Manejadores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá, localizada no município de Fonte Boa, no interior do Amazonas, tiveram um faturamento de R$ 409.177,44 com a comercialização de pirarucu e tambaqui em feiras apoiadas pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS) em 2023. Ao todo, foram 35,73 toneladas de pescado comercializados, sendo 23,7 toneladas de pirarucu e 12,03 de tambaqui, beneficiando diretamente 178 manejadores.
As Feiras do Pirarucu e do Tambaqui ocorreram ao longo do ano na sede da FAS, em Manaus. Cerca de 2,6 mil pessoas compareceram aos eventos, onde adquiriram um peixe de qualidade e de origem sustentável, que contribui para a manutenção da floresta em pé.
Para o gerente do Programa Prosperidade na Floresta da FAS e organizador das feiras, Edvaldo Corrêa, o ano foi de superação de desafios, uma vez que a estiagem extrema, resultado das mudanças climáticas, dificultaram o acesso dos manejadores aos lagos para realizar a pesca, assim como o transporte do peixe até Manaus.
“Nossa avaliação é positiva, apesar das dificuldades que enfrentamos este ano com a grande seca. A feira é muito importante para os manejadores, pois é uma forma de ter um recurso direto. A FAS abre esse espaço, faz a divulgação e dá oportunidades aos manejadores para vender seu produto e explicar aos clientes o que é o manejo sustentável. A recepção dos clientes é muito boa”,
afirma Edvaldo.
Um dos manejadores beneficiados é Gilvan de Souza Ferreira, morador da comunidade Mapurilândia, na RDS Mamirauá. Ele relata que, desde que a FAS passou a atuar na região do Médio e Alto Solimões, as comunidades passaram a ter mais autonomia sobre os produtos que comercializam, principalmente o pescado.
“Antes da FAS chegar, nós entregávamos o nosso produto para atravessadores e não víamos a parte de cada um, o que chegava [lucro] era muito pouco. Quando a FAS veio e falamos que seria interessante levar nosso peixe para Manaus, ajudou a ampliar muitas coisas. Hoje temos acesso direto ao consumidor final, é muito prazeroso, pois estamos mostrando nosso produto, dizendo de onde a gente veio. Isso tem gerado uma fonte de renda dez vezes maior do que se entregássemos esse peixe para o atravessador”, relata Gilvan.
Se antes, com a figura do atravessador, os pescadores levavam de quatro a seis meses para ter retorno financeiro, nas feiras apoiadas pela FAS eles têm a renda garantida já nos eventos, conta Gilvan.
“As feiras têm feito com que a gente se sinta realizado. Antes o esforço que fazíamos era muito grande, mas a renda era muito pouca. Hoje nos esforçamos um pouco mais porque temos que levar o produto ao consumidor final, mas sabemos que o nosso lucro é maior para cada família. Todas as feiras que fazemos dentro da FAS têm sido um sucesso e conseguimos escoar toda nossa produção. Assim, conseguimos ter uma vida melhor e mais justa para nossa comunidade”,
finaliza o manejador.
As Feiras do Pirarucu e do Tambaqui são promovidas pela Associação dos Moradores e Usuários da RDS Mamirauá Antônio Martins (Amurman), com apoio da FAS que é responsável pela infraestrutura, transporte, logística e divulgação. A venda do pirarucu e do tambaqui manejado também têm apoio do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Amazonas (Sema) e da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror).
*O conteúdo foi publicado originalmente pela FAS
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