Uma nova espécie de begônia – planta famosa por suas flores – foi descoberta por pesquisadores em Ilha Grande, parte do município de Angra dos Reis, no litoral sul do estado do Rio de Janeiro. A planta pode ser encontrada apenas na pequena parte mais bem preservada da ilha, dentro do Parque Estadual de Ilha Grande. A distribuição restrita e a população pequena acendem o alerta dos botânicos sobre a vulnerabilidade da espécie.
A recém-descrita begônia (Begonia isadorae) cresce em locais sombreados e úmidos dentro da floresta, sobre rochas cobertas por uma camada espessa de musgo nos domínios da Mata Atlântica – bioma presente na ilha – em altitudes de 136 a 610 metros.
Com até 15 centímetros, a begônia-de-ilha-grande possui uma floração que pode ser vista entre novembro e março. Nesta época, a planta destaca-se na paisagem com um miolo amarelo vibrante e flores brancas, caprichosamente pontilhadas de vermelho na parte de trás das pétalas.
A planta chamou a atenção da professora e pesquisadora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) Eliane Jacques, enquanto ela realizava pesquisas de campo em Ilha Grande. A professora é uma das quatro autoras do artigo, publicado no periódico especializado em botânica Phytotaxa, com a descrição da nova espécie.
A begônia-de-ilha-grande pode ser encontrada numa área de menos de 20 km². Devido à distribuição restrita dentro de uma ilha, com populações pequenas com um total de menos de 50 indivíduos maduros, os pesquisadores alertam para a vulnerabilidade da espécie, que poderia rapidamente ficar à beira da extinção, diante de ameaças como incêndios florestais, espécies invasoras e declínio na qualidade do habitat. A expansão das atividades ligadas ao turismo e das usinas nucleares próximas são citadas pelos botânicos como outras possíveis ameaças à begônia.
Por isso, os pesquisadores sugerem que a espécie seja classificada como Vulnerável ao risco de extinção.
A descoberta reforça a riqueza florística da Mata Atlântica. Das 222 espécies de begônias conhecidas no Brasil, 196 – com o acréscimo da novata – estão dentro do bioma que ocupa a costa do país. E dessas, seis são exclusivas de ilhas.
As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site O Eco e são de total responsabilidade do autor.
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