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Marechal Rondon: o explorador que conectou a Amazônia e defendeu os povos indígenas

Marechal Rondon: o explorador que conectou a Amazônia e defendeu os povos indígenas

Foto: Reprodução/Senado

Cândido Mariano da Silva Rondon foi um dos exploradores do de maior destaque, deixando um legado que se estende da construção de redes telegráficas à defesa dos direitos indígenas. Sua trajetória foi marcada por desafios extremos, pioneirismo e uma visão humanista que o diferenciou de outros exploradores de sua época.

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Rondon nasceu em 5 de maio de 1865, no distrito de Mimoso, em Mato Grosso. Filho de um vaqueiro e descendente de indígenas bororo e terena, perdeu os pais ainda na infância e foi criado por um tio. Seu sobrenome “Rondon” foi uma homenagem a esse tio, Manuel Rodrigues da Silva Rondon. Desde cedo, se destacou nos estudos e ingressou na Escola Militar do Rio de Janeiro, onde se formou em Engenharia, Matemática e Ciências Físicas e Naturais.

Em 1890, ainda como tenente, Rondon integrou uma comissão de engenharia que tinha como objetivo construir uma rede telegráfica entre Mato Grosso e Goiás. Naquela época, Mato Grosso sofria com o isolamento, pois a comunicação com o Rio de Janeiro dependia de longas viagens fluviais pela Bacia do Prata. O trabalho de Rondon ajudou a reduzir esse isolamento e possibilitou a integração da região ao restante do país.

Posteriormente foi designado para liderar uma nova comissão, desta vez expandindo a rede telegráfica até as fronteiras do Brasil com a Bolívia e o Paraguai. Entre 1890 e 1906, participou da construção de mais de 1.700 km de linhas telegráficas, atravessando territórios desconhecidos e estabelecendo contato com diversas etnias indígenas.

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Rondon foi um verdadeiro explorador da Amazônia. Foto: Reprodução/Senado

Em 1907, Rondon embarcou em uma das suas maiores missões: liderar a Comissão Construtora de Linhas Telegráficas do Mato Grosso ao Amazonas. A jornada, que durou até 1910, exigiu coragem e resistência, levando os exploradores a enfrentarem doenças tropicais, territórios hostis e dificuldades de abastecimento. Durante essa missão, Rondon manteve seu compromisso com a paz, promovendo contatos amistosos com os povos indígenas.

Em 1910, Rondon ajudou a criar o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), tornando-se seu primeiro diretor. A instituição tinha como objetivo proteger os indígenas de violências cometidas por seringueiros, fazendeiros e garimpeiros, além de garantir direitos básicos para essas comunidades.

Em 1913, Rondon participou de uma das expedições mais notáveis da : a Expedição Rondon-Roosevelt. Junto ao ex-presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt, explorou o chamado ‘Rio da Dúvida’, que posteriormente recebeu o nome de Rio Roosevelt. A jornada foi exaustiva e quase fatal para Roosevelt, que contraiu malária e ficou gravemente debilitado.

Nas décadas seguintes, Rondon esteve envolvido com diversas questões políticas e diplomáticas. Durante a Revolução Paulista de 1924, foi promovido a general. Posteriormente, supervisionou as fronteiras do Brasil e atuou como mediador em conflitos entre Peru e Colômbia. Durante a Segunda Guerra Mundial, foi um ferrenho opositor do fascismo e defendeu a entrada do Brasil ao lado dos Aliados.

Foto: Reprodução/Senado

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Foram muitas as realizações de Cândido Mariano. Algumas marcaram a história; como a criação do Parque Nacional do Xingu; primeiro mapa com todas as referências do estado de Mato Grosso; proposição e criação dos primeiros açudes na região Nordeste (seca de 1919); demarcação de todas as 10 fronteiras do Brasil (1930) e o acervo de Rondon deu origem ao Museu Nacional do Índio no Rio de Janeiro.

O reconhecimento pelo trabalho de Rondon veio em vida. Em 1955, foi promovido ao posto de Marechal. Sua dedicação à exploração, ciência e defesa dos povos indígenas resultou em diversas homenagens, incluindo a nomeação do Estado de Rondônia e do Meridiano 52 em sua honra.

Marechal Rondon faleceu em 19 de janeiro de 1958, deixando um legado inestimável para a história do Brasil. Seu lema, ‘Morrer se for preciso; matar, nunca’, resume seu compromisso com a paz e a justiça. Seu trabalho pioneiro na exploração e defesa dos povos originários continua a inspirar gerações de pesquisadores, indigenistas e historiadores.

No dia 29 de abril de 2014, a Câmara Federal aprova o Projeto de Lei 1834/07, do Senado, que inscreve o nome de Cândido Mariano da Silva Rondon no Livro dos Heróis da Pátria.

Rondon foi uma das personalidades brasileiras mais importantes e recebeu inúmeras honrarias tanto no Brasil quanto no exterior. “O prestígio de Rondon transpunha fronteiras. O meridiano 52 tem o nome de Rondon. Rondônia também é o único estado brasileiro que tem nome de ser humano. Em 1957 foi indicado, por Nova York, para o prêmio Nobel da Paz, mas não pôde concorrer, pois morreu em 19 de janeiro de 1958”, relata Gabriel.

As informações apresentadas neste post foram reproduzidas do Portal Amazônia e são de total responsabilidade do autor.
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