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Nem todo bolsonarista é um lixo de pessoa, mas todo lixo de pessoa é bolsonarista

“Nem todo bolsonarista é um lixo de pessoa, mas todo lixo de pessoa é bolsonarista.

O rapaz nazista, fã do Hitler, que invadiu as escolas no Espírito Santo atirando em professores e alunos, cometendo assassinatos cruéis e destruindo a vida das famílias das pessoas que ele matou, é bolsonarista também.

Um dos lemas do bolsonarismo é tudo para nós, e agressão, ofensas e, muitas vezes, morte, é para quem pensa diferente.

Fora o fator psíquico comprometido dessas pessoas, porque ajoelhar em porta de quartel e orar para que Deus influencie os militares a dar um golpe é comportamento de quem está fora do controle da própria mente.

Cantar o hino nacional e prestar continência para pneus de caminhão é mais um item nesse diagnóstico de distúrbio psicológico. E outro sintoma que mostra a gravidade dessa patologia é trocar mensagens em código morse com o céu. São fatores suficientes para definir um delírio coletivo perigoso.

Correr atrás de alguém com arma em punho, como fez a “pistoleira” Carla Zambelli, é mais um exemplo de mente doentia. Assim como o ataque com tiros de fuzis e granadas de Roberto Jefferson contra a Polícia Federal.

A justiça está falhando e deixando a vida de pessoas inocentes em risco. Os bolsonaristas já demonstraram diversas vezes que são violentos, e que estão sem limites.

Pode ser com xingamentos, ataques com falas ofensivas e mentirosas, fazendo as pessoas saírem de um restaurante, como aconteceu com o deputado Rodrigo Maia. Ou pode ser invadindo escolas e assassinando crianças e professores.

Essas pessoas estão espalhadas pelo mundo carregadas de ódio, armadas, tirando o direto de ir e vir de quem não pensa igual.

E aí chegamos ao absurdo de um bolsonarista imbecil, canalha e covarde agredir com palavrões o maravilhoso Gilberto Gil. O Gil é simplesmente um dos personagens mais importantes da nossa história e da nossa cultura.

Não gostar do seu trabalho ou ter preferência por outro músico, tudo bem. Mas atacar uma pessoa da paz como Gilberto Gil é de uma covardia sem tamanho.

Esse cara estava com a camisa da seleção brasileira, mas não representa um torcedor. Ele é um agressor.

Esse é o típico bolsonarista que perdeu sua identidade, seu rosto e seus pensamentos. Porque se olhar no espelho, verá a imagem do Jair Bolsonaro. Sua mente já não pensa mais sozinha, porque todos os seus pensamentos foram manipulados pelo perverso presidente. Ou seja, essa pessoa não existe mais.

E assim é toda aquela gente que está fazendo um papel patético, com as imagens girando o mundo.

No futuro, quando tudo isso for recontado com imagens, muitas crianças vão perguntar para seus pais e mães: “Papai, era o senhor que estava prestando continência para um pneu?”, “Mamãe aquela que está mandando mensagens para o céu é a senhora mesmo?”. É assim que essa geração “patética” vai ser lembrada.

Tivemos as pessoas que ficaram para a história pela participação nos movimentos das Diretas. Tivemos também os caras pintadas, que derrubaram Fernando Collor. E agora temos os que mandam mensagens em código morse para o espaço.

Essa turma também será muito lembrada pelo termo criado pelo ministro Barroso, o “Perdeu, mané!”.

Por exemplo: eu sou da geração que lutou pela Anistia e pelas Diretas. Alguns mais jovens que são da geração dos caras pintadas. E essa turma bolsonarista representará a geração dos “Perdeu, mané!”.

A gente ironiza, porque parte do que está acontecendo parece um filme de comédia pastelão dos anos 1940 ou 1950. Mas tem a parte do terror, que parece mais um filme como Sexta-feira 13.

Está na hora de as polícias e da Justiça dar segurança para as pessoas não bolsonaristas, porque somos nós os alvos desses covardes de mentes doentias e carregadas de ódio.

A Copa do Mundo está rolando, mas esses agressores perigosos estão espalhados entre nós. Tem até “jornalista esportivo” incentivando esse ódio aqui na Copa, tentando puxar coro pró-Bolsonaro durante o principal evento futebolístico do mundo.

Esse é o papel de um jornalista esportivo? O cara trabalha com esporte, a empresa paga a viagem e a hospedagem para ele fazer o seu trabalho de cobertura da Copa. Mas o que fez esse pseudo jornalista? Colocar fogo político nos torcedores.

Pessoas assim não são jornalistas, mas aproveitadores, agitadores. Esse cara faz parte daqueles que jogam a lenha na fogueira e depois sentam no sofá para ver a lenha pegar fogo. É um covarde, como todos que incitam a violência.

Vou terminar esse texto colocando um trecho de um dos inúmeros clássicos do meu ídolo e amigo Gilberto Gil. Dedico essa música para os dois covardes que estão aqui no Qatar, o “jornalista esportivo” e o “cara sem rosto” que atacou grosseiramente o mestre Gil.

“Tu, pessoa nefasta
Vê se afasta teu mal
Teu astral que se arrasta tão baixo no chão
Tu, pessoa nefasta
Tens a aura da besta
Essa alma bissexta, essa cara de cão”

Walter Casagrande Jr.
Colunista do UOL

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