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ToggleUma moeda de ouro extremamente rara, cunhada por ninguém menos que Marcus Junius Brutus depois do assassinato de Júlio César, será leiloada na próxima semana. Essa relíquia, uma das apenas 17 unidades conhecidas no mundo, data de 43 ou 42 a.C. e mostra o próprio Brutus em um dos lados e, no outro, uma referência a uma vitória naval. Para colecionadores e aficionados por história romana, é uma oportunidade única – e, como toda boa história romana, não falta polêmica.
O assassinato de César é um dos eventos mais marcantes da Antiguidade. Em 15 de março de 44 a.C., conhecido como os “Idos de Março”, Brutus e seu parceiro na conspiração, Cássio, lideraram um grupo de senadores para esfaquear o ditador 23 vezes. A ideia era salvar a República Romana do que eles viam como uma tirania iminente. Apesar da justificativa política, o povo romano não gostou nada dessa traição, e Brutus e Cássio acabaram fugindo para o Oriente, onde tentaram dominar as províncias e montar seu próprio exército.
Um tesouro da guerra civil romana
Para financiar suas tropas, Brutus começou a cunhar moedas, incluindo o famoso aureus, feito de ouro e equivalente a um mês de salário na época. Essa moeda específica tem um detalhe interessante: a inscrição “BRVTVS IMP” (Brutus Imperador) celebra uma vitória militar sobre a tribo dos Bessi na Trácia em 43 a.C., segundo Lucia Carbone, curadora associada da American Numismatic Society.
O verso, por sua vez, traz as proas de dois navios, representando as vitórias navais de Brutus e Cássio em 42 a.C. Mas a ironia é cruel. Essas vitórias foram, na verdade, o prelúdio da derrota definitiva na Batalha de Filipos.
Esticados entre muitas frentes de batalha, Brutus e Cássio não resistiram aos aliados de César, encerrando a guerra civil e selando o destino dos conspiradores. Ainda assim, essa moeda é um testemunho fascinante de uma época em que a história era escrita a golpes de espada – e cunhada em ouro.
Autenticidade em debate
Apesar de seu valor histórico, há quem questione se essa moeda é realmente autêntica. Um estudo de 2016 na revista The Numismatic Chronicle levantou dúvidas sobre o eixo do molde usado para estampar a peça. Enquanto os aureus genuínos têm o verso alinhado exatamente às 12 horas, a moeda que vai a leilão apresenta um alinhamento próximo das 6 horas, o que fez alguns especialistas franzirem a testa.
Por outro lado, Alain Baron, fundador da casa de leilões Numismatica Genevensis SA, garante que a autenticidade nunca foi questionada por quem viu a moeda pessoalmente. Ela foi, inclusive, certificada pela Numismatic Guaranty Company (NGC), que a colocou em um suporte lacrado. E para colecionadores, o histórico da moeda também pesa. Esta peça já pertenceu à coleção de Giuseppe Mazzini, político italiano do início do século 20.
Independentemente das controvérsias, a moeda será leiloada entre os dias 9 e 10 de dezembro. Para os fãs de história, é uma chance de levar para casa um pedaço do passado – ou, pelo menos, sonhar com isso enquanto contam suas moedas de ouro.
As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site Mega Curioso e são de total responsabilidade do autor.
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