Em 2023, a Mineração Rio do Norte, a terceira maior produtora de bauxita do mundo e a maior do Brasil, que explora uma das maiores jazidas do minério no Pará, deixou de ter qualquer participação acionária nacional. No início de 1972, a Companhia Vale do Rio Doce, ainda estatal na época, chegou a ser de mais de 40%, assegurando o controle acionário da companhia.
A Companhia Brasileira de Alumínio se manteve seus 10% na MRN depois da saída da Vale, que foi privatizada em 1997 transferiu integralmente os 5% remanescentes que ainda possuía, para a Rio Tinto, multinacional anglo-australiana que é a segunda maior empresa de metais e mineração do mundo.
A Vale e a multinacional norueguesa Norsk Hydro já haviam transferido 100% de suas participações para a Ananke Alumina, representada pela Glencore, também controlada pela Hydro, que subiu para o topo do setor de alumínio do Brasil.
Assim, a nova composição acionária das ações ordinárias da MRN é de: 45% Ananke Alumina S.A. (Ananke); 30% South32 Minerals S.A. (South32) e 25% Rio Tinto do Brasil Ltda. (Rio Tinto).
O presidente da MRN, Guido Germani, anunciou que a o Ibama concedeu à a Licença Prévia para a ampliação da extração do minério, na qual deverá investir 5 bilhões de reais no período de cinco anos. O projeto visa a ampliação da vida útil de sua atividade lavra de de bauxita, concentrada no município de Oriximiná, no Pará, por um período de mais 15 anos, indo de 2027 a 2042.
Segundo a MRN, o empreendimento será essencial para que ela possa manter a escala de produção média de 12,5 milhões de toneladas ao ano de bauxita, o que significa mais de 180 milhões de toneladas de produção nesse período, exigindo a extração de 40 milhões de toneladas adicionais de rejeito de minério bruto, que é descartado.
O Projeto Novas Minas vai viabilizar a lavra de bauxita em cinco novos platôs, ou seja, Rebolado, Escalante, Jamari, Barone e Cruz Alta Leste que, além do município de Oriximiná, abrange dois outros: Terra Santa e Faro.
A imagem que ilustra este artigo mostra a cidade de Oriximiná, que fica às margens do Rio Tapajós, no Pará. A cidade recebe os royalties da empresa Mineração Rio do Norte (MRN). Foto de Ana Mendes para Agência Pública/2016.
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