos bastidores das filmagens do terveeiro episódio da série Ciência na Amazônia (Foto: César Nogueira/Amazônia Real)
  • O Dr Jesem Orellana com a jornalista Kátia Brasil nos bastidores das filmagens do terveeiro episódio da série Ciência na Amazônia (Foto: César Nogueira/Amazônia Real)

O que é:

Lançamento do 3º episódio da série “Ciência na Amazônia”

Jesem Orellana – “O epidemiologista que enfrentou o negacionismo”

No canal do YouTube da Amazônia Real

Dia  31 de janeiro

Horário: 9h (horário de Manaus, 10h em Brasília)

*Se inscreva no nosso canal aqui

No programa Megafone da TVT São Paulo

Dia 04 de fevereiro

Horário: às 20h (horário de Brasília)

Apoio financeiro: Instituto Serrapilheira

Realização: Amazônia Real 


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