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Miras Libertárias - Amazônia Real

Miras Libertárias – Amazônia Real

Um dia, chegaram os invasores, armados de cruzes e espadas, falando de um deus todo poderoso que criou o homem a sua imagem e semelhança, e dava aos homens poderes para dominar a terra e tudo o que tivesse sobre ela. A partir daí, os homens começaram a matar as mulheres… Somente as meninas recém-nascidas se salvaram. Enquanto elas cresciam, os assassinos lhes diziam e repetiam que servir aos homens era seu destino. Elas acreditaram. Também acreditaram suas filhas e as filhas de suas filhas. (Na Terra do Fogo, Eduardo Galeano, 1997)


Na ousadia do voo se faz a história. Assim, em 25 de novembro de 1960, as Borboletas da República Dominicana, Irmãs Mirabal – Teresa, Maria e Minerva-, romperam casulos ditatoriais instigando mulheres do mundo todo a metamorfosear-se em voos libertários.

Impossível silenciar a data! Embora repetitiva, as energias feministas emitidas são sempre atuais: vibram potencialmente nos espaços e nos corações sedentos de coragem, determinação e ousadia.

Há 63 anos, as Irmãs Mirabal foram cruelmente assassinadas sob ordens do então Presidente daquele país, General Rafael Trujillo. Após intensos clamores mundiais por Justiça, em 1999, 39 anos do assassinato, a Assembleia Geral das Nações Unidas, designara a data como Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres.

Dia histórico. Imortal!… Sob o destemor das Borboletas Republicanas dissolveram-se muitos casulos, cativeiros domésticos e sociais. Despertares femininos alcançaram dimensões territoriais, culturais, religiosas, transformando-se em nutrientes indispensáveis nos acervos de lutas e resistências das mulheres.

Na miragem dos rastros, seguem os voos. Clamores por Justiça e Libertação não se esgotam. Em cada espaço, livre ou não, Manas unem as vozes, as mãos, superam barreiras limitantes, revestem-se de determinação, ativam e praticizam memórias de Luta e Resistência deixadas por milhares de Companheiras, vítimas de torturas, de assassinatos em defesa de Direitos que hoje usufruímos. 

Históricos sobre enfrentamento à violência às mulheres são milenares: advém de resistências a processos religiosistas colonizatórios, quando as relações igualitárias entre mulheres e homens cultivadas nas sociedades matrifocais foram cruelmente eliminadas. O testemunho vem de Mirela Faur, no “O anuário da Grande Mãe (p. 16): “A relação igualitária homem-mulher foi renegada, a mulher declarada um ser inferior, desprovida de alma, amaldiçoada por Deus, responsável pelos males do mundo e por isso destinada a sofrer e a ser dominada pelo homem”. 

Não há tréguas! A cada ano, novas/velhas intervenções. Pautas de reivindicações se repetem continuamente, assim como estratégias de mobilizações: insistem por direitos garantidos (também silenciados) na Lei Maria da Penha – 11.340/2006; reivindicam oportunidades profissionalizantes; concursos públicos; efetivação da legislação do trabalho doméstico; casas de parto e centros de saúde com atendimento dignificado; divisão igualitária nos trabalhos domésticos e dignidade nos atendimentos dos presídios. Embora ignorado, retumba teimosamente no céu da Mátria Brasileira o brado feminista pelo Feriado Nacional/08 de março – Dia Internacional de Luta das Mulheres, declarado pela ONU, em 1975, após anos de lutas e martírios.

Peleja antiga! Mesmo por um dia, que as mulheres brasileiras se abstenham de quaisquer atividades funcionais/produtivas e celebrarem livremente a data a Elas dedicada. Por fim, teimosiam no despertar de milhares de Manas ainda dominadas pela virulência do machismo instalado.

Assim, seguimos em Marcha! Mais um 25 de novembro! As chamas que um diaconsumiram corpos de milhares de mulheres transformam-se hoje em energias contagiantes por Justiça, Solidariedade, Igualdade, Liberdade, Autonomia e Paz:  rompem medos, silêncios, subalternalidades e avançam no Ecofeminismo em defesa de todas as Fêmeas e demais categorias empobrecidas, marginalizadas, com destaque à Mãe Terra, a Fêmea Universal – Útero Sagrado da sustentabilidade, Membro indivisível de nossa natureza humana/selvagem.

Nossa miragem à Mãe Terra, nesta data, chega em forma de cuidados e de protestos às impiedosas violências comandadas pelo poder capitalista/patriarcal representado por poderes constituídos e respectivas laias.

A Todas as Fêmeas do mundo inteiro, Libertação já! 


A imagem que abre este artigo mostra mulheres em círculo refletem as violências sofridas no dia-a-dia, em Parintins (Foto: Floriano Lins/Amazônia Real).

As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Site Amazônia Real e são de total responsabilidade do autor.
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